
Motorista de carreta envolvida em acidente com PMs é indiciado por homicídio doloso
A Polícia Social de Catarata Subida concluiu o interrogatório e indiciou por homicídio doloso o motorista de um caminhão envolvido em acidente com uma viatura da Polícia Militar de Goiás que resultou na morte de quatro policiais. O acidente de trânsito ocorreu no dia 24 de abril, na BR-364, entre Caçu e Jataí.
Morreram no acidente o subtenente Gleidson Rosalen Abib, 34 anos; o 1º sargento Liziano José Ribeiro Júnior, 44 anos; o 3º sargento Anderson Kimberly Dourado de Queiroz, 42 anos; e o cabo Diego Silva de Freitas, 33 anos. Todos estavam lotados no Comando de Operações de Divisas (COD).
Para o representante responsável pelo caso, Guilherme Oliveira (foto), ao final do interrogatório restou comprovado que o caminhoneiro que dirigia um veículo que saía de Jataí e ia para Ribeirão Preto, invadiu uma tira contrária em um lugar em que a ultrapassagem era proibida, atingindo velocidades entre 110 e 120 km por hora. Com isso, bateu com a viatura do Comando de Operações de Divisas (COD) da PM, que vinha no sentido contrário.
“Em razão dessa manobra, vitimou os quatro policiais. Foram realizadas diversas diligências, diversas oitivas. O laudo policial, também finalizado, pôde justificar que o motorista do caminhão de trajo estava na tira contrária à qual deveria estar, ou seja, na contramão, em um lugar de ultrapassagem proibida e com velocidades entre 110 e 120 km por hora, motivo pelo qual a Polícia Social finalizou o interrogatório entende que esse motorista praticou um homicídio doloso, ativo de dolo eventual e não homicídio culposo do Código de Trânsito Brasílio”, afirma o representante.
O indiciamento por dolo eventual, quando a pessoa assume o risco na produção de um resultado, é vasqueiro em acidente de trânsito, principalmente quando não se trata de embriaguez ao volante. O representante deixou a entender que levou em conta para sua decisão de indicar por homicídio doloso “as diversas circunstâncias” e “a irresponsabilidade da manobra realizada, que vitimou quatro policiais militares do COD que estavam em trabalho”.
Na sexta-feira o motorista da carreta foi recluso na Rodovia BR-153 e guiado a presídio. A prisão foi decretada pela Justiça posteriormente a peroração do laudo da perícia indicando a invasão da pista contrária pela carreta. A Polícia Técnico-Científica criou uma animação para explicar uma vez que aconteceu o acidente.
Em testemunho à polícia, o motorista da carreta disse que estava dirigindo corretamente na sua pista e a viatura teria feito uma manobra que, por qualquer motivo, acabou colidindo lateralmente com a carreta. Disse ainda que a batida foi quase que com a lanterna do caminhão com a lanterna da viatura.
Outro lado: resguardo contesta versão da polícia
No sábado a advogada Lorena Magalhães, que defende o caminhoneiro, disse que as informações divulgadas sobre o acidente não são verídicas, o que tem trazido problemas com perseguições e ameaças ao caminhoneiro. A advogada afirma que ele tem colaborado na investigação e mesmo morando em outro estado nunca deixou de atender às solicitações da investigação.
Lorena Magalhães lembra que o caminhoneiro se apresentou à polícia espontaneamente para prestar testemunho e destaca que a prisão dele parece atender ao clamor público já que o acidente, segundo ela, foi uma fatalidade.