A Skol sentiu a concorrência. Mas, na Ambev, estratégia de preço segue de longo prazo, diz CFO

O terceiro trimestre da Ambev não desceu rotundo – mormente para a Skol, marca sessentona que sentiu o impacto dos preços agressivos da concorrência, principalmente da Itaipava, do Grupo Petrópolis.  

As ações da companhia caíram 2,24%, sendo os papéis mais negociados do pregão de quinta-feira, 31. Mas o proclamação do programa de recompra de 155 milhões de ações conseguiu vedar o que poderia ser uma sangria mais intensa. Hoje, os papéis continuam no campo negativo.  

A queda de 11% na última risca do balanço para R$ 3,57 bilhões aconteceu mormente por justificação da despesa com imposto de renda diante da menor dedutibilidade de subvenções governamentais e dos juros sobre capital próprio (JCP). Mas não só isso.  

O volume de cerveja vendida no Brasil ficou aquém do que previam os analistas. A projeção de mercado era de um incremento de 2,5%, mas os números mostraram um progressão de exclusivamente 0,6%.  

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O que explica a discrepância? Expectativas muito altas ou envolvente muito mais difícil? É difícil proferir, mas é melhor olhar o filme do que a foto, diz o CFO Lucas Lira. “De 2020 para cá, temos consistentemente conseguido crescer o nosso volume. E a indústria de cerveja no Brasil segue num momento muito bom. Nosso duelo tem sido liderar isso e temos mais ajustado mais que inverídico.”  

No segmento premium, a companhia conseguiu, de indumento, números melhores, acirrando a disputa com a Heineken. O grupo que reúne Corona, Spaten e Original cresceu mais de 25% no trimestre. No core plus, um segmento intermediário, as vendas cresceram 10%, com Budweiser e Brahma Duplo Malte.  

A maior dor foi mesmo nos rótulos mais populares, justamente os de maior volume. De tratado com Lira, Brahma e Antarctica ainda cresceram 8%. A principal vítima da guerra de preços travada pela Petrópolis foi a Skol. “O trimestre de Skol foi mais difícil, mas se pegarmos a performance desde o período pré-pandemia, o volume cresce 10%”, pondera. 

A grande questão do mercado é uma vez que a Ambev vai conseguir entregar incremento em meio a um envolvente menos racional de preços.  

Com a Petrópolis reagindo, a Ambev pode perder secção do espaço nas prateleiras que uma vez recuperou. Para o time do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Vistoria), é neste momento que a qualidade do portfólio, a distribuição e o entrada aos canais (incluindo as ferramentas digitais BEES e Zé) serão testados.  

No terceiro trimestre, diz Lira, os preços foram repassados, mas acabaram afetados pelo aumento de trouxa tributária. “Na receita por hectolitro temos sofrido mais por conta de aumento de ICMS e qualquer aumento no PIS e na Cofins. Embora tenhamos aumentado o preço ao cliente até um pouco supra da inflação, aumento tributário está anulando isso.” 

Mas a estratégia de precificação a longo prazo não mudou, garante o diretor financeiro. “O que acreditamos é na valimento de a indústria continuar crescendo. Logo, quando olhamos nossa estratégia de preço, tem uma série de variáveis nessa equação, uma vez que renda disponível, PIB e saúde das marcas.” A receita, segundo ele, é um incremento “saudável” da receita. “E depois trasladar essa receita em geração de caixa.” 

De 2020 até 2023, a empresa se esforçou em aumentar volume e conseguiu, chegando a patamares recordes. Mas o mercado ainda cobrava recuperação da rentabilidade, um caminho que começou a ser trilhado a partir do ano pretérito – de janeiro a setembro, a margem Ebitda do mercado de cerveja no Brasil cresceu 2,7 pontos percentuais, alcançando os 33%.  

Houve, sim, efeito de custos mais altos de commodities ao longo do tempo, mas a pedra no caminho agora, é outra. Em 2024, o duelo da Ambev é deixar volume e receita num estabilidade perfeito. Resta saber o quanto a companhia vai conseguir segurar todos os pratinhos (ou copinhos, nesse caso) de preço, custos, participação de mercado e saúde de marca.  

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