O que nos revela a popularidade de Moro no Paraná

Henrique Neri

Sergio Moro lidera intenção de voto para 2026 no Paraná

Curitiba,
 até pouco tempo detrás, era considerada uma cidade padrão para testar o lançamento de produtos, pois revelaria com precisão o comportamento da classe média pátrio em termos de consumo. Recentemente, no entanto, a capital paranaense tem se notabilizado por outra propriedade – o comportamento conservador
de seus eleitores. A última pesquisa eleitoral, com olhos no pleito de 2026 para governador, mostra que o estado do Paraná
– e sua principal cidade em pessoal – está totalmente sintonizado com a direita.

Liderando as intenções de voto está o senador Sergio Moro,
com 41,3%, o que quase lhe garantiria uma vitória no primeiro vez. O único nome da esquerda que surge na pesquisa aparece em um modesto quinto lugar: o pré-candidato do PT, ex-deputado Enio Verri, com 5,2%.

A popularidade de Moro
nos revela dois aspectos da sociedade paranaense. A primeira seria o bairrismo, uma vez que a  Operação Lava-Jato,
encabeçada pelo ex-juiz, foi fruto de uma empreitada sediada em Curitiba. Com popularidade baixa no restante do país, a força-tarefa continua cultuada no estado governado por Ratinho Jr. e turbina os índices do senador Moro.

Ao mesmo tempo, a Lava-Jato
também foi abraçada pelo povo paranaense porque fustigava o PT
e, em pessoal, seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva.
O tradicionalismo político que aflorou na população lugar teve um match perfeito com a investigação chefiada pelo ex-procurador Deltan Dallagnol, principalmente por conta da divulgação da prevaricação reinante na Petrobras
durante os governos petistas.

Ou por outra, o Paraná
é um dos poucos estados a narrar com um grande veículo de prelo claramente conservador e padroeiro de conceitos alinhados à direita, a Publicação do Povo. O jornal, que deixou de circundar diariamente em papel no ano de 2017, tem grande audiência e se define da seguinte forma: “Nossa visão é conservadora, defendemos a família, a vida e o empreendedorismo”.

A proliferação de um pensamento mais desempenado ao capitalismo parece ser um pouco irrefreável no Paraná. Será que esse comportamento revelaria uma tendência pátrio no porvir? Dificilmente. O poder das forças de esquerda ainda é muito grande, mormente na cidade de São Paulo
e nos estados nordestinos.

Mas nem o Paraná foi escravizado pelos conservadores. O ex-governador Roberto Requião,
por exemplo, ocupou o Palácio Iguaçu em três ocasiões. Tive a oportunidade de almoçar com Requião quando ele era governador. Tenso e invasivo, tivemos uma discussão zero amigável sobre a presença de empresas estatais na economia brasileira. Um padroeiro do estatismo, o ex-governador em 2022 se filiou ao PT, de onde saiu em março deste ano em direção ao Mobiliza. Mas, segundo a página do partido na Wikipedia
, a {sigla} seria de “centro-direita”.

Será que até Requião
dobrou-se ao conservadorismo paranaense?

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