Governo lança programa para ampliar participação de trabalhadores negros no comércio exterior

Embora a presença de trabalhadores negros em empresas brasileiras exportadoras e importadoras tenha aumentado na última dez, a desigualdade ainda é muito possante em relação à ocupação dos principais postos de gerência e diretoria — e o salário pode chegar a ser 56% mais insignificante, mormente entre as mulheres.  

É isso que revela um novo estudo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços (MDIC) sobre disparidade racial no comercio exterior lançado nesta quinta-feira (7) pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, e a ministra a Paridade Racial, Anielle Franco.

Visando mudar o cenário, o governo federalista anunciou um programa para a ampliar participação de pessoas pretas e pardas neste setor, promovendo a inclusão e capacitação por meio de cursos, consultorias, pacotes de incentivos e fornecendo uma rede de suporte para que estejam em maior peso em feiras, eventos e rodadas de negócio internacionais. Entre os outros objetivos da iniciativa, estão fortalecer a visibilidade internacional dos produtos e serviços oferecidos por empreendedores negros e mobilizar o setor empresarial em prol de ações que promovam flutuação.

Em parceria com a ApexBrasil, o programa também engloba o “1º Prêmio de Inclusão e Volubilidade Racial no Transacção Exterior”, e irá reconhecer 27 empresas nas categorias Ouro e Prata para ganharem benefícios e serem ainda mais impulsionadas no mercado global. 

Disparidade racial

Segundo o estudo que cruzou microdados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) até 2021, pessoas pretas e pardas ocupavam somente 20% dos cargos de gerência e direção em empresas exportadoras , e 34% nas domésticas.

Nas primeiras, somente 8,9% dos diretores e 21% dos gerentes eram negros. Já nas importadoras, a proporção era de 11,2% e 24,5%, respectivamente. Em relação às companhias que não se enquadram no transacção exterior, o percentual sobe para 23,6% nos cargos de direção — e de 34,5% em gerência. 

Já o salário médio de negros em relação aos brancos é 61% menor nas exportadoras, e 60,6% nas importadoras. Nas empresas domésticas, o número sobe para 74,9%. A desigualdade cresce para as mulheres, que recebem ainda menos no universal, e entre as negras a diferença é ainda maior: elas recebem 44,4% da remuneração de homens brancos em exportadoras, por exemplo. 

Em 2021, 50,2% dos colaboradores nas empresas brasileiras eram homens, enquanto a presença feminina era de 44,3%. No transacção exterior, a disparidade foi mais acentuada: 42,6% de homens negros e somente 38,3% de mulheres negras nas exportadoras. 

O documento ressalta que os dados mostram que as empresas do transacção extrínseco tendem a remunerar melhores salários e descrever com força de trabalho com melhor qualificação. “Nesse sentido, merece próprio atenção pensar coletivamente uma vez que localizar os principais impeditivos para que esse setor, por suas características e dinamicidade, incorpore de modo mais ativo uma maior representatividade”, cita. 

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