A vida dos moradores de Gaza reduzida ao macabro ‘jogo de gato e rato’

Palestinos que fugiram de Rafah, no sul de Gaza, carregam seus pertences em cima de um custoso enquanto um varão puxa sua mala ao chegarem para se abrigarem em Khan Yunis, em 12 de maio de 2024

Uma vida reduzida ao macabro “jogo de gato e rato” para evadir das balas e das bombas. É logo que Mahmud al Barsh descreve seu cotidiano nos últimos sete meses, em meio a fugas durante a guerra que não cessa em Gaza.

“Nós vamos de um lugar para outro, mas o bombardeio continua” por toda secção, disse à AFP levante palestino de 33 anos, que acaba de chegar à Cidade de Gaza depois de fugir de Jabaliya, mais ao setentrião da Fita.

Segundo testemunhas, aviões de guerra israelenses voltaram a bombardear nesta segunda-feira (13) várias áreas do campo de refugiados desta cidade, mira de ataques massivos no início da ofensiva em resposta ao sangrento ataque do Hamas perpetrado em 7 de outubro.

Depois de declarar ter eliminado a ameaço do grupo islamista ao setentrião, o Tropa israelense diz que reorganizou as forças e “lançou panfletos e enviou mensagens para telefones avisando a todos para deixarem Jabaliya”, diz Um Adi Naser, um residente do campo que chegou à Cidade de Gaza.

As Brigadas Ezzedin al Qasam, o braço armado do Hamas, disseram nesta segunda-feira que estavam “envolvidas em intensos combates” perto do campo de Jabaliya.

“Aterrorizado”, Um Adi Naser “agarrou os filhos e partiu para a Cidade de Gaza”.

“Esta não é a primeira vez que temos que nos mudar. Cada vez que tentamos nos instalar em qualquer lugar, há uma operação” e “aviões e tanques bombardeiam”, diz ele.

– “Por baixo de bombas” –

Mahmud al Barsh afirma que “não sabe para onde ir” porque “nenhum lugar é seguro, nem a Cidade de Gaza nem o setentrião. Todos os lugares são bombardeados”.

Uma vez que um repercussão, explosões e tiros pesados são ouvidos no sudeste da Cidade de Gaza, onde o Hamas diz que também enfrenta as forças israelenses.

Segundo testemunhas, o bairro de East Zeitun, porquê nos dias anteriores, está sob incêndio da artilharia e da aviação de Israel.

Já “deslocado quatro vezes de um lugar para outro” desde o início da guerra, Abed Ayad, 40 anos, fugiu da sua vivenda em Zeitun “por baixo de bombas”, com os seus pais, irmãos e filhos, em direção à zona portuária.

“Não levamos nenhuma roupa ou comida. Não pensávamos que sobreviveríamos ao bombardeio”, contou ele.

Estilhaços feriram seu pai, que foi levado ao hospital em uma maca improvisada, “já que nenhuma ambulância chegava ao bairro”.

Também morador de Zeitun, Iman al-Ramlawi, 35 anos, diz a mesma coisa: “fugimos de vivenda com o bombardeio sobre nós” e “saímos em direção ao oeste da Cidade de Gaza”. Cada vez “saímos sem saber se voltaremos e se a vivenda ainda estará de pé ou se terá sido destruída pelos bombardeios”, acrescentou.

– “Pânico” –

Segundo a Escritório das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), restam murado de 250 milénio pessoas na secção setentrião da Fita de Gaza – onde está localizada a Cidade de Gaza – bastante destruída por combates e bombardeios, tal porquê o núcleo do território.

Murado de 64 milénio pessoas fugiram de Jabaliya e Beit Lahia, outra cidade do setentrião, desde o reinício dos combates.

Mais de um milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Fita de Gaza deixaram o setentrião e o núcleo em direção a Rafah, no sul da Fita de Gaza.

Israel considera esta cidade o último reduto do Hamas e reitera a sua formalidade em realizar uma grande ofensiva para destruir o movimento islamista, apesar dos receios internacionais de um massacre de civis.

O Tropa israelense avança na região leste da cidade em direção às zonas cada vez mais densamente povoadas, que bombardeia depois de pedir aos habitantes que se retirem.

Segundo a UNRWA, desde as primeiras ordens de evacuação, quase 360 milénio pessoas fugiram de Rafah, na fronteira com o Egito.

Nesta segunda-feira, mensagens pedindo que os habitantes de duas novas áreas saiam “espalharam o pânico” entre a população, disseram testemunhas à AFP.

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