Após morte de Sinwar, pressão dos EUA por trégua em Gaza enfrenta entraves com Israel e Hamas

Um dia posteriormente a confirmação da morte do líder do grupo terrorista Hamas, Yahya Sinwar, os líderes dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unificado e França apelaram nesta sexta-feira pelo término da guerra entre Israel e o Hamas na Filete de Gaza.

Em um expedido divulgado pelo governo teuto posteriormente uma reunião em Berlim, onde o presidente Joe Biden se despediu de seus homólogos europeus antes das eleições americanas de 5 de novembro, ele, Olaf Scholz, Keir Starmer e Emmanuel Macron pontuaram a “urgência imediata de repor os reféns [de Israel] às suas famílias, de parar a guerra em Gaza e de prometer que a ajuda humanitária chegue aos civis [do enclave]”.

Mas declarações dadas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pelo Hamas, muito porquê a verdade do terreno em Gaza, indicam que a morte de Sinwar — indicado porquê o principal motivo para a recusa do grupo à rendição — não deve terebrar uma oportunidade para um cessar-fogo.

Biden, que nesta sexta-feira descreveu a morte de Sinwar porquê “uma oportunidade de buscar um caminho para a silêncio, um porvir melhor em Gaza sem o Hamas”, falou na véspera com Netanyahu, de quem escritório afirmou que os dois líderes concordaram que havia uma “oportunidade para prosseguir na libertação dos reféns” capturados nos ataques de 7 de outubro do ano pretérito.

No mesmo dia, porém, o premier israelense fez um oração em vídeo afirmando que a morte de Sinwar “não é o término da guerra em Gaza”, acrescentando: “É o início do término.” Nesta sexta-feira, ao confirmar a morte de seu líder, o segundo na risca de comando do Hamas, Khalil al-Hayya, reiterou que as condições para um cessar-fogo e libertação dos reféns continuam as mesmas: término das hostilidades de Israel, completa retirada israelense de Gaza e a libertação de prisioneiros palestinos.

Apesar das resistências, Biden planeja enviar o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, para Israel nos próximos dias para discutir formas de prometer a segurança em Gaza e o planejamento do pós-guerra, em um esforço para retomar negociações de cessar-fogo que estão paradas há meses.

Mas, ao solidificar uma estratégia bem-sucedida de Israel de fuzilar dirigentes do chamado “Eixo da Resistência” — comandado pelo Irã e que inclui, além do Hamas, o Hezbollah no Líbano, os houthis no Iêmen e milícias aliadas no Iraque e Síria —, a morte Sinwar fortalece a posição de Netanyahu em um conflito que já é regional, afastando as perspectivas de término ao menos em pequeno prazo.

Entre as principais figuras mortas desde janeiro estão Saleh al-Arouri, um importante gavinha com o Irã e o Hezbollah no Líbano; Mohammad Deif, o sombrio gerente da lado militar do Hamas, que, segundo Israel, foi morto em julho; Ismael Haniyeh, que chefiava o escritório político no Espiolhar, o que o tornou fundamental para as negociações de cessar-fogo; e Hassan Nasrallah, líder sumo do Hezbollah.

— Temos de continuar a degradar as capacidades militares do Hamas para torná-lo irrelevante, não exclusivamente porquê uma prenúncio a Israel, mas para qualquer um que possa surgir porquê um substituto — disse ao jornal Wall Street Journal Yaakov Amidror, ex-conselheiro de segurança vernáculo de Netanyahu e membro do Instituto Judaico para a Segurança Vernáculo da América em Washington.

Dobrando a aposta

Uma pesquisa publicada pelo jornal Maariv, em setembro, mostrou que 41% dos israelenses acreditam que Netanyahu é o mais qualificado para treinar o posto de primeiro-ministro — também no mês pretérito, o Financial Times apontou que o Likud, partido de Netanyahu, havia retomado a liderança na preferência dos eleitores.

É uma grande mudança em relação a julho, quando uma sondagem do Via 12 apontou que 70% dos entrevistados defendiam sua repúdio do missão, sendo que 44% de forma imediata, na esteira dos fracassos até logo para derrotar o Hamas e trazer de volta os reféns.

A mudança de humor reflete a decisão de Netanyahu de geminar a aposta no assassínio de líderes e altos comandantes porquê ferramentas de propaganda, assim porquê retórica anti-Irã, exacerbada pelo lançamento de mísseis contra Israel em abril e no prelúdios do mês. A ofensiva aérea e terrestre no Líbano, apoiada por uma parcela considerável do país, foi também crucial em uma estratégia até agora bem-sucedida.

— A guerra acabou sendo um respiro para Netanyahu — disse ao GLOBO Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

— Em um contexto de conflito, de crise extrema, isso acaba sendo um momento de testar a vitalidade e a força de lideranças políticas, e Netanyahu é um político que nunca titubeou em adotar políticas agressivas contra os palestinos e tem usado isso bastante para sua sobrevivência política.

