
Greve em portos dos EUA se inicia com consequências para o comércio
Guindastes no Porto de Newark, Novidade Jersey (EUA), em 30 de setembro de 2024
Bryan R. Smith
Os estivadores de 14 grandes portos americanos declararam greve na madrugada desta terça-feira (1º), posteriormente o fracasso das negociações de última hora entre seu sindicato e a Coligação Marítima a reverência de questões salariais.
A greve no porto da Virgínia, uma das instalações afetadas, “começou às 00h01” desta terça-feira, anunciou o porto em seu site.
As negociações entre a Coligação Marítima dos Estados Unidos (USMX), que representa os empregadores, e o sindicato ILA, “estão estagnadas”, afirmou.
O sindicato anunciou que “fechou (as atividades em) todos os portos do Maine ao Texas”.
“Estamos dispostos a lutar o tempo que for necessário (…) para obter os salários e as proteções contra a automatização (do trabalho) que nossos membros da ILA merecem”, afirmou nesta terça-feira o presidente do sindicato, Harold Daggett, em um transmitido.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou empregadores e sindicatos a “sentar à mesa e negociar de boa-fé, de forma justa e rápida”, informou a Lar Branca.
O conflito representa um grande repto para o governo, mormente para a vice-presidente Kamala Harris, que procura suceder a Biden, uma vez que ambos tentam erigir uma imagem favorável aos sindicatos antes da eleição presidencial de novembro.
Até agora, o presidente descartou uma mediação federalista, apesar do contexto de tensão.
Na noite de segunda-feira, as duas partes anunciaram que haviam retomado as negociações, iniciadas em maio e estagnadas em torno de salários e da automatização do trabalho.
“Nas últimas 24 horas, a USMX e a ILA trocaram contrapropostas sobre os salários”, afirmou a Coligação Marítima em um transmitido, assegurando que havia “melhorado” sua proposta e solicitado uma prorrogação do atual concordância de trabalho para continuar as negociações.
Segundo uma nascente próxima às conversas, a proposta mencionada pela Coligação foi rejeitada pelo sindicato na segunda-feira.
A ILA planejava iniciar uma greve em 14 portos da costa leste e do Golfo do México logo que o atual concordância de seis anos expirasse.
A USMX representa os empregadores de 36 portos.
Por sua vez, o sindicato de estivadores conta com 85.000 afiliados em todo o território americano, incluindo trabalhadores de portos marítimos, rios e lagos.
A Oxford Economics estima que a greve custará entre 4,5 e 7,5 bilhões de dólares (R$ 24,5 bilhões e R$ 40,8 bilhões) por semana à economia dos Estados Unidos. O impacto totalidade depende da duração da paralisação, afirmaram seus analistas.
– Luta contra a automatização-
Esta é a primeira grande greve da ILA desde 1977. Grandes paralisações de trabalhadores em fábricas de automóveis e na Boeing, por questões salariais e condições de trabalho, têm ocorrido nos Estados Unidos.
Neste caso, o concordância coletivo abrange murado de 25.000 trabalhadores sindicalizados da ILA em grandes portos uma vez que Novidade York/Novidade Jersey, Boston, Filadélfia, Savannah, Novidade Orleans e Houston.
A governadora de Novidade Iorque, Kathy Hochul, disse na segunda-feira que as autoridades portuárias estavam tentando liberar a maior quantidade provável de mercadorias antes da paralisação.
Outros terminais, uma vez que os de Novidade Orleans, Louisiana e Savannah, ofereceram horas extras nos últimos dias para agilizar a circulação de mercadorias.
O sindicato exige proteção contra a perda de empregos relacionada à automatização de processos e pede aumentos salariais para os estivadores, que foram trabalhadores essenciais durante a pandemia de covid-19.
Relatos da prensa indicam que a ILA pede um aumento salarial de 77% em sete anos.
A USMX indicou na segunda-feira que sua última oferta teria “aumentado salários em murado de 50%, triplicado as contribuições patronais para os planos de aposentadoria e fortalecido os planos de saúde”.
Uma greve nos portos “paralisaria o negócio dos Estados Unidos e aumentaria os preços em um momento em que consumidores e empresas começam a sentir conforto da inflação”, afirmou Erin McLaughlin, economista do Conference Board, uma organização sem fins lucrativos que investiga a atividade mercantil.
“Não há uma opção fácil. Os armadores já começaram a redirecionar algumas cargas para a costa oeste, mas a capacidade desta opção é limitada”, alertou o técnico.