
EUA impõe tarifas de 100% aos carros elétricos chineses
Os Estados Unidos apresentaram nesta sexta-feira, 13, uma lista detalhada de novas tarifas sobre a importação de produtos chineses de setores “estratégicos”, porquê semicondutores e até mesmo carros elétricos, que serão taxados em 100%.
As novas tarifas, que incluem uma taxa de 25% para baterias de carros elétricos e de 50% para painéis solares e semicondutores, entrarão em vigor em 27 de setembro. No caso dos semicondutores, a tarifa será de 50% a partir de 1º de janeiro de 2025.
As novas medidas “visam combater as políticas e práticas prejudiciais da República Popular da China, que afetam negativamente os trabalhadores e as empresas americanas”, declarou em um enviado a representante de Transacção, Katherine Tai.
Os aumentos haviam sido anunciados em 14 de maio pelo presidente Joe Biden. Nesta sexta-feira, um documento de tapume de 100 páginas detalha os produtos que serão afetados, os percentuais impostos e as datas de ingressão em vigor das medidas.
As tarifas devem afetar tapume de 18 bilhões de dólares (R$ 101,7 bilhões na cotação atual) em importações anuais da China em setores considerados “estratégicos”. As taxas de Trump haviam obtido produtos no valor de tapume de 300 bilhões de dólares (R$ 1,7 trilhão na cotação atual).
“Essas ações destacam o compromisso da governo Biden-Harris de tutorar os trabalhadores e as empresas americanas contra as práticas comerciais desleais” da China, afirmou Tai, em meio ao progressão da campanha eleitoral nos Estados Unidos.
Eleições nos EUA
Trata-se de um tema político, a menos de dois meses das eleições presidenciais, de quem resultado promete ser muito apertado.
As novas tarifas seguem as implementadas por Donald Trump durante seu governo (2017-2021) e foram mantidas por Joe Biden.
Na terça-feira, durante o primeiro debate televisionado entre Kamala Harris e Trump, a atual vice-presidente criticou seu rival por ter “lançado guerras econômicas” contra China e União Europeia.
O ex-presidente republicano respondeu que o governo democrata “nunca removeu as tarifas (que ele implementou) porque representam tanto verba que não podem” ser removidas.
Se for eleito em novembro, Trump pretende aumentar ainda mais as taxas.
Harris, apesar do aumento das tarifas que seu governo detalhou nesta sexta-feira, denunciou que as medidas de Trump constituem um “imposto ao consumo” que afetará os americanos.
‘Trapaça’
A China “trapaceia” e “não deixaremos que inunde nosso mercado”, prometeu Joe Biden em maio, ao anunciar a novidade rodada de tarifas.
O presidente também afirmou que os Estados Unidos não permitirão “nunca” que a China controle o mercado de veículos elétricos, no qual as montadoras americanas consideram “impossível” competir “honestamente” contra o gigante asiático.
As medidas anunciadas nesta sexta-feira também visam excluir da isenção de impostos aduaneiros alguns produtos que chegam ao país no varejo, essencialmente devido ao incremento de vendedores porquê Shein e Temu, que comercializam mercadorias a preços baixos diretamente da China.
A decisão pode ter consequências sobre a maioria das importações de têxteis e roupas provenientes do gigante asiático.