
‘Rei dos Ovos’, Ricardo Faria entra na Espanha e dá início à expansão internacional
Em seguida uma série de aquisições que consolidaram sua Granja Faria porquê a maior produtora de ovos do Brasil, Ricardo Faria agora está dando início aos seus planos de internacionalização.
O empresário acaba de anuncia a compra da Hevo, segunda maior produtora de ovos da Espanha, por € 120 milhões. A empresa, que pertencia ao fundo de private equity Cleon Capital já vinha consolidando outras granjas no país, e fatura murado de € 180 milhões.
A obtenção está sendo feita por meio da Global Egg, uma holding detida por Faria e praticamente os mesmos sócios da Granja Faria, mas com uma estrutura separada, que deve concentrar a consolidação fora do Brasil.
SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT pelo Whatsapp
“Num primeiro momento, vamos mirar principalmente o Sul da Europa, na Espanha, França e Portugal. E daqui uns três anos, podemos ir para o Setentrião do continente”, afirmou o empresário, destacando esse é o projecto inicial e que aquisições mais oportunísticas em outras regiões também serão avaliadas.
A opção por fazer a investida no exterior num veículo separado veio da expectativa de ter chegada a um pool de capital mais barato – o que pode suceder mais primeiro até mesmo num eventual IPO fora do país.
“A teoria foi fazer uma empresa em moeda potente, em jurisdições de juros mais baixos, e apartada da incerteza tanto dos juros, mas principalmente cambial no Brasil”, explica o empresário.
Uma orifício de capital no Brasil, com o atual nível de juros e prêmios de risco, está fora de cogitação. “Hoje, estou claro de que essa não é uma boa decisão e que não vai valorizar da forma que deveria uma empresa que cresce, tem margens e boas marcas.”
Injeção de eficiência
A escolha pelo início da investida global pela Europa veio do perfil dos negócios encontrados na região, diz o empresário.
Eles divide as empresas que avalia em três perfis: os broken empires, que são aquelas empresas grandes, mas em recuperação judicial; as high performers, que já são o estado da arte; e os happy underperformers, que aquelas que até vão muito, mas que podem ter um desempenho muito menor.
“É nesse último perfil que sei operar, que me encaixo e onde conseguimos entregar mais valor”, afirma. “Foi onde eu fiz 50 dos meus mais de 70 M&As”. A expectativa de Faria é que, ao colocar as galinhas da Hevo nos mesmos níveis de produtividade da Granja Faria – por meio de técnicas próprias de manejo –, há um potencial para destravar € 20 milhões de euros, ou mais de 10% do faturamento, em sinergias.
Outro ponto é a técnica de gestão. Hoje, os executivos da Hevo não recebem bônus e, na novidade gestão, poderão ser elegíveis, inclusive à partnership na Global Egg.
Ainda de convénio com Faria, o consumo de ovos na Espanha vem crescendo a taxas até superiores às brasileiras, diante da tendência de saudabilidade, que privilegia o consumo de proteínas em detrimento de carboidratos.
“A Espanha tem desenvolvido muito, 3,5% ao ano, em virtude, em grande secção da transmigração de pessoas e investimentos de Londres, com o Brexit”, afirma.
Técnicas de manejo sustentável, muito valorizados no país europeu – porquê de galinhas livres e orgânicas – também podem ser transportadas para o Brasil.
Apesar da internacionalização, Faria ainda segue com planos de crescer no Brasil, via Granja.
“Ainda vemos muito potencial de prolongamento e de consolidação”, diz. Depois de uma transação transformacional em 2023, com a compra da gigante Katayama, o empresário tem focado em aquisições menores e mais estratégicas, porquê a Vitagema, de Fortaleza, que lhe deu chegada ao “miolo” do Nordeste.