
Educação social: veja como essa empresa está ajudando gaúchos a reconstruírem o próprio negócio
Empreender acaba sendo a principal saída profissional para pessoas em situação de vulnerabilidade. Segundo um estudo divulgado em 2023 pelo Instituto Locomotiva, 50% dos moradores de favela empreendem, o que somam 5,2 milhões de empreendedores – e destes somente 37% tem CNPJ. Foi para mudar a verdade de pessoas carentes que o gaúcho Vinícius Mendes Lima criou em 2014 o Grupo Besouro, empresa que ensina pessoas comuns a fabricar o seu próprio negócio.
A empresa atua hoje em todo o Brasil, mas com as recentes enchentes no Rio Grande do Sul, o Grupo intensificou suas ações no estado atendendo empreendedores afetados pelas enchentes. “Sempre atuamos no Rio Grande do Sul, mas agora estamos dando um olhar dissemelhante devido à situação atual,” afirma Vinícius. “Não estamos focando somente em pessoas que vivem em comunidades, mas sim todas que foram de alguma forma atingidas pelas enchentes”.
O trabalho do Grupo Besouro procura ajudar na recuperação econômica do Rio Grande do Sul. “Ao capacitar pequenos empreendedores, a organização ajuda a revitalizar a economia sítio, gerando empregos e melhorando a qualidade de vida nas comunidades afetadas”, afirma Lima.
É o caso da Carolina da Silva Alvarez, que mora em Porto Satisfeito. Ela fez o curso de empreendedorismo da Besouro durante a pandemia e iniciou um ateliê onde vende roupas, canecas, chinelos, papelaria e outros produtos personalizados. Seu negócio e sua vivenda foram muito atingidos pela enchente deste ano. “Passei pela enchente em novembro do ano pretérito e em maio deste ano, mas dessa última foi muito pior, tanto que tive que transpor de vivenda, porque a chuva só subia. Depois veio a preocupação com as contas e uma vez que eu e meu marido íamos fomentar nossos filhos. Perdi muito insumo de trabalho, uma vez que notebooks, impressora, materiais e até bancada”, afirma Alvarez que hoje também é consultora da escritório Besouro.
Alexandra de Sá, moradora da cidade