Na BRF, o semestre que valeu por um ano

A BRF aproveitou os ventos favoráveis para as proteínas de frango e suína e acelerou o ritmo de melhoria do negócio.

Em 2024, registrou seu melhor segundo trimestre da história, com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão e geração de caixa livre de R$ 1,7 bilhão — a maior da companhia em um trimestre. Um ano antes, tinha reportado prejuízo quase da mesma ordem, de R$ 1,34 bilhão.

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O Ebitda somou R$ 2,6 bilhões, 160% maior do que em 2023 e supra das expectativas do mercado. Com isso, chegou ao menor patamar de alavancagem dos últimos nove anos, a 1,14 vez.

“Nos primeiros seis meses do ano, tivemos resultados equivalentes a todo o ano de 2023”, diz o CFO, Fabio Mariano.

A receita somou R$ 14,9 bilhões, ficando 22% maior do que um ano antes. No mercado interno, a receita operacional líquida foi de R$ 6,9 bilhões, 11,5% comparado ao primeiro trimestre de 2024. Esse progresso é atribuído, segundo a empresa, aos processados, que respondem por 70% do mercado pátrio e de quem volume cresceu 15%.

No Brasil, a margem Ebitda foi de 15,7%, 6 pontos percentuais a mais, com proveito de 300 milénio clientes movimentados a mais e 10 milénio pontos de venda adicionais em relação ao primeiro trimestre.

No mercado internacional, mais uma surpresa positiva. A receita chegou a R$ 7 bilhões, com propagação muito próximo de 10% perante primeiro trimestre ou 17% contra o mesmo período de 2023. A margem Ebitda foi potente, chegando a 21%, porquê resultado da recuperação de preços e do bom desempenho na Turquia e no Golfo.

No segundo trimestre, a companhia foi ainda mais ativa na habilitação de novos mercados, o que ajuda a variar os bolsos a que tem entrada. Foram 32 novos mercados no segundo trimestre, totalizando 57 no semestre.

“Quando você tem mais habilitações, tem mais poder de escolha de onde vai vender e daí não precisa fazer repúdio de preço”, argumenta Miguel Gularte, CEO da BRF.

Os preços mais baixos para os grãos continuou a propiciar a companhia, reduzindo os custos e impulsionando a margem operacional. Segmento do mercado previa que uma mudança desse cenário viesse já no segundo semestre deste ano, mas as projeções já começaram a mudar e sinalizar uma prorrogação do envolvente favorável.

De convenção com Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de Mercado Internacional e Planejamento, o cenário de grãos é o mais inabalável dos últimos anos e o risco da La Niña tem se enfraquecido, indicando possuir mais tempo de preços mais baixos. “O cenário está muito mais inabalável, mais do que altista.”

A demanda e a queda de preços dos grãos ajudam a explicar o resultado da companhia, mas não são os fatores únicos. A margem Ebitda de 17,6%, mais de 9 pontos percentuais maior do que a do ano pretérito, também tem a ver com a evolução do programa BRF+ e a realização da operação mercantil, destaca o CFO.

O BRF+ trouxe mais R$ 374 milhões em tomada de eficiência. “O BRF+ é um programa de melhora contínua. Temos focado em todas as áreas da companhia. À medida que o tempo passa, novas oportunidades aparecem e isso gera um ciclo virtuoso”, acrescenta Gularte. Agora, a empresa já elabora as métricas da versão 3.0 do BRF+, que irão ditar seu orçamento em 2025.

Na frente mercantil, a dona da Sadia e da Perdigão tem sido mais ativa na tomada de novos clientes, muito porquê na inovação em produtos e na redução de portfólio, tirando produtos que não eram rentáveis. No segundo semestre a companhia deve intensificar investimentos na marca Perdigão que está completando 90 anos e cuja sazonalidade é potente no termo do ano, com as festas de Natal e Ano Novo.

Alocação de capital

A potente geração de caixa deixou a companhia numa posição de caixa confortável e em seu menor patamar de endividamento desde 2016. Hoje, detém R$ 8,9 bilhões de dívida.

Na avaliação de Mariano, o processo de desalavancagem ocorreu porquê esperado, desde a capitalização de R$ 5,4 bilhões no ano pretérito, o que levou a BRF a remunerar menos despesas financeiras. Por outro lado, a melhora operacional se intensificou bastante, em ritmo mais vertiginoso do que era esperado.

Agora, com R$ 13 bilhões em posição de caixa, é proveniente, diz o vice-presidente de finanças, que o endividamento bruto da companhia se reduza no segundo semestre. “Temos bastante liquidez disponível e é vestimenta que devemos estrear a endereçar com mais intensidade o caixa em prol de redução do endividamento bruto e, por consequência, reduz os spreads”, diz.

Ou por outra, segmento do endividamento da BRF já está arbitrado. Ou seja, a remuneração do caixa é superior ao dispêndio da dívida, devido a transações de swap em que foi verosímil transferir dívida em dólar para dívida em real em condições melhores.

O pagamento de dividendos, porém, é tópico para o parecer e o controlador, segundo ele. “A gestão entende que precisa estar focada e direcionada em melhorar o perfil de negócio da companhia, criando as condições que ela seja rentável.”

Na esteira dos bons números da JBS, dona da concorrente Seara, as ações da BRF saltaram mais de 4% no pregão anterior à divulgação do balanço.

Hoje, a BRF tem valor de mercado de R$ 39,55 bilhões, com subida acumulada de 77,43% no ano.

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