
Autor de 'Diário de um Banana' revela o sucesso por trás da saga — e spoiler de novo livro
Por muitos anos, o cobiçoso (e preguiçoso) Greg Heffley se esforça para ser o aluno mais popular e descolado de sua escola, mas todas suas táticas sempre levam ao sinistro. Embora a premissa seja simples, a série de livros “Quotidiano de um Banana” conquistou gerações de crianças ao trazer humor para as agruras da juvenilidade. E até hoje é considerada uma das principais do gênero infanto-juvenil.
Escrito por Jeff Kinney, o primeiro livro foi publicado em 2007 e em pouco tempo se tornou um best-seller nos Estados Unidos, com mais de 100 milénio cópias impressas em somente um ano.
O sucesso motivo a geração de novas histórias do protagonista, que seguem impressionando o mercado literário expressivos números de vendas. Para se ter uma teoria, o 8º volume, “Quotidiano de um Banana: Maré de Contratempo”, encabeçou a lista dos livros mais vendidos de 2023 do jornal New York Times. O romance superou respectivamente “Jogos Vorazes: Em Chamas” e “Harry Potter e a Pedra Filosofal”.
As histórias de Greg Heffley já foram traduzidas para 28 idiomas e capturaram o interesse de leitores de diversas países, incluíndo o Brasil. Por cá, a coleção teve mais de 14 milhões de cópias vendidas. Sendo que o último livro, “Cabeça-Oca”, lançado em outubro de 2023, vendeu 100 milénio exemplares em um ano, de congraçamento com a VR Editora, responsável pela publicação no país.
Depois 17 anos, esse fenômeno ainda surpreende o responsável Jeff Kinney, que chega ao Brasil neste sábado, 14, porquê um dos convidados para a 27ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
Antes de aterrissar na capital paulista, o redactor bateu um papo com a EXAME e fez questão de esclarecer uma das maiores curiosidades dos fãs: “há semelhanças entre ele e Greg”.
“Na minha juvenilidade fui muito parecido com Greg Heffley, mas palato de pensar que ele tem mais imperfeições do que eu. Quando comecei a redigir, eu queria desenvolver um tanto semi-autobiográfico e quase realista, que capturasse todas os momentos engraçadas que aconteceram comigo quando moço em um só lugar”.
Ao estimar o impacto dos livros de “Quotidiano de um Banana” no Brasil, Kinney se diverte com o título oferecido à sua obra no país. “Conheço o editor que fez essa adaptação do título. Para ser franco, acho que é melhor do que o título original (‘Diary of a Wimpy Kid‘). Eu palato muito”, brinca.
Uma vez que tudo começou

Jeff Kinney, responsável da série de livros “Quotidiano de um Banana” (Divulgação)
Kinney passou oito anos produzindo uma extensa história em quadrinhos, com 1.300 páginas, narrando a saga de Greg Heffley, um pré-adolescente lidando com os desafios do escola e buscando validação social. No entanto, em 2006, a editora norte-americana Abram Books decidiu dividir o material em volumes e direcioná-lo ao público infantil.
Depois o congraçamento entre Kinney e a empresa, a série adotou o formato de quotidiano, com textos e ilustrações intercalados. Embora essa estratégia de publicação tenha sido dissemelhante da sua teoria inicial, o responsável admite que contribuiu para seus livros chegarem à posição invejável no mercado literário.
“Acho que os livros de ‘Quotidiano de um Banana’ se tornaram populares e continuam encantando os leitores porque são engraçados e são graficamente atraentes. Quando um jovem leitor abre um livro da coleção, não parece que está encarando uma publicação generalidade, com textos maçantes. Parece um momento diversão. E a leitura deve trazer essa sensação, mormente para as crianças”.
Kinney acredita que a construção do personagem também foi um fator relevante, pois na trama, Greg nem sempre faz escolhas éticas, recorrendo a mentiras e trapaças porquê segmento de suas planos para ser aceito e valorizado entre os colegas. “Meus livros não têm uma mensagem moralista. Mas, acredito que essa fórmula tem oferecido claro porque as histórias dos livros são atemporais. Muitas pessoas podem se identificar com as circunstâncias de Greg, que carregam a origem da puerícia da maioria das crianças”.
Para o responsável, redigir para crianças é gratificante, já que os exemplares de “Quotidiano de um Banana” contribuíram para a introdução delas à leitura. “Sabor de pensar que meus livros estão transformando as crianças por meio desse hábito e podem gerar alguns leitores para a vida toda”, diz.
Dos livros às telas
Não demorou muito para que as aventuras de Greg Heffley chegassem ao cinema. Em 2010, a Fox Filmes lançou o longa-metragem”Quotidiano de um Banana”, fundamentado na trama do primeiro livro, no qual Greg encara os problemas da escola expressando suas opiniões e sentimentos em seu quotidiano.
O filme atraiu muitos fãs da série de livros para as salas de cinema e arrecadou US$ 76 milhões em bilheterias, além de ter conquistado boas avaliações da sátira especializada na idade, segundo o site IMDb. Os resultados alcançados com a produção motivou o estúdio a investir em novas adaptações dos livros de Kinney. Nessa empreitada, de 2011 a 2017, foram lançados mais três filmes live-action de “Quotidiano de um Banana”. Em 2021, a Disney Pictures transformou a jornada de Greg Heffley em um filme de animação.
“Os filmes me deram a oportunidade de mostrar o quanto a história de Greg é rica e pode continuar crescendo. Mesmo que o personagem seja estático e tenha pretérito por poucas mudanças do primeiro volume ao décimo nono”, declara o responsável ao festejar a expansão de seu trabalho para o cinema e streaming.
Novas apostas
A primeira vez que Jeff Kinney visitou o Brasil foi em maio de 2013. O redactor esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo para lançar o sétimo volume de “Quotidiano de um Banana”. Desta vez, ele retorna porquê um dos principais convidados desta edição da Bienal Internacional do Livro.
Durante o evento, Kinney pretende interagir com os fãs em uma sessão de autógrafos. Ele afirma que está ansioso por essa interação, principalmente por sentir uma potente conexão com o país desde a chegada do primeiro volume do livro. “Fiquei impressionado na primeira vez que visitei o Brasil. Estou entusiasmado para saber uma novidade geração de leitores”.
À EXAME, o redactor soltou um breve spoiler — sem se comprometer tanto — sobre um novo livro que pretende lançar, depois de mais um filme da franquia “Quotidiano de um Banana” direto para o Disney+.
“Depois ‘Quotidiano de um Banana: Mansão dos Horrores‘, estou trabalhando em um quarto filme de animação com a Disney, fundamentado no livro ‘A Pinga d’chuva‘. E um novo livro da série está chegando, mas é tudo que posso narrar”.