Qual o risco de guerra entre Líbano e Israel após as explosões de pagers?

O conflito entre o Hezbollah, fundamentado no Líbano, e o governo de Israel, se intensificou nos últimos dias, depois que uma ação coordenada explodiu centenas de pagers e rádios de informação do grupo, em uma situação que pode evoluir para uma guerra ocasião.

As explosões mataram ao menos 37 pessoas e feriram mais de 3.000 libaneses. Na terça, houve uma vaga de detonações de pagers, usados por membros do Hezbollah para evitar interceptações. No dia seguinte, rádios walkie-talkie explodiram. A suspeita principal é que agentes de Israel tenham disposto explosivos nos equipamentos, mas o governo do país não assumiu a autoria do ataque.

Nesta quinta, 19, líderes do Hezbollah e de Israel trocaram acusações e ameaças, e líderes de outros países buscam formas de acalmar a situação.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, fez um exposição na TV e disse que Israel cruzou “todas as linhas vermelhas” com o ataque e que o grupo iria dar uma resposta, mas sem detalhar porquê ela ocorrerá. “Isso pode ser chamado de crimes de guerra ou enunciação de guerra, porquê você quiser invocar. Essa era a intenção do inimigo”, disse.

Enquanto Nasrallah falava na TV, houve novos ataques de Israel ao sul do Líbano e aviões do país sobrevoaram a região e fizeram ataques. Ao menos 30 lançadores de mísseis do Hezbollah foram atingidos, segundo o Tropa de Israel.

Israel promete ataques

Israel tem dito que as ações contra o Hezbollah vão continuar e que o conflito está em novidade tempo. Nesta quinta, Yoav Gallant, ministro de resguardo de Israel, prometeu mais ataques.

“Nesta novidade tempo da guerra há oportunidades significativas mas também riscos significativos. O Hezbollah se sente perseguido. Nossas ações militares vão continuar”, disse Gallant, durante entrevista coletiva. “Nossa meta é prometer o retorno seguro das comunidades do setentrião de Israel para suas casas. Conforme o tempo passa, o Hezbollah vai remunerar um preço cada vez mais cima.”

O Tropa de Israel disse ainda que dois soldados morreram em combate perto da fronteira com o Líbano nesta quinta,19.

Ao mesmo tempo, líderes de outros países buscaram amenizar a crise. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está em Paris para uma rodada de conversas sobre a crise no Oriente Médio e disse que a França e os Estados Unidos estão trabalhando para buscar formas de reduzir a tensão na região, mormente em relação ao Líbano.

O secretário de Relações Exteriores do Reino Uno, David Lammy, fez um alerta para que os britânicos que estejam no Líbano deixem o país. “A tensão está subida e a situação poderá se estragar rapidamente”, disse, em uma rede social.

Por que Israel faz ataques ao Líbano?

Militares de Israel e o Hezbollah vivem um conflito há décadas. Depois a invasão de Israel na Fita de Gaza, há quase um ano, o grupo libanês passou a fazer ataques na região da fronteira entre Israel e Líbano. Isso fez com que mais de 200.000 pessoas tenham deixado suas casas, dos dois lados da fronteira.

Para Michael Young, editor sênior do meio de pesquisas Carnegie Middle East, fundamentado em Beirute, Israel tem duas opções: tentar ampliar uma zona de cessar-fogo ao volta da fronteira, o que impediria novos ataques na dimensão, ou tentar ocupar partes do sul do Líbano, o que significaria manter uma força de ocupação no país vizinho por tempo indeterminado.

“Uma vez que estas opções vão restabelecer a segurança e segurança no setentrião de Israel é um mistério. A zona de cessar-fogo na fronteira hoje não tem protegido Israel, e mesmo se as forças de Israel entrarem no Líbano, o Hezbollah pode fazer disparos por cima dela e ainda assim hostilizar o setentrião de Israel”, aponta.

Young avalia que, no cenário atual, os dois lados parecem ter dúvidas sobre ampliar os ataques, sob o risco de entrarem em uma guerra longa e difícil de ser mantida. Israel mantém uma operação militar que invadiu a tira de Gaza, e mourejar com duas frentes ao mesmo tempo exigiria mais recursos e soldados, o que teria ainda um potente dispêndio político ao governo de Benjamin Netanyahu.

“Apesar da superioridade militar de Israel, o problema é que não há pontos finais para uma guerra com o Hezbollah. Se as forças de Israel avançarem no Líbano, cada colina avante pode ser um novo sítio de onde o Hezbollah poderá fazer ataques, justificando tomar aquela colina e empurrando Israel mais fundo em um atoleiro. Em que ponto Netanyahu poderia declarar vitória? Não há”, diz Young.

Quem é o Hezbollah?

O Hezbollah é um grupo islâmico xiita, fundamentado no Líbano e considerado terrorista pelos Estados Unidos, Israel e outros países ocidentais. Ao mesmo tempo, atua na política, porquê um partido, e disputa eleições desde 1992.

Em 1978, militares de Israel invadiram e ocuparam partes do sul do Líbano, sob alegado de que militantes palestinos estavam abrigados ali. Nos anos seguintes, o Irã apoiou a geração do Hezbollah, um grupo armado para lutar contra a ocupação israelense. Em 2000, as forças israelenses deixaram o Líbano, mas o Hezbollah continuou fazendo ataques a Israel, por tutorar que o país vizinho estava ocupando irregularmente áreas na região da fronteira.

Em 2006, houve uma novidade guerra entre Israel e Líbano, que durou tapume de um mês. O cessar-fogo previa um desarmamento do Hezbollah e a retirada das tropas de Israel. Depois disso, a tensão entre os dois países diminuiu, mas não cessou por completo.

O Hezbollah conseguiu se rearmar e crescer nos anos seguintes e atualmente tem entre 20 milénio e 50 milénio membros, além de um tanto entre 120 milénio e 200 milénio mísseis, segundo dados do think tank CSIS.

A crise entre os dois países voltou a lucrar força depois do ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023. Desde portanto, o Hezbollah disparou mais de 8.000 mísseis contra Israel, além de ataques com drones explosivos. Boa segmento deles foi barrado pelo sistema de resguardo israelense, mas ao menos 25 pessoas morreram pelos ataques, segundo o governo israelense. Israel fez ataques de retaliação e matou ao menos 589 pessoas no Líbano desde portanto, segundo o governo do país.

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