Seca extrema no Acre gera impacto na migração interna e mobiliza autoridades – ac24horas.com

A movimentação de populações dentro do estado do Acre por conta da seca extrema está inserida no rol de preocupações da Resguardo Social Estadual, que nesta quinta-feira, 8, se reuniu remotamente com membros da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o ponto.

A teoria da reunião, de conformidade com o que foi veiculado por membros da Resguardo Social nas redes sociais, é buscar entender a dinâmica da transmigração entre cidades, comunidades e de países que fazem fronteira com o Acre, a termo de melhorar os dados e encontrar soluções para os problemas que estão por vir.

O entendimento que tem é de que a falta de navegabilidade dos rios, que são a principal via de transporte para muitas das comunidades, tem solitário diversas áreas, forçando os moradores a buscarem refúgio em regiões urbanas onde o aproximação a recursos básicos seria, em tese, mais viável.

As dificuldades enfrentadas por muitas comunidades ribeirinhas e indígenas, em razão da redução drástica dos níveis dos rios e a escassez de chuvas, já ocorrem há murado de dois meses, principalmente com relação à navegação, provimento de chuva potável e aproximação a mantimentos.

No início de junho, o Governo do Acre editou o Decreto n° 11.338, declarando a existência de estado irregular, caracterizada uma vez que situação de emergência, por conta de uma das secas mais severas, que estava prestes a atingir os 22 municípios do estado, previsão que vem se consolidando.

No documento, o governo afirmou que a decretação da situação de anormalidade era em decorrência do cenário de extrema seca, que já estava sendo vivenciado, e da iminente possibilidade de sinistro decorrente do desabastecimento do sistema de chuva em diversas localidades no estado do Acre.

Uma das regiões de grande preocupação é o Juruá, onde rios uma vez que o Jordão e o Tejo, que abrigam grande quantidade de comunidades indígenas em suas margens, estão secos a ponto de não permitir mais a navegação em vários trechos, fazendo com que moradores precisem carregar canoas na cabeça em determinados pontos.

Um exemplo é o povo Kuntanawa, que se concentra em uma dimensão da Suplente Extrativista do Superior Juruá, no município de Marechal Thaumaturgo. O território, que não é demarcado pelo governo brasílico, é formado por três aldeias, com 400 pessoas, que dependem dos rios para locomoção.

Em reportagem do site Amazônia Real, de Manaus, sobre a seca no Acre, o líder indígena Haru Kuntanawa contou que o cenário que se apresentava ainda em junho era esperado exclusivamente para agosto e setembro. O povo ainda estava no processo de reconstruir suas aldeias destruídas pelas últimas cheias do Rio Tejo.

Com as últimas enchentes, os roçados do território Kuntanawa foram inundados pela chuva duas vezes, destruindo plantações, criações e moradias foram destruídas, segundo o líder indígena. “Nem terminamos o traumatismo da enchente e já estamos vivendo o traumatismo da seca”, afirmou.

Os principais rios do Acre, uma vez que Acre, Purus, Juruá, Tarauacá, Envira e Iaco, também estão inseridos no cenário de seca severa. A redução suculento nos níveis desses mananciais também vem ocorrendo desde junho e deve se prolongar até novembro, período tradicionalmente sedento no estado.



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