Além de sua postura individual, Netanyahu tem respaldo de seu Gabinete. Para retornar ao poder posteriormente mais uma inconclusiva eleição em 2022, ele se aliou à extrema direita, que inclui defensores da “guerra totalidade sem término”, da anexação totalidade da Cisjordânia e o retorno dos assentamentos judaicos em Gaza, sendo contrários a qualquer concordância de cessar-fogo que permita a sobrevivência do Hamas.

Alguns desses novos aliados, porquê Itamar Ben-Gvir, uma das figuras mais radicais do país, ocupam pastas porquê a da Segurança Interna e usam esse poder para concordar os colonos e não vasqueiro, pressionar Netanyahu.

— Acho que todas as oportunidades [de um cessar-fogo] foram perdidas nos últimos meses. Netanyahu tem todo o incentivo para prosseguir nessa campanha de expelir mais líderes do Hamas e do Hezbollah — disse ao GLOBO Maurício Santoro, colaborador do Meio de Estudos Político-Estratégicos da Marinha. — Se eventualmente ele for para uma negociação em algumas semanas ou meses, o fará em uma posição de força, com um desequilíbrio muito favorável para Israel, e também acredito que isso só acontecerá posteriormente as eleições americanas, em novembro.

Rainha de Copas

Do lado do Hamas, apesar de Sinwar ser mira de ressentimento de muitos habitantes de Gaza, que o culpavam pelo grande sofrimento causado pelo conflito que já matou mais de 42 milénio pessoas no enclave, era também venerado por combatentes do Hamas por ser considerado o mentor do ataque de outubro do ano pretérito, que deixou quase 1.200 mortos e mais de 250 pessoas porquê reféns em Gaza. Uma vez que líder mais buscado por Israel em Gaza, aparecia porquê a Rainha de Copas nas cartas de baralho distribuídas aos militares israelenses que traziam os rostos de dirigentes do Hamas.

Mas, apesar de ser descrito por Fuad Khuffash, exegeta palestino próximo ao Hamas, porquê uma “figura icônica” difícil de substituir, golpes anteriores de Israel, que assassinou dezenas de líderes do Hamas e matou muitos milhares de seus combatentes desde que o grupo foi fundado na dez de 1980 com o objetivo de expelir Israel, nunca impediram sua recuperação, muitas vezes com ferocidade maior.

— Seu assassínio não é fácil. Mas isso não fará com que o Hamas recue e se renda — disse Khuffash ao New York Times.

Uma prova disso é que o Hamas, mesmo posteriormente mais de um ano de conflito, continua a lutar, voltando a lançar ataques em áreas que Israel alegou ter liberado.

— O Hamas vem travando essa guerra há um ano em um espaço muito fechado, portanto já está descentralizado ao limite, lutando em unidades muito pequenas de uma dúzia ou menos de combatentes que têm muita autonomia — disse ao New York Times Ramzy Mardini, associado do Instituto Pearson da Universidade de Chicago que estuda rebeliões e guerras civis.

É improvável que a morte de Sinwar afete essas operações, disse, já que, de qualquer forma, ele havia perdido a capacidade de dirigi-las. Mas Sinwar era fundamental para as decisões de elevado nível do Hamas, porquê concordar ou não com um cessar-fogo.

Até o momento, o grupo não deixou evidente quando anunciará um novo sucessor, ou porquê essa transição afetará a postura de negociação de um grupo que há muito tempo é dirigido por uma combinação de autoridades políticas baseadas no Espiolhar e líderes políticos e militares em Gaza.

Apesar de as autoridades envolvidas nessas negociações o terem considerado um linha-dura menos propenso a fazer concessões do que integrantes do grupo fora de Gaza, é verosímil que sua morte torne incerto quem tem a capacidade de negociar em nome do Hamas, não deixando ninguém com a estatura necessária para prometer a conformidade dos grupos armados de Gaza com qualquer concordância que seja obtido.

Embora muitos em Gaza tenham comemorado sua morte, a mensagem do Hamas de resistência violenta a Israel há muito tempo encontrou seus recrutas entre aqueles que mais perderam no conflito: refugiados palestinos forçados ao exílio permanente com a geração de Israel e seus descendentes; pessoas que perderam casas e entes queridos para as bombas israelenses; e jovens sem perspectivas de uma vida melhor.

A possibilidade de qualquer forma de Estado ou autodeterminação para os palestinos na Cisjordânia e em Gaza parece mais remota agora do que em muitos anos. E a guerra de Gaza — ao matar, melindrar, deixar órfãos e transmitir tantas pessoas — aumentou o ódio a Israel entre os palestinos e o desespero que direciona os recrutas para grupos apreciados pelo Hamas, independentemente de quem os lidera.

— A raiz do problema não é o Sinwar ou mesmo o Hamas — disse Hassan Abu Haniyeh, profissional em grupos militantes do Instituto de Política e Sociedade da Jordânia. — O problema é o dia seguinte. O que você vai fazer? Você pode matar todo o Hamas, mas o que você vai fazer no dia seguinte?

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