Conheça a "Disney de Jinhua", na China, onde o Mickey é o porco panda e um quarto custa R$ 7 mil

Jinhua, China* – A poucos quilômetros do meio de Jinhua, uma cidade de 7 milhões de habitantes no Sudeste da China, está a Quinta Internacional do Porco Panda — ou Porco Two-End Black (Duas Extremidades Pretas). Conhecida porquê a “Disney de Jinhua”, o lugar, uma propriedade de 80 hectares rodeada por plantações de chá verdejante, é um grande parque de diversões devotado a uma dos mais célebres figuras da região: o porco panda, uma raça sublime suína chinesa da qual se faz o presunto e algumas iguarias curadas mais badaladas no país asiático.

O bicho ganhou esse sobrenome por razão das características manchas negras no venta e na secção traseira de seu corpo, que lembram um urso panda. O nome, extremamente mercantil em um país onde a personagem Peppa Pig é notoriedade e que tem na mesocarpo suína a base de seu consumo de proteína, levou a quinta a apostar poderoso na marca. Trata-se de um verdadeiro multíplice, com museu, brinquedos para crianças, porquê trens, piscina, hotel — e até uma suíte privativo de luxo com vista para os porcos prestes a serem abatidos e se tornarem embutidos especiais.

Por 8888 yuans (murado de 7.000 reais na cotação atual), hóspedes podem permanecer no quarto, que conta com banheira, leito king size e televisão, para considerar os animais. Quem se hospeda ali ganha um porco para levar para morada depois.

A estadia inusitada viralizou na China e na Ásia ao longo de 2023. Segundo o jornal South Morning China, foram milhões de visualizações no Douyin, o TikTok da China.

O tour por entre brinquedos e instalações é feito em carrinhos de golfe cor-de-rosa, ornamentados para se assemelhar a um porco. A propriedade de 80 hectares inclui montanhas ondulantes, jardins de chá verdejante e florestas de bambu, além de mansões no estilo europeu.

A região é conhecida pelas plantações de ervas para chás, porquê a do chá verdejante, que serve de sustento aos porcos.

Geração milenar

A tradição de geração de porcos na região data de mais 1.000 anos — os chineses criariam porcos há mais de 10.000 anos. No museu da quinta, há inclusive uma menção a quando o explorador Marco Polo, que desbravou a rota da seda no século XIII, teria levado os produtos do lugar para a Europa. Há quem diga inclusive a visitante do explorador teria inspirado a produção dos famosos Jamón Serrano espanhol e prosciutto de Parma, da Itália.

O porco panda foi introduzido em 1820 na região da atual Alemanha, antes da unificação do país, porquê um presente da China. Também foi enviado de presente para o Japão e a França entre os anos 70 e 80 do século pretérito.

A EXAME visitou o multíplice, que recebe 1 milhão de visitantes anualmente, segundo a empresa.

A quinta abate anualmente 20.000 animais, que são criados em ambientes controlados para evitar contágio e prometer a qualidade, a partir de 150 matrizes. Durante um ano, os porcos engordam até atingir entre 65 e 75 quilos, quando passam para o abate. Segundo a empresa, isso garante uma mesocarpo mais macia. Depois dessa idade, os porcos passariam a comprar maior musculatura e o epiderme endureceria.

Na quinta, há 13 porcos reprodutores machos, responsáveis por repassar a genética selecionada adiante para 150 porcas reprodutoras. Cada mãe tem em média 28 filhotes por ano, em duas gestações.

Depois de dois meses e meio os filhotes já pesam dezenas de quilos e vão sendo transferidos de sala controlada para controlada na quinta.

O lugar onde os animais são criados é sabido porquê Baixingji, que significa oito estrelas em chinês. O envolvente é climatizado — com ar condicionado no verão — para uma temperatura próxima a 26 graus celsius, o chegada à chuva é permanente e os porcos crescem sem estresse ou espremidos, porquê em grandes produções industriais. E não há o odor tradicional de um chiqueiro.

Na quinta, há inclusive animais que treinam para performar atividades lúdicas, porquê convencionar bolas em pequenos gols ou caminhar de skate para entreter os frequentadores do multíplice.

É esse bicho que dá origem ao presunto Jinhua, um tipo de encravado curado a sedento, dos quais nome homenageia a cidade onde é produzido. Tradicionalmente, o presunto é preservado em novembro em Jinhua, segundo o governo de Zhejiang, província que abriga a cidade. Posteriormente várias etapas de processamento, porquê salga, submersão, lavagem, secagem, modelagem e maturação, e murado de meio ano de levedação, o presunto pode ser posto no mercado.

Sua produção foi listada porquê um item do patrimônio cultural intangível vernáculo em 2008. Atualmente, Jinhua abriga 78 empresas de produção de presunto, gerando empregos para dezenas de milhares de pessoas.

Suíte com vista para os porcos e casamentos do “ano do porco”

Uma das experiências mais marcantes da quinta do porco panda é a suíte principal. Por 8.888 yuans (7.000 reais), um visitante pode se hospedar ali por uma noite. Em vez de um firmamento estrelado ou montanhas, a vista é para o estágio final da geração de porcos. O número “8”, na China, é soa parecido com a forma chinesa de grafar “permanecer rico”. Por isso, até o preço tem um significado, de permanecer muito rico.

Uma noite no quarto custa 8.888 yuans (ou 7.000 reais) — e o hóspede leva um porco para morada, quantidade suficiente para um ano de mesocarpo suína (Adriana Alves/Montão pessoal/Divulgação)

A suíte luxuosa virou febre na Ásia em seguida a Tianmen New, televisão do estado de Zhejiang, postar um vídeo sobre o lugar no TikTok chinês, e viralizar.

Funcionários contaram à EXAME que houve tanta procura que a suíte já estava reservada até meados de 2025 e que o proprietário da quinta não sabia se continuaria a locar o quarto. Além da estadia, os hóspedes ganham um porco depois da experiência. Um desses porcos vale 6.000 yuans e pode fornecer mesocarpo para uma família durante um ano, de contrato com um relatório do Economic Daily.

Luxuosa suíte com vista para os porcos em estágio final de geração, que logo serão enviados para o abate na Quinta Internacional do Porco Panda (Adriana Alves/Montão pessoal/Divulgação)

Recentemente, o lugar voltou a viralizar porquê ponto de casório de pessoas que nasceram sob o signo do porco no horóscopo chinês. Segundo o site South China Morning Post, no ano pretérito, o lugar sediou mais de 200 casamentos, de contrato com Shen Jianjun, proprietário da quinta.

Devido ao seu incremento mais lento, tempo de reprodução mais longo e custos mais altos, além da concorrência de raças estrangeiras, os porcos, que são considerados “bonitos”, estiveram quase extintos, segundo Shen.

Uma prometida que realizou seu casório no lugar escreveu no Douyin: “Meu sobrenome é Panda, o sobrenome dele é Xiong, que significa ‘urso’ em chinês, e ambos nascemos no Ano do Porco. Matrimoniar na quinta Panda Pig parecia tramontana.”

* Os editores viajaram a invitação do China Media Group

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