Brasil precisa atrair US$ 3 trilhões rumo ao net zero e pode ser hub de soluções climáticas, diz BCG

Descarbonizar o Brasil e atuar paralelamente uma vez que um hub de soluções climáticas para o mundo: esta é a aposta do Boston Consulting Group (BCG) até 2050, ano em que o país tem a meta de se tornar ‘net zero’ e zerar suas emissões de gases de efeito estufa. Até lá, um estudo da consultoria aponta que serão necessários US$ 3 trilhões em investimentos sustentáveis em diversos setores-chave uma vez que transporte, lavra, indústria e vigor.

Para Arthur Ramos, diretor-executivo e sócio do BCG, ainda estamos no início da curva, mas o cenário é positivo e há mais interesse de investidores pela gama de possibilidades e recursos naturais que o Brasil oferece. “Há avanços acontecendo e mais anúncios de projetos verdes, captação de recursos, além de muitas discussões em bioeconomia e maior protagonismo das startups e universidades. É só olharmos para oriente evento em que estamos presentes cá em Novidade York [Brazil Climate Summit], são muitos interessados. A cultura regenerativa está ativa”, disse em entrevista à EXAME.

O transporte, responsável por tapume de 9% das emissões totais brasileiras, é peça-chave para a transição energética, e sua descarbonização envolveria biocombustíveis e infraestrutura de eletrificação. Já na dimensão de vigor, há a expectativa de um aumento de 3% ao ano no consumo, o que exigiria novas fontes renováveis – como o hidrogênio virente e a biomassa.

Segundo o BCG, o net zero é provável devido às vantagens competitivas do país: líder em reflorestamento globalmente, matriz energética predominantemente renovável (88%), grande exportador de commodities com potencial para escalar a lavra sustentável e rico em minerais críticos, recursos naturais e biodiversidade.

“Porquê portanto entregamos essas soluções para o mundo?”, indagou Arthur. Segundo ele, é preciso trazer tanto investimentos nacionais uma vez que internacionais para cá e promover a troca de pessoas e capital entre os países, focando em suas sinergias e peculiaridades. Por exemplo, onde há floresta degradada uma vez que no Brasil, existe a possibilidade de restabelecer áreas. Em países com floresta tropical, uma vez que na África, Indonésia e secção da América Latina, o Brasil pode ser exemplo em tecnologia e exportar soluções. 

“O principal repto é o próprio financiamento climatológico, pois estamos falando de um volume grande de recursos e o capital e seus riscos no Brasil são mais altos para os investidores. Mas ao mesmo tempo, há um enorme interesse pelo potencial e oportunidade”, destacou Arthur. Para ele, a prioridade para avançarmos é a regulação do mercado de carbono, que poderia destravar os investimentos em soluções baseadas na natureza e impulsionar a indemnização das emissões. 

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