Ucrânia ataca Grupo Wagner na África para minar forças russas no continente

No final de julho, milícias separatistas tuaregues anunciaram uma de suas maiores, senão a maior,
vitória sobre as forças do Mali e seus principais aliados, o grupo mercenário russo Wagner. Na emboscada, realizada quando os militares se retiravam depois três dias de combates, teriam morrido 84 mercenários e 47 soldados malineses, e o governo de Bamako admitiu a grande graduação da perda de “vidas humanas e equipamentos”.

Mais do que um dos mais graves ataques sofridos pelo Tropa do Mali desde o início da insurgência tuaregue, há mais de uma dez, a ofensiva trazia digitais de outro ator extrínseco, a Ucrânia: segundo um porta-voz da lucidez militar de Kiev, os tuaregues “receberam informações necessárias, e não unicamente informações, que permitiram uma operação de sucesso contra os criminosos de guerra russos”.

Outros relatos sugerem que os ucranianos treinaram os rebeldes para o uso de drones, uma arma prevalente no conflito travado a milhares de quilômetros do Mali.

A recepção ao menos parcial de Kiev foi mais um sinal de que os ucranianos veem nos ataques contra interesses russos na África uma maneira de atingir Moscou em outras frentes, e de minar a complexa diplomacia da Rússia para o continente. Uma estratégia que traz grandes riscos.

Desde meados de 2023, há indícios de que os ucranianos apoiam milícias e grupos armados em combates contra o Grupo Wagner na África. Em fevereiro, um vídeo divulgado pelo site Kyiv Post mostrou um varão que seria um mercenário russo tomado por rebeldes no Sudão, durante um interrogatório transportado por homens das forças especiais da Ucrânia.

Outros vídeos, que circularam em canais no Telegram, traziam imagens de drones atacando “mercenários russos e seus parceiros terroristas locais” no país, imerso em uma violenta guerra social desde 2023. Em setembro do ano pretérito, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniu com o encarregado do Tropa sudanês, Abdel Fattah al-Burhan, cujas forças combatem a milícia apoiada pelo Grupo Wagner, na Irlanda, e afirmou que ambos “discutiram desafios comuns de segurança, em peculiar as atividades de grupos ilegais armados financiados pela Rússia”.

Na estação, houve protestos por secção da Chancelaria russa e de governos aliados. Mas o suposto pedestal aos tuaregues no Mali, em julho, gerou uma resposta mais incisiva.

O governo malinês cortou relações com Kiev na semana passada, e o porta-voz do governo declarou que a Ucrânia “violou a soberania do Mali” ao ajudar o “ataque covarde, traiçoeiro e bárbaro”.

O Níger, país vizinho e coligado próximo, também rompeu laços com os ucranianos, e o Senegal convocou o emissário da Ucrânia para apresentar suas queixas. Em transmitido, Kiev disse que a decisão do Mali foi “dura”, e anunciada “sem um estudo dos fatos e circunstâncias do incidente, e sem fornecer qualquer envidência do envolvimento da Ucrânia”.

Ao concordar milícias e grupos que rivalizam com os interesses russos na África, Kiev parece mirar em um dos pilares da política externa russa. Por mais de uma dez, Moscou tem estreitado laços com governos africanos, alguns cultivados desde os tempos da União Soviética, para fincar posições e obter vantagens em termos políticos, financeiros e estratégicos, usando porquê utensílio o Grupo Wagner e sua promessa de segurança contra ameaças externas e, principalmente, internas.

— O Grupo Wagner se tornou uma utensílio muito útil de política externa, porque nem sempre precisa se sujeitar às minúcias dos negócios formais entre governos. O que ele pode fazer é oferecer serviços a governos que precisem de um provedor de segurança, de forma a permitir a construção de laços de amizade — afirmou ao GLOBO Guy Lamb, professor da Universidade Stellenbosch, na África do Sul.

