Lula: Isenção do IR até R$ 5mil tem que ser compensada por ricos e saque aniversário não pode acabar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que a isenção do importo de renda para aqueles que ganham até R$ 5 milénio precisa ser compensada por ricos. Lula afirmou que o governo tem intenção de ampliar ainda mais a taxa de isenção e que não considera o salário uma renda. Em entrevista a Rádio O Povo/CBN de Fortaleza, Lula também defendeu a permanência do saque-aniversário.

“Você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 milénio paguem imposto de renda enquanto os caras que têm ação da Petrobras recebem R$ 45 bilhões de dividendos sem remunerar IR. Você não pode cobrar 25% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 milénio e deixar os caras que recebem legado sem remunerar. É unicamente uma questão de justiça. O povo trabalhador proporcionalmente paga mais imposto do que o rico. Portanto o que queremos é isentar pessoas até R$ 5 milénio e no horizonte isentar mais. Na minha cabeça a teoria é que salário não é renda. Renda é o face que vive de especulação, esse sim devia remunerar IR”.

Lula afirmou que apesar do saque natalício ocasionar um “problema na poupança do fundo de garantia”, não é verosímil finalizar com o favor porque prejudicaria muitas pessoas.

“Temos dois debates hoje. Temos o saque natalício, fundo de garantia, que é uma coisa que está causando visível problema na poupança do fundo de garantia, mas a gente tem noção que não pode finalizar porque ai mexer com muita gente, mas o que a gente quer é fazer com que os trabalhadores da iniciativa privada tenham recta a crédito consignado”, afirmou.

Segundo dados oficiais, mais de nove milhões de trabalhadores que decidiram pegar secção do saldo no mês do natalício não puderam receber o valor totalidade do fundo, durante os mais de quatro anos da existência desse tipo de saque. A regra impediu o resgate de R$ 5 bilhões.

O governo avaliava enviar ao Congresso Vernáculo um projeto acabando com essa modalidade e propondo um formato que dará ao trabalhador do setor privado mais chegada ao crédito consignado, ou seja, quando há descontos na folha de pagamento.

“Acho que os trabalhadores vão concordar que se tiverem crédito consignado não precisa comprometer o fundo de garantia. Porque hoje o trabalhador que recebeu uma secção do fundo de garantia não pode retirar nem se for mandado embora, isso é um contraditório”, afirmou Lula.

O presidente afirmou que o governo estuda a mudança, mas que não deve ser verosímil tirar do papel ainda neste ano.

“Tudo isso a gente quer fazer de forma conversada e acordada. Não sei se dará pra fazer isso esse ano porque discutimos isso meses detrás, o ministro do trabalho fica pesquisando, discutindo com a Rancho, e é importante não fazer rápido para não fazer coisa errada”.

Lula destacou ainda que é preciso que o projeto seja acordado com o Congresso Vernáculo para não ser “tripudiado”.

“A gente tem que mandar uma coisa que seja plausível e toda vez eu faço questão de conversar com as lideranças do Congresso Vernáculo, porque se a gente não conversar antes com as lideranças a gente manda um projeto para o Congresso Vernáculo chega lá ele é tripudiado”.

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