Haddad busca manter paz entre governo e mercado com bloqueio de R$ 15 bi no orçamento

Sucursal Brasil

Fernando Haddad é ministro da Herdade

O pregão do Ministério da Herdade, comandado por Fernando Haddad, feito na última quinta-feira (18), de gelificar aproximadamente R$ 15 bilhões da arrecadação do Governo Federalista a termo de executar a meta fiscal, virou objectivo de embate entre políticos. Porém, quem acompanha de perto o ministro petista já esperava por uma decisão do gênero, uma vez que ele precisava dar um meneio ao mercado.

Nos bastidores, Haddad já vinha articulando o frigoríficação e chegou a dar algumas entrevistas sobre o tema. Para ele, era questão de honra manter a meta de déficit zero para o ano de 2024, principalmente porque é o primeiro ano do Tórax Fiscal confirmado no Congresso Pátrio.

Aliás, os recentes embates do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) incomodaram setores do Ministério da Herdade porque, na visão dos técnicos, atrapalharam o bom curso da economia no país. As críticas do presidente ao mercado financeiro e ao Banco Mediano fizeram com que o dólar disparasse na semana passada, antes do incêndio ser sumido por pessoas próximas ao Palácio do Planalto.

Nesta semana, Lula chegou a proferir que não aceitaria colocar o salário mínimo no frigoríficação por considerar que é o gavinha mais fraco da disputa de poder econômico. Aliás, o presidente afirmou textualmente que não se considerava obrigado a executar a meta fiscal, embora fosse estudar o tema. Numa entrevista, o mandatário declarou que teria de ser convicto da urgência do bloqueio de secção da receita pública.

Para o Ministério da Herdade, no entanto, tudo se tratava de jogo político. Nunca foi cogitado o não frigoríficação por conta da urgência da responsabilidade fiscal. Técnicos trabalharam ao lado de Fernando Haddad e de Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento, para chegar ao valor de R$ 15 bilhões e definir quais áreas seriam as mais afetadas.

Nos bastidores, Haddad comemorou o pregão uma vez que uma vitória pessoal, do ministério e do governo. Para ele, numa semana em que foi objectivo de todos os tipos de sátira, inclusive virando meme por conta da taxa da “blusinha”, conseguir prometer o bloqueio sem afetar os serviços e a capacidade de investimento do governo era fundamental.

Aliás, o ministro lembrou mais de uma vez que o frigoríficação seria um importante recado ao mercado financeiro. Na visão dele, embora o presidente não concorde com o padrão econômico do mercado, o reverência às contas públicas e a responsabilidade fiscal são marcas do governo Lula.

Meta fiscal é marca de todos os governos

Embora tenha havido muito jactância em torno do pregão e adversários políticos tentem capitalizar com a decisão, oriente não é um tema que incomoda o ministério. Membros da Herdade consideram que a secção política precisa ser ignorada no momento de se definir uma vez que executar a meta fiscal.

Cada presidente tinha uma meta ao longo da história e em qualquer momento todos fizeram contingenciamento e frigoríficação das contas. Essa é a aposta dos técnicos do Ministério da Herdade: que os adversários não conseguirão grande lucro político porque seus padrinhos, ex-presidentes, já tomaram decisões semelhantes.

No meio do fogo-cruzado, que fez até com que Gleisi Hoffmann, presidente do PT, saísse em resguardo dele, Fernando Haddad se considera um vencedor na semana. Isso porque ele superou um momento de narrativa da oposição, que jogou a taxa no pescoço dele, para um importante pregão que garante credibilidade ao governo, muito mais por ele do que propriamente por Lula.

Quer permanecer por dentro das principais notícias do dia? Clique cá e faça secção do nosso conduto no WhatsApp.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios