Ele já vendeu sorvete, DVDs de anime e sex toys, mas os R$ 40 milhões só vieram com aulas de inglês

A trajetória empreendedora de Diogo Aguilar, fundador da Fluency Pass, empresa de intercâmbio e curso de idiomas online, mostra que a vida empreendedora não é linear, e que nem sempre o primeiro negócio vai ser o vitorioso. Hoje, sua empresa fatura R$ 40 milhões com inglês e intercâmbio, mas antes disso, ele já testou outras empreitadas: da venda de sorvete a um projecto de recorrência para venda de itens de sex shop.

Aos 34 anos, o empreendedor paulista teve suas primeiras experiências de negócios nos anos 1990, ainda menino. Vendeu doces e sorvetes em morada e chegou a tentar montar uma liceu no porão.

Aí veio a internet, e ele começou a empreender em outra frente. Fã de desenhos animados asiáticos, criou o Anime Staff, um dos maiores sites de animes do Brasil. Aproveitou o sucesso de audiência para vender CDs e DVDs com os desenhos. “Era tudo muito incipiente”, diz. “A conta para remunerar era a da minha mãe ainda. Quase não existia e-commerce”. Depois, ganhou os primeiros milénio dólares do Google com um site dos Cavaleiros do Zodíaco.

A experiência de e-commerce com animes permitiu que Aguilar fizesse um curso técnico em informática e passasse alguns anos trabalhando em empresas uma vez que Rakuten e Walmart, sempre desenvolvendo seus e-commerces.

Quando viajou para Súcia para passar seis meses fazendo intercâmbio, percebeu que o setor de viagens com cursos ainda era muito analógico. “Era difícil encontrar agências que prestavam esse serviço na internet, ainda mais para países mais desconhecidos”, afirma.

Dessa falta de tecnologia, encontrou uma oportunidade para empreender. Criou uma plataforma online que serviria uma vez que um marketplace de intercâmbios. Mas o negócio logo evoluiu para também ajudar os estudantes a aprenderem idiomas.

“O estudante fazia sete anos de inglês no Brasil, já tinha investido uns 80.000 reais, e quando ia fazer o teste para saber o nível do intercâmbio, aparecia que era imprescindível para intermediário”, diz. “Percebemos que tínhamos também que ensinar o estudante de intercâmbio o inglês e ajudá-lo na conversação”.

Nascia assim a Fluency Pass, uma plataforma que vende cursos de inglês pensando no intercâmbio – e já comercializando junto com a viagem.

Com esse protótipo, a empresa vai faturar 40 milhões de reais em 2024, um incremento de 60% em relação a 2023. E com planos de crescer bem na venda de cursos diretamente para empresas, escolas e governo.

Qual é a história de Diogo e da Fluency Pass

Diogo trabalhava na Walmart, no início dos anos 2000, quando percebeu que seu negócio era, mesmo, o empreendedorismo. Ele identificou uma tendência que começava a surgir na primeira metade da dezena e apostou nela: as vendas coletivas.

“Eu criei uma empresa que chegou a faturar alguma coisa em torno de 5 milhões de reais”, diz. “Mas o movimento começou a tombar porque entrou muito player no mercado”.

O conhecimento que adquiriu, porém, fez com que fosse convidado para ajudar no desenvolvimento de um site de compras coletivas na República Dominicana. “Em quatro dias, tirei passaporte de emergência, comprei um livro de espanhol e me meti na República Dominicana”, afirma. Por lá, ajudou a empresa a atingir o lucro e estruturar a operação. Em sete meses e com a missão cumprida, trabalhou um período nos Estados Unidos e voltou ao Brasil.

Cá, até voltou a ser funcionário em empresas, mas seu negócio mesmo era empreender. Tentou uma empreitada comercializando caixas com itens sensuais para apimentar a relação dos casais, mas o negócio não vingou. Quando tirou um período para fazer intercâmbio com sua portanto namorada em Súcia, aproveitou para conceber o que viria a ser a Fluency Pass.

Qual é a estrutura da Fluency Pass hoje

A Fluency Pass conta hoje com 114 funcionários e um escritório de 600 metros quadrados no ABC Paulista. É a maior startup do ABC Paulista.

A empresa se divide em quatro principais frentes de negócio:

  • cursos de inglês
  • intercâmbios
  • soluções para empresas
  • parcerias com escolas e governos para fornecer soluções educacionais.

“A Fluency Pass é pioneira no noção de intercâmbio por assinatura, onde o aluno pode estudar inglês online e, ao final, fazer um intercâmbio de duas semanas em uma das mais de 40 cidades ao volta do mundo”, afirma Diogo.

Já as duas últimas áreas são a aposta da empresa para seguir crescendo nos próximos anos.

A espaço de cursos de inglês representa 75% do faturamento da empresa, enquanto o segmento de intercâmbios responde por muro de 15%.

“Começamos com 100% do faturamento vindo de intercâmbios, mas, ao longo do tempo, diversificamos nossos serviços, o que resultou nessa novidade elaboração”, diz. “A traço de ensino básica é uma unidade de negócio novidade, mas promissora, que pode duplicar nosso faturamento com um único contrato”.

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Qual é o porvir da Fluency Pass

A Fluency Pass já foi criada com uma visão global, e a expansão internacional está nos planos da empresa. “A marca foi concebida para ser global, e já estamos preparando o terreno para levar nossas soluções para outros mercados”.

Em 2024, a prioridade é correr o incremento das quatro unidades de negócio, com foco peculiar na ensino básica, tanto no setor privado quanto no público.

“Com a expansão das nossas unidades e produtos, esperamos flectir o faturamento no próximo ano”, diz Aguilar, rumo aos 100 milhões de reais em receita.

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