
Financiamento climático, os pontos de discórdia nas negociações da COP29
Os desafios do financiamento para o clima
Marvin RECINOS
As negociações climáticas da ONU se concentram neste ano em entender um compromisso global para recolher bilhões de dólares para que os países em desenvolvimento possam enfrentar a crise climática.
O principal objetivo do Azerbaijão na presidência da COP29 é reptante: quanto os países desenvolvidos vão gastar para ajudar os países vulneráveis a enfrentar condições extremas?
– O que é o financiamento climatológico? –
Em termos gerais, “financiamento climatológico” refere-se a qualquer numerário gasto, seja público ou privado, para entender o objetivo do Concórdia de Paris de “tornar os fluxos financeiros compatíveis com (…) a redução de emissões de gases de efeitos estufa e resiliência à mudança climática” (item 2.1C).
Isto inclui fundos para um desenvolvimento econômico com reduzidas emissões: virilidade eólica, solar, nuclear, hidrogênio limpo; carros elétricos; mudanças na lavra; reflorestamento; isolamento térmico de residências; chegada seguro à chuva; saneamento; barragens contra o aumento do nível do mar etc.
– Quanto numerário é necessário? –
As necessidades globais de “financiamento climatológico” são estimadas em 10 trilhões de dólares anuais (55 trilhões de reais na cotação atual) entre 2030 e 2050, segundo um estudo do Climate Policy Initiative. Em 2021/2022 foi gasto aproximadamente 1,3 trilhão de dólares (7,17 trilhões de reais).
A ONU e a prelo em universal relaciona o “financiamento climatológico” às dificuldades dos países em desenvolvimento em obter fundos necessários para uma “transição justa”.
Suas necessidades (excluindo a China) foram avaliadas em 2,4 trilhões de dólares anuais (13,24 trilhões de reais) até 2030 por especialistas nomeados pela ONU, que afirmam que exclusivamente 550 bilhões de dólares foram empregados em 2019 (3,03 trilhões de reais).
– Quem paga atualmente? –
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), adotada na Rio 92, listou os países obrigados a ajudar os demais por sua responsabilidade histórica.
Estados Unidos, União Europeia, Japão, Reino Uno, Canadá, Suíça, Turquia, Noruega, Islândia, Novidade Zelândia e Austrália comprometeram-se em 2009 a aportar 100 bilhões de dólares anualmente (550 bilhões de reais) de 2020 a 2025.
No entanto, não conseguiram atingir esse objetivo até 2023, causando um conflito diplomático.
Na COP29, os países signatários do Concórdia de Paris devem chegar a um novo objetivo financeiro para depois de 2025.
Atualmente, a maior segmento desta ajuda é canalizada através de bancos de desenvolvimento ou fundos administrados em conjunto com os países afetados, uma vez que o Fundo Virente para o Clima e o Fundo Global para o Meio Envolvente.
– De onde sairá o numerário? –
Os 100 bilhões de dólares em ajuda são amplamente criticados porque dois terços são empréstimos, muitas vezes a taxas preferenciais, que seus detratores acusam de originar um aumento na dívida dos países pobres.
A diplomacia financeira também está em jogo no Banco Mundial, no FMI e no G20, cuja presidência brasileira quer produzir um imposto global sobre os mais ricos.
O dirigente da ONU, António Guterres, sugeriu a cobrança de impostos sobre a aviação e o transporte marítimo. Estas propostas são estudadas por grupos de trabalho na França, Quênia e Barbados.
Redirecionar os subsídios das energias fósseis para energias limpas ou cancelar a dívida em troca de investimentos climáticos também são caminhos possíveis.
Outra proposta, do Azerbaijão, é que os produtores de energias fósseis financiem um novo “concepção” de fundo para os países em desenvolvimento.
Quanto ao fundo para “perdas e danos”, criado na COP28 para amparar os países pobres vítimas de desastres climáticos, ainda está longe de ser operacional, com promessas de 661.000 dólares (3,6 milhões de reais) até agora.