Especialistas da ONU propõem adoção de sistema para rastrear minerais críticos

JENS SCHLUETER

Operários trabalham no chassis e na unidade de tração a bateria em um sege elétrico em uma risca de montagem da obreiro alemã de carros da Volkswagen em Zwickau, leste da Alemanha, em 20 de agosto de 2024

JENS SCHLUETER

Especialistas da ONU recomendam a geração de um sistema global de rastreabilidade de minerais críticos para a transição energética, com o objetivo de evitar impactos negativos aos direitos humanos ou danos ao meio envolvente devido ao aumento da demanda, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (11).

O desenvolvimento de energias renováveis, crucial na luta contra as mudanças climáticas, exige minerais e metais porquê cobre, cobalto, níquel, lítio e terras raras usados em baterias de carros elétricos, além de cádmio e selênio para painéis solares.

Em abril, o secretário-geral da ONU, António Guterres, criou um comitê de especialistas encarregado de elaborar “medidas de salvaguarda” para essa revolução energética.

No relatório, os especialistas propõem sete princípios orientadores, entre os quais, colocar os direitos humanos no meio das cadeias produtivas, proteger a integridade do planeta e prometer que os benefícios sejam compartilhados com as comunidades.

De forma mais concreta, os especialistas sugerem estabelecer um “quadro de rastreabilidade global, transparência e responsabilidade ao longo de toda a calabouço de valor dos minerais, desde a sua extração até a reciclagem”.

Isso incluiria uma avaliação independente do desempenho ambiental e social das empresas envolvidas, verificando se respeitam os direitos humanos e trabalhistas, os níveis de gases de efeito estufa, entre outros.

A Filial Internacional de Virilidade (AIE) estima que, para limitar o aquecimento global a um supremo de +1,5°C, a demanda por minerais críticos quadruplicará até 2040.

A coalizão de ONGs Rede de Ação Climática (Climate Action Network), com representação no Comitê, saudou as recomendações, embora seu diretor, Tasneem Essop, tenha enunciado em um expedido que “ainda há um longo caminho a percorrer para tornar esses princípios uma verdade”.

“Frequentemente, a produção desses minerais deixa para trás uma nuvem tóxica: poluição, comunidades maltratadas, infâncias arruinadas pelo trabalho e até mortes”, disse Guterres em abril.

“E as comunidades e os países em desenvolvimento não colhem os benefícios da produção e do transacção. Isso precisa mudar”, enfatizou, afirmando que não se deve substituir os combustíveis fósseis por outra indústria poluidora.

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