A aposta do momento do grupo LVMH: o segmento de relojoaria de luxo
Existe um grande momento no ano do mercado de relojoaria, que é o salão Watches & Wonders, realizado em Genebra, sempre no mês de abril. Mas antes disso o grupo LVMH realiza sua própria feira, somente para as marcas próprias. A sexta edição do LVMH Watch Week acaba de ser anunciada. Vai sobrevir de 21 a 24 de janeiro de 2025, em Los Angeles.
Nove marcas de relojoaria da LVMH irão apresentar os principais lançamentos previstos para o ano para jornalistas especializados, varejistas e clientes selecionados de todo o mundo. É um momento em que a prensa pode ver em mãos as peças e fazer entrevistas com os executivos das manufaturas, enquanto lojistas fazem os pedidos de compra.
O grupo LVMH já realizou seu salão próprio em Dubai, Singapura e, no ano pretérito, em Miami. Agora, leva o evento para a costa oeste dos Estados Unidos. No ano pretérito participaram seis marcas: Bvlgari, Hublot, TAG Heuer, Zenith, Daniel Roth e Gérald Genta. Agora, serão nove, com a estreia de Louis Vuitton, Tiffany & Co. e L’Epée 1839.
Aquisições de novas marcas
O grupo vem investindo no segmento de relojoaria. O atual CEO da ramificação é Frédéric Arnault, um dos filhos do fundador da LVMH, Bernard Arnault. Antes de assumir o missão, ele foi diretor e CEO da TAG Heuer. Na quadra, o conglomerado possuía somente quatro marcas. Além da TAG, estavam Bvlgari, Zenith e Hublot.
Em junho deste ano, o grupo anunciou duas movimentações. Primeiro, Bernard Arnault adquiriu uma participação pessoal no grupo de luxo rival Richemont, que detém marcas uma vez que Cartier, Van Cleef & Arpels, IWC e Montblanc. É recorrente o rumor de que a LVMH estaria interessado na obtenção do Richemont.
A segunda notícia foi a compra da L’Epée 1839, uma das antigas fabricantes de relógios da Suíça, especializada em peças de mesa e objetos de arte. A coleção atual tem, por exemplo, relógios em forma de carruagem. Também conta com complicações uma vez que calendários perpétuos, turbilhões e, em um caso específico, uma suplente de marcha de 8.760 horas (o que equivale a um ano inteiro).
Investimento em complicações e pedras preciosas
O grupo LVMH vinha fazendo aquisições no segmento nas últimas décadas. As primeiras marcas compradas foram a Zenith e a TAG Heuer, em 1999. A viradela para o conglomerado em termos de credibilidade no segmento aconteceu em 2011, com a parceria com a La Fabrique du Temps.
A La Fabrique é um produtor conceitual de movimentos fundado em 2007 pela dupla relojoeira Michel Navas e Enrico Barbasini. Recentemente, o grupo LVMH relançou as marcas Gérald Genta e Daniel Roth, que estavam sob a direção de Navas e Barbasini.
Sob o comando de Frédéric Arnault, o grupo LVMH tem investido em complicações e pedras preciosas, elevando consideravelmente o preço das peças. Mesmo em marcas associadas à esportividade, uma vez que a TAG Heuer, que passou a usar diamantes coloridos cultivados em laboratórios.
Contexto provocador para o mercado de luxo
Pela primeira vez os relógios da Tiffany & Co, joalheria americana adquirida pelo grupo em 2021, estarão expostos no salão de relojoaria. Para a edição desse ano espera-se que o grupo antecipe as novidades relacionadas à Fórmula 1. A partir de 2025, a LVMH será a parceira solene do maior e mais tradicional rodeio de automobilismo do mundo.
Tudo isso será apresentado dentro de um contexto provocador. O segmento de relógios e joias do grupo apresentou uma receita de quase 7,9 bilhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, uma queda de 3% em relação ao mesmo período do ano pretérito. O grupo uma vez que um todo teve um faturamernto de 62 bilhões de euros, 2% a menos que em 2023.
O segmento de luxo uma vez que um todo vem sofrendo globalmente devido à redução de demanda da China, que passa por uma crise imobiliária e retração de consumo das famílias. A resposta do grupo LVM para esse cenário é um investimento cada vez maior em peças de libido que vão muito além de marcar as horas.