Presidente do Banco Central: fim da jornada 6×1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

O presidente do Banco Médio (BC), Roberto Campos Neto, definiu porquê “prejudicial ao trabalhador” a proposta de emenda à Constituição que visa varar a semana de trabalho com graduação 6×1. O texto, que sugere a redução da trouxa semanal máxima de trabalho no Brasil, “vai aumentar a informalidade” e reduzir a produtividade, avaliou Campos Neto.

Campos Neto citou a PEC, que ganhou destaque nas redes sociais e recebeu espeque de 194 parlamentares recentemente, ao tratar da reforma trabalhista realizada na presidência de Michel Temer, que flexibilizou as leis trabalhistas. Segundo ele, as mudanças promovidas na estação contribuíram para a melhora da “situação do serviço no Brasil”.

“O projeto de varar a graduação 6×1 e permitir que as pessoas trabalhem somente quatro dias por semana é bastante prejudicial para o trabalhador, pois aumenta o dispêndio do trabalho, incentiva a informalidade e diminui a produtividade,” afirmou o presidente do BC em uma videoconferência durante o 12º Fórum Liberdade e Democracia, onde foi homenageado.

A proposta

A proposta, criada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP), procura reduzir o limite constitucional de horas trabalhadas no Brasil, de 44 para 36 horas semanais. Esse ajuste visa viabilizar uma semana de trabalho de quatro dias no Brasil, adotando a graduação 4×3.

Para o presidente do BC, é precípuo proceder nas reformas trabalhistas sem onerar ainda mais os empregadores. Ele argumenta que a “ilusão de pequeno prazo” trazida por obrigações adicionais para os empregadores se torna contraproducente a longo prazo. Campos Neto, que deixa o missão em dezembro, destacou que tais mudanças não garantem a melhoria dos direitos dos trabalhadores.

Resguardo de uma cultura pró-empresário

Ao ser questionado sobre a influência de seu avô, o economista Roberto Campos, Campos Neto ressaltou sua resguardo pela autonomia do Banco Médio e pelos “valores da economia liberal”. Segundo ele, esses valores incluem o entendimento de que “o Estado não é o indutor principal de prosperidade e produtividade”.

“O Estado precisa desempenhar sua função, atendendo o social, principalmente em um país porquê o Brasil. Porém, é precípuo reconhecer a valia do empreendedor, daquele que toma decisões de risco”, defendeu Campos Neto. Para ele, o Brasil deve adotar uma cultura “pró-empresário, pró-empreendedor e pró-capital” e evitar uma postura antiempreendedor.

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