A milícia criada por Yevgeny Prigojin, outrora coligado do Kremlin, mas que morreu em um suspeito acidente distraído, em 2023, semanas depois de liderar um motim contra Moscou, apoiou forças locais contra grupos extremistas, porquê o Estado Islâmico (EI), ajudou na estabilização de governos e também em tentativa de derrubada de lideranças.

Segundo o Projeto de Dados de Localização e Eventos de Conflitos Armados, a organização estava envolvida na morte de 1,8 milénio civis no continente até agosto do ano pretérito, e foi acusada de cometer graves crimes de guerra.

Segundo documentos obtidos pela rede BBC, a milícia, agora repaginada sob o nome de “Corpo Expedicionário”, oferece pacotes de “sobrevivência para regimes”, que incluem, além de pedestal armado, instruções para mudanças em leis de exploração originário, destinadas a beneficiar empresas russas e alongar companhias ocidentais. À sua frente está o general Andrey Averyanov, velho encarregado de uma unidade da lucidez militar russa responsável por expelir rivais e desestabilizar governos: ele é indiciado pela tentativa de assassínio do ex-espião russo Sergei Skripal, em 2018, e é suspeito de planejar a morte de Prigojin.

— O grupo tipicamente procura países vulneráveis, países não democráticos, onde houve um golpe de Estado, ou que têm partidos ou governantes que estão em vias de serem depostos — disse Guy Lamb. — O que o grupo também faz, dentro do envolvente multipolar da África, onde não há necessariamente uma potência dominante, é “distrair” países competidores, o que permite aos russos minar outros governos, porquê ex-potências coloniais, que ainda têm seus interesses.

Um sinal disso veio em dezembro do ano pretérito, quando a França, uma antiga potência colonial, retirou suas tropas do Níger, meses depois de um golpe militar. Ao mesmo tempo em que os franceses voltavam para lar, o novo regime procurou o Grupo Wagner para conseguir garantias militares de que permaneceria no poder. Além dos mercenários, as ruas de vários países ganharam a presença de bandeiras russas em manifestações, mais um sinal de porquê a estratégia de Moscou, até agora, está sendo muito sucedida.

O pedestal a rivais do Grupo Wagner ocorre em paralelo a uma ofensiva diplomática ucraniana, que tem obtido poucos sucessos. No primícias do mês, o chanceler, Dmytro Kuleba, visitou três países — Malauí, Zâmbia e Ilhas Maurício —, mas são poucos os que parecem dispostos a trocar as velhas relações cultivadas com Moscou por um porvir incerto ao lado de Kiev, envolvida em uma guerra longe do termo e sem os mesmos “benefícios” imediatos dos russos.

— A Ucrânia não tem laços fortes no Oeste da África, e os aliados [ocidentais] da Ucrânia não têm mais a mesma presença na região no momento — disse à al-Jazeera Liam Karr, do Projeto de Ameaças Críticas, que monitora conflitos ao volta do mundo. — Logo isso é zero vezes zero, e o resultado é zero.

No campo militar, o papel de Kiev parece ser unicamente na forma de treinamentos e de formulação de estratégias: hoje, o país diz ter poucos recursos para combater as ofensivas russas em seu território, assim porquê poucos militares aptos ao combate. Porém, nas últimas duas semanas Kiev conduz uma inédita ofensiva dentro da Rússia, capturando mais de milénio km², uma cidade estratégica, Sudja, por onde passa um importante gasoduto, e impondo um ressaltado dispêndio político a Vladimir Putin, além de trazer novos elementos a uma eventual negociação futura de silêncio.

Por outro lado, os planos — assim porquê a imagem do país na África — podem se ver em risco por uma aparente falta de conhecimento da dimensão. A ofensiva que deixou dezenas de mercenários mortos no Mali também envolveu a rede terrorista al-Qaeda, presente no Oeste africano. E os propagandistas russos, cada vez mais influentes na região, imediatamente começaram a vincular Kiev ao extremismo islâmico.

— Parece que o governo da Ucrânia não tinha conhecimento sobre as permutas políticas do ataque — disse Ryan Cummings, fundador da companhia de monitoramento de segurança Signal Risk, à al-Jazeera.

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