
Câmara e Senado dizem ao STF que não podem identificar quem são os autores de emendas de comissão
A Câmara e Senado afirmaram, durante reunião no Supremo Tribunal Federalista (STF), que não conseguem identificar os autores das emendas de percentagem, instrumento que passou a ser mais utilizado com o término das emendas de relator, que compunham o chamado orçamento secreto.
A reunião foi realizada para detalhar o cumprimento da decisão do ministro Flávio Dino, que determinou que as emendas de percentagem e os sobras a remunerar das emendas de relator só podem ser pagos pelo Poder Executivo quando houver “totalidade transparência e rastreabilidade” dos recursos.
Os representantes da Câmara afirmaram não que existe a figura do “patrocinador” das emendas de percentagem (RP8), e por isso não é provável identificá-los. “Em relação à RP8, as informações estão disponíveis e atendem o procedimento do regimento, mas a figura do patrocinador não existe no Congresso, de modo que o Congresso não tem porquê colaborar”, diz a ata do encontro.
Em seguida, os representantes do Senado afirmaram que endossavam a sintoma da Câmara. Eles também alegaram que as emendas de percentagem não estão no escopo original da ação na qual Dino tomou a decisão.
O valor das emendas de percentagem, que não chegavam a R$ 1 bilhão até 2022, saltaram para R$ 7 bilhões em 2023 e R$ 15 bilhões neste ano.
Na semana passada, durante audiência de conciliação, o ministro do STF afirmou que é preciso esclarecer se as características do orçamento secreto não podem ser aplicadas em outros mecanismos, porquê as emendas de relator.
“A razão de deliberar no Supremo é que qualquer modalidade de orçamento secreto fica banida”, afirmou Dino. “Não basta mudar o número para mudar a origem. Se não é provável uma realização privada de recursos públicos com opacidade sob a modalidade de RP-9 do mesmo modo isto está vedado sobre qualquer outra classificação”.