Por que a Nexa, do Grupo Votorantim, quer criar inovação sem patentes

Economia circunvalar, produtividade, impacto positivo e descarbonização: estes são os quatro principais legados que a Nexa Resources – mineradora de zinco que faz segmento do Grupo Votorantim – quer deixar para a sociedade. O repto é conciliar nascente propósito com a mineração, atividade de enorme impacto ambiental e social. Para o gerente de inovação da empresa no Brasil, Caio Moreira Van Dursen, o caminho existe e passa por transformar a prisão de produção para torná-la mais sustentável e simpático, o que pode ser obtido por meio da inovação.  

Engenheiro de minas, Van Dursen reconhece a má reputação do setor. “No nosso inconsciente coletivo, muitos relacionam a atividade com a tragédia de Brumadinho ou Mariana, ou a uma mineração de baixa tecnologia e ao mina”, disse o executivo à EXAME. Mas isso não conversa com processos feitos de forma profissional”. É roupa que a mineração está por trás de muitos produtos do cotidiano – por fim, todo metal vem de qualquer minério. A pergunta a se fazer, logo, não é se a mineração é boa ou ruim para o planeta, é porquê reduzir ao sumo o impacto dessa atividade necessária.Tudo que existe, ou veio do petróleo, ou da mineração, ou da cultivação, e eventualmente da combinação dos três. Não tem saída”, afirma. 

Adiante da extensão de inovação desde 2019, Van Dursen contou que o maior repto é fazer com que a mineradora seja uma catalisadora do desenvolvimento social, econômico e ambiental nos locais onde está inserida.

Em 2017, a Nexa buscava alavancar nascente impacto e lançou uma plataforma de inovação oportunidade, batizada de Mining Lab. A proposta é encontrar soluções em parceria com startups, universidades, pesquisadores e grandes companhias, e compartilhá-las com toda a indústria, sem patentes.

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Em 2021, foi lançada a primeira edição do programa “Mining Lab Beginnings”, que procura todos os níveis de maturidade para resolver desafios complexos. É o caso de materiais provenientes das suas operações, porquê a Jarosita — mineral gerado na unidade de Juiz de Fora. Seis ideias foram avaliadas e três seguem para serem escaladas, em parceria com a empresa de materiais e engenharia Geeco e a WEG Tintas, e espeque da FINEP. Atualmente, a principal parceira da plataforma é a WXO (antiga Bioware). 

Óxido de zinco sustentável  

O laboratório já produziu inovações que são usadas em larga graduação. Em parceria com a WXO (antiga Bioware), profissional em resíduos e biomassa, o Mining Lab desenvolveu um bio-óleo a partir de resíduos de eucalipto, resultado que substitui o combustível fóssil na produção de óxido de zinco, matéria-prima utilizada na fabricação de pneus, por exemplo.

O projeto está em curso na refinaria de Três Marias, em Minas Gerais. Em 2023, 12 fornos, um quarto do totalidade, foram modificados para receber o combustível renovável, e a previsão é concluir os trabalhos até 2026. Leste ano, a mineradora bateu a marca de 1 milhão de litros de bio-óleo utilizado, com a produção de 3 milénio toneladas de óxido de zinco.  

A teoria é que a solução se torne vitrine para outros players do mercado. “Estamos buscando desenvolver contratos com fornecedores e fazer com que outras empresas usem o combustível, estabelecendo graduação suficiente para que se torne um padrão na indústria. É um movimento de coragem, de compartilhar as inovações. Não queremos unicamente ser descarbonizados, mas também fomentar a transformação”, disse Van Dursen.  

O projeto é estratégico para atingir a meta de descarbonização da empresa, que tem o compromisso público de reduzir em 20% as emissões, o equivalente a 52 milénio toneladas de CO2, até o final da dez. Em 2023, a intensidade de emissões da Nexa foi de 0,44 tCO2 por tonelada de zinco produzido, muro de oito vezes menor do que a média global do setor. Somente o projeto do bio-óleo pode gerar um namoro de 25 milénio toneladas de carbono equivalente.  

Em meio a essa transformação do negócio, a Nexa procura compreender seu impacto nas localidades em que atua, e minimizá-lo. Porquê exemplo, o executivo cita a operação em Vazante, cidade com 20 milénio habitantes e onde a mineração emprega 2 milénio pessoas – 10% da população. “O que buscamos é uma construção de valor que vai muito além da mineração. Estamos potencializando fortalezas econômicas. E a questão é: porquê eu consigo desenvolver essas cadeias para que esta não seja a principal natividade de economia das regiões e diminuo essa submissão a vários contextos desfavoráveis”, explicou.

Segundo o executivo, isso é verosímil graças à união entre diversos atores por meio do Mining Lab e entendendo que há mais conhecimento fora, do que dentro da Nexa.  

 

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