França estreia novo governo com giro à direita

O presidente francesismo, Emmanuel Macron, nomeou neste sábado seu novo governo com um giro à direita, para evitar uma moção de exprobação no Parlamento, onde estará à mercê da líder da extrema direita Marine Le Pen.

Em meio a uma crise política, Macron nomeou no prelúdios do mês uma vez que primeiro-ministro o veterano conservador Michel Barnier, que costurou em duas semanas uma coalizão com forças de meio e direita.

Macron escolheu Barnier para formar o governo por considerar que o ex-negociador europeu do Brexit, membro do partido conservador Os Repúblicanos (LR), poderia prometer uma maioria mais inabalável na dividida Reunião Vernáculo (câmara baixa).

A coalizão de esquerda Novidade Frente Popular (NFP), no entanto, anunciou que vai apresentar uma moção de exprobação contra o governo Barnier, que poderá prosperar se a extrema direita votar em prol.

O novo governo conta com 39 membros, procedentes, principalmente, da associação de centro-direita de Macron e do LR, que retorna ao poder 12 anos depois. Entre esses últimos está seu líder no Senado, Bruno Retailleau, que assumirá o Ministério do Interno, apesar do mal-estar que desculpa entre a esquerda e segmento da associação de Macron por sua risca dura em questões migratórias.

Macron também nomeou a polêmica senadora Laurence Garnier – que se opõe ao himeneu igualitário e a blindar o monstro na Constituição – uma vez que secretária de Estado de Consumo.

Vários membros do último governo permaneceram em seus cargos – uma vez que Sébastien Lecornu (Resguardo) e Rachida Dati (Cultura) -, ou mudaram de pasta, uma vez que Jean-Noël Barrot (chanceler), Catherine Vautrin (Territórios) e Agnès Pannier-Runacher (Ecologia).

O presidente francesismo, que compartilha o Poder Executivo com o governo, não precisa da aprovação do Parlamento para nomear o primeiro-ministro e os ministros. A única opção para se opor é aprovando uma moção de exprobação.

Pressão da extrema direita

A prenúncio de exprobação do governo está presente. As últimas eleições legislativas, que Macron antecipou em junho, deixaram os três blocos principais – esquerda, extrema direita e centro-direita – distantes de formar a maioria.

A coalizão de esquerda vencedora, com 193 deputados, justifica a apresentação da moção de exprobação alegando que Macron se recusou a nomear uma vez que primeira-ministra a economista Lucie Castets, candidata da NFP.

“É um governo ilegítimo. Se a direita tivesse vencido, a direita teria governado”, disse o líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, enquanto milhares de pessoas se manifestavam no país para denunciar o “governo Macron-Barnier”.

O presidente, de centro-direita, não quis nomear Lucie por desculpa da “segurança”, mas seu novo governo tampouco conseguiu a maioria de 289 deputados, posteriormente tentar atrair segmento da esquerda.

A sobrevivência do governo Barnier depende, portanto, da extrema direita. Le Pen avisou que seu eventual base a uma moção de exprobação vai depender do exposição de política universal de Barnier, previsto para 1º de outubro.

O líder do partido de extrema direita de Le Pen, Jordan Bardella, alertou hoje que o governo “não tem porvir”, uma vez que, para ele, representa o retorno “do macronismo pela porta dos fundos”.

Sua primeira prova de lume será a apresentação dos orçamentos de 2025, mormente quando a França não cumpre os limites de déficit e dívida públicos estabelecidos pelas normas europeias.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios