
Lideranças brasileiras vão a Nova York ver lições no combate ao crime organizado
Mesmo num país afeito à violência, a tarde da última sexta-feira, 8, mostrou a audácia do transgressão organizado no Brasil. Um tiroteiro na dimensão de desembarque do aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do país, matou um delator de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) e, junto, um motorista de aplicativo que somente transitava no sítio. Uma outra pessoa também sem relação com o transgressão, mas infelizmente atingida pelas balas, segue internada.
Ao que tudo indica, a ação foi encomendada pelo PCC, coroando um ano de 2024 no qual o transgressão organizado atingiu um novo patamar no Brasil. Vide os tentáculos do PCC na política. No estado de São Paulo, 12 candidatos ligados ao transgressão organizado foram eleitos — dez vereadores e dois prefeitos, de contrato com dados de órgãos de lucidez reportados ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
No totalidade, 70 pessoas com relação ao grupo criminoso concorreram nas eleições, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo. Não à toa, o envolvimento do transgressão organizado na máquina pública virou um dos temas principais na campanha eleitoral na capital paulista, com candidatos acusando uns aos outros de laços com o quadrilha.
No Rio de Janeiro, São Paulo e nas principais cidades do Nordeste, as operações de facções criminosas afetam diretamente o dia a dia de pessoas em áreas periféricas. A presença do transgressão organizado inibiu o aproximação à justiça e ao voto em algumas localidades. A melhoria da segurança pública, portanto, virou uma taxa crucial para o país em 2024.
O progressão do transgressão organizado traz instabilidade para os cidadãos, atrapalha os negócios e compromete a imagem do Brasil perante investidores. O que sociedade social, iniciativa privada e autoridades comprometidas com uma agenda de segurança pública podem fazer para combater oriente mal?
A procura por soluções em segurança pública está por trás de uma comitiva de lideranças brasileiras à Universidade Columbia, em Novidade York, para um curso executivo sobre o tema. A formação começará nesta segunda-feira, 11, e irá até o dia 15 de novembro.
Capitaneado pela Comunitas, organização sem fins lucrativos voltada à melhoria da gestão pública e do investimento social por meio de parcerias entre os setores público e privado, o curso intenso é resultado de uma parceria entre a organização e a Picker Center Foundation, instituição da School of International and Public Affairs (SIPA) de Columbia.
O objetivo é ter aproximação a cases de sucesso internacionais e contato com conceitos das melhores universidades do mundo.
“Escolhemos segurança porquê mote principal para essa edição, pois, posteriormente alguns levantamentos que fizemos com a nossa rede, percebemos uma grande convergência, em todos os territórios, apontando para o transgressão organizado porquê um dos grandes causadores da violência no país”, diz Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas.
Quem estará presente
Ao todo, foram selecionadas 25 lideranças dos setores público e privado, de todas as regiões do Brasil. Nomes de peso de várias esferas do Executivo porquê Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, Guilherme Derrite, secretário de negócios e segurança pública do estado de São Paulo, João Campos, prefeito reeleito de Recife, Rodrigo Neves, prefeito eleito de Niterói, além dos vice-prefeitos eleitos de São Paulo, Ricardo Promanação Mello Araújo, e do Rio de Janeiro, Eduardo Cavaliere, estão entre os participantes.
A comitiva também será composta por lideranças do Congresso Pátrio, porquê os deputados Tabata Amaral (São Paulo), Pedro Teixeira e Renan Ferreirinha (Rio de Janeiro). A reportagem da EXAME
Trata-se da quarta edição de uma formação internacional feita pela Comunitas. Em 2023, a organização levou líderes brasileiros à Universidade Stanford, na Califórnia, para um programa sobre economia verdejante e sustentabilidade, com o objetivo de ampliar a agenda ambiental em políticas públicas.
Em 2018, a organização levou prefeitos também para Columbia, em Novidade York. Na ocasião, a turma trocou experiências com gestores públicos dos Estados Unidos em temas caros ao dia a dia das metrópoles brasileiras, com zeladoria urbana e segurança pública.
“É muito gratificante poder reunir importantes líderes, dos mais diferentes setores, para debater assuntos tão relevantes”, diz Esteves. “Isso é fundamental para que consigamos desenvolver uma agenda conjunta e estratégica com todos os níveis, de esferas distintas, conversando sobre um mesmo tema.”
Da esquerda para a direita, sentados, Leany Lemos (secretária de Planejamento do governo federalista); Eduardo Leite
(governador do Rio Grande do Sul); Pedro Paulo Roble Teixeira (deputado federalista); Helder Barbalho (governador do Pará); Marília Melo (secretária do Meio Envolvente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais); Eduardo Riedel (governador de Mato Grosso do Sul); Natália Resende (secretária de Meio Envolvente, Infraestrutura e Logística do governo de São Paulo); e Luiz Augusto Silva (secretário de Planejamento do Paraná). Em pé, Fernando Chucre (secretário de Planejamento e Entregas Prioritárias do município de São Paulo); Fernando Schüler (pesquisador na escola de negócios Insper); Regina Esteves (diretora-presidente da Comunitas); Paulo Alexandre Barbosa (deputado federalista); e Vitor Saback (secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral): a troca de conhecimentos sobre desafios ambientais foi o mote para formação na Universidade Stanford, na Califórnia, em 2023 (Bira Cosme/Divulgação)
Os destaques da programação
O programa de formação em Novidade York terá uma abordagem teórica e prática, oferecendo aos participantes a oportunidade de aprender com especialistas renomados em segurança pública e prevenção à violência.
A programação inclui aulas com o doutor em políticas públicas William Eimicke, que abordará temas porquê avaliação de riscos e resiliência em situações de crise. Joe Pfeifer, rabi em governo pública e ex-diretor do Departamento de Bombeiros de Novidade York, discutirá liderança em situações de emergência e gestão de crises.
O curso também incluirá análises de experiências internacionais, porquê o caso colombiano no combate às drogas, que será apresentado por Andrés González Díaz, ex-governador do departamento de Cundinamarca, onde fica a capital Bogotá e um dos epicentros do transgressão organizado na Colômbia nas últimas décadas.
Outro destaque será a presença de Annemarie McAvoy, técnico em crimes financeiros, que abordará estratégias de prevenção ao transgressão organizado transnacional.
Além das aulas, o programa prevê visitas de campo ao Departamento de Polícia de Novidade York (NYPD) e ao Departamento de Correções de Novidade York, onde os participantes conhecerão práticas de estudo de dados e operações conjuntas, que contribuem para o combate ao transgressão em uma das maiores cidades do mundo.
“A formação visa prometer uma troca rica de perspectivas e experiências entre os participantes, fortalecendo a rede e a capacidade de colaboração entre diferentes entes federativos, iniciativa privada, especialistas e demais setores da sociedade”, diz Esteves.