Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

A JBS teve mais um trimestre com resultado operacional supra do esperado do mercado, graças principalmente ao desempenho da Seara, que registrou margem EBITDA recorde de 21% em meio ao bom momento do ciclo do frango e iniciativas de eficiência nas unidades.

A gigante das proteínas teve lucro de R$ 3,8 bilhões, levemente aquém do consenso Bloomberg, que apontava para R$ 3,9 bilhões.

O EBITDA ajustado, por sua vez, ficou em R$ 11,9 bilhões, mais que o duplo do registrado no ano pretérito e bastante supra das expectativas, que apontavam para R$ 10,4 bilhões.

Impulsionada por um desenvolvimento em todas suas linhas de negócio, a JBS viu sua receita saltar 21% na verificação anual, para R$ 110 bilhões.

Nesse contexto, a gigante das proteínas conseguiu entregar já no período sua meta de desalavancagem para todo o ano, com a relação entre dívida líquida e EBITDA passando de 2,79x para 2,15x em dólar. A dívida líquida da companhia caiu US$ 1 bilhão, encerrando o período em US$ 13,7 bilhões.

Seguindo a toada do ano, o destaque ficou principalmente com as operações de aves da Seara e da americana Pilgrim’s Pride.

Na Seara, a receita cresceu 19% na verificação anual, por conta principalmente dos maiores preços no período. Já a margem EBITDA avançou 3,6 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, para 21%, seu maior patamar histórico.

Apesar do desenvolvimento da receita em todas as categorias, de aves, suínos e preparados, o destaque principal ficou por conta dos produtos in natureza.

Em víveres preparados, a receita líquida aumentou 2%, resultado dos maiores volumes vendidos. “A Seara segue com sua estratégia de ocupar a preferência do consumidor através da qualidade dos produtos, inovação, realização e fortalecimento da marca, obtendo desenvolvimento em índices de penetração e recompra”, disse a empresa em relatório.

Na JBS Brasil, que concentra a operação de músculos bovina no país, o desenvolvimento também foi significativo – tanto em receita quanto em rentabilidade. O faturamento líquido cresceu 25% na verificação anual, para R$ 18 bilhões, enquanto o EBITDA ajustado mais que quadruplicou, chegando a R$ 2 bilhões, com margem de 11,6%, contra 7,4% no segundo trimestre.

O negócio de bovinos nos Estados Unidos segue sendo o detrator, com margens pressionadas pelo ciclo pecuário pesando apesar da demanda potente. A receita líquida cresceu 6% em dólares e 20% em reais na verificação anual, para R$ 35 bilhões. Já a margem EBITDA em dólares ficou em 0,6%

Na JBS Australia, que faturou R$ 9,8 bilhões no período, o desenvolvimento seguiu potente, com bom desempenho na demanda por músculos bovina. Mas a rentabilidade foi pressionada pelo aumento do preço do mancheia: a margem EBITDA saiu de 12,2% no segundo trimestre para 8,1% em dólares.

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