
Para chanceler argentina, Mercosul deve se abrir a ‘acordos com outros países’
A chanceler argentina, Diana Mondino, durante visitante ao Palácio do Itamaraty, em Brasília, em 15 de abril de 2024
EVARISTO SA
Um pacto de livre negócio entre o Mercosul e a China “seria bom para todos nós”, opinou, nesta terça-feira (16), a chanceler argentina, Diana Mondino, em visitante a São Paulo, onde defendeu a “modernização” do conjunto, depois novas dificuldades para concluir um pacto com a União Europeia.
Mondino informou que o governo prateado, chefiado pelo presidente ultraliberal Javier Milei, é “em prol” de proceder em um pacto entre o conjunto sul-americano e o gigante asiático, durante entrevista com a prelo estrangeira na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Outrossim, afirmou que o Mercosul deve estabelecer “convênios com outros países” ou blocos.
A chanceler mencionou o pacto concluído do conjunto com Singapura, o negociado com a Associação Europeia de Livre Negócio (EFTA), um guiado com os Emirados Árabes Unidos, e outros no horizonte com o Vietnã e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Brasil e Argentina, fundadores do Mercosul, que também inclui Uruguai e Paraguai, trabalham para atualizar o conjunto, criado há 32 anos, disse Mondino.
No entanto, ela reconheceu as diferenças nos prazos dos sócios para proceder em novos acordos.
Com a China, segunda economia mundial, “o Uruguai, que é uma economia pequena, não teria que ceder muito”, uma posição próxima à do Paraguai, explicou.
Montevidéu fez potente pressão para proceder nas negociações e até iniciou diálogos bilaterais, o que provocou tensões dentro do conjunto.
O Brasil, por sua vez, teria mais a perder e, portanto, buscaria proceder “mais pausadamente” para determinar as vantagens reais. Assim uma vez que a Argentina, o Brasil tem “indústrias maiores e quer cuidar da produção sítio”, assinalou Mondino.
O impulso para novos acordos ocorre em meio a dificuldades para a desfecho do pacto entre Mercosul e União Europeia, negociado há mais de duas décadas e que voltou a se complicar nos últimos meses.
Em visitante recente ao Brasil, o presidente gálico, Emmanuel Macron, o qualificou de “péssimo” perante a mesma Fiesp visitada por Mondino nesta terça.
Apesar disso, o pacto, que “não é uma panaceia”, segundo ela, “continuou avançando”.
A chanceler afirmou que as eleições para o Parlamento europeu em junho próximo atrasaram as negociações. Mas, depois que forem realizadas, “não vejo razões para demorá-lo”.
Na segunda-feira, Mondino fez visitante solene a Brasília, onde se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.