
Greve de aeronautas afeta mais de 30 mil passageiros na Argentina
Aviões da Aerolíneas Argentinas no aeroporto Jorge Newbery, em Buenos Aires, em 6 de setembro de 2024
Luis ROBAYO
Uma greve de 24 horas dos sindicatos aeronautas argentinos iniciada nesta sexta-feira (13) provocou 319 cancelamentos de voos e afeta mais de 30.000 passageiros da Aerolíneas Argentinas, informaram a empresa e os sindicatos.
“A companhia estima que o dispêndio econômico desta medida superará os 2,5 milhões de dólares” (R$ 14 milhões), detalhou a companhia aérea pátrio argentina em um expedido.
Ao convocar a greve, o sindicato de pilotos (Apla) denunciou na rede social X uma defasagem salarial de 70% frente a uma inflação de 236,7% em agosto e criticou “a falta de propostas por secção da empresa”.
O jornal lugar La Nación informa que os sindicatos pedem um ajuste de pelo menos 25%.
A greve também afeta as companhias aéreas Flybondi e Jetsmart devido à diferença no serviço do Aeroparque, em Buenos Aires.
“Estamos frustrados”, lamentou Maria Luiza Gastal, uma professora de 59 anos que acabava de chegar de Brasília e tinha graduação em Buenos Aires a caminho de Ushuaia (sul). “Ficamos sabendo da greve em Brasília, mas não do cancelamento do nosso voo”.
O secretário-geral da Associação Argentina de Aeronautas (AAA), Juan Pablo Brey, disse à rádio Urbana Play que desde a posse de Milei em dezembro, o poder aquisitivo dos profissionais do setor caiu 40%.
A Aerolíneas Argentinas, por sua vez, considerou que a greve é “importuno, abusiva e fora de contexto, promovida por dirigentes sindicais de forma irresponsável”.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, assegurou em coletiva de prensa que Milei assinará ao longo do dia um decreto “que estabelece as diretrizes para declarar a aviação social e mercantil porquê serviço principal”, o que permitiria prometer pelo menos uma porcentagem do serviço mesmo durante uma greve.
O governo prateado também anunciou que os profissionais que estiverem em greve serão multados e penalizados.