Corte de gastos não vai afetar BPC e Bolsa Família, promete Tebet

Lula Marques/ Escritório Brasil – 04/04/2023

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, garantiu zelo do governo com questão fiscal

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, garantiu que a revisão de gastos do governo será feita com “perceptibilidade, racionalidade e justiça social”, sem comprometer os programas sociais. Segundo ela, os filtros aplicados no  Bolsa Família
já resultaram em uma economia de R$ 12 bilhões com o programa.

Ela lembrou que, em caráter emergencial, o cadastro para o Bolsa Família foi facilitado durante a pandemia, mas que, com a melhora da situação, tanto do ponto de vista da saúde uma vez que econômico, muitas pessoas puderam terebrar mão do mercê.

A ministra explicou que, da pandemia para cá, o Brasil cresceu, só no ano pretérito, quase 3%, e que o país se encontra atualmente com índices recordes de empregos e carteiras de trabalho assinadas. “Isso significa que muita gente que precisava do Bolsa Família não precisa mais”, disse nesta quinta-feira (18), no programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Notícia (EBC).

“Fizemos um filtro e conseguimos, entre aspas, poupar R$ 12 bilhões [com o Bolsa Família]. Não é para poupar, até porque uma segmento foi para outras políticas públicas. Outra segmento foi para a gente resolver esse problema do déficit fiscal”, acrescentou ao prometer que grande segmento desse verba teve uma vez que sorte a reposição de políticas públicas que tinham sido abandonadas durante o governo anterior.

Ela garantiu que não há possibilidade nenhuma de o governo finalizar com o Favor de Prestação Continuada (BPC).

Simone Tebet reiterou que o governo manterá todo o zelo com a questão fiscal. “O Brasil não pode gastar mais do que arrecada”, afirmou. “Mas, ao mesmo tempo, não pode gastar menos do que o necessário”, acrescentou.

“Não podemos olvidar que o Brasil saiu muito empobrecido da pandemia e que muitas políticas públicas foram abandonadas. Tivemos de repor muitas políticas públicas em 2023. Foram seis anos sem atualizarmos [o valor da] merenda escolar das nossas crianças. A Farmácia Popular foi totalmente desestruturada. O Minha Lar, Minha Vida ficou quatro anos sem um contrato novo para a tira de quem ganha até um salário mínimo e meio”, argumentou.

Repto

Na avaliação da ministra, a tarefa de sua pasta é um grande duelo, em meio a todo esse contexto. “Mas a gente faz isso com muita sensibilidade, carinho e paixão, sabendo que, por trás desses números, existem pessoas e gente sofrendo. Existem crianças dormindo com inópia. Portanto, o que precisamos é lastrar”, disse.

“De forma objetiva, vamos ter de trinchar gastos. Mas vamos trinchar gastos naquilo que efetivamente está sobrando. Fraude, erros e irregularidades, ainda têm muito. Por isso, temos de fazer reformas estruturantes para poder ter [recursos] para aquilo que mais precisa. Onde mais precisa? Eu sou professora e sei. É na instrução e na saúde”, disse.

Com relação às obras do Programa de Aceleração do Incremento (PAC), a ministra Simone Tebet disse que será preservado, mesmo que se façam necessários alguns cortes temporários, contingenciamento ou bloqueios em obras. “Nesse caso, a gente fará naquelas [obras] que não foram iniciadas. A cada 2 meses faremos revisões, podendo repor de outra forma. Mas repito, não há nenhuma sinalização de que o PAC, principalmente na superfície de instrução e da saúde, terá golpe”, garantiu.

LDO

Sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que direciona o orçamento dos recursos públicos, a ministra disse que a expectativa é a de ser votada entre agosto e setembro, “sem nenhum problema” e, que, enquanto isso, “temos outra missão importante, que é a elaboração do orçamento brasiliano, para definir para onde vai cada centavo do orçamento público”.

O prazo de entrega ao Congresso Pátrio é 31 de agosto. “É uma conta matemática que parece simples mas não é. É uma equação onde a receita menos a despesa tem de ser igual a zero. Temos um compromisso com o país, de não gastar mais do que arrecadamos”, afirmou.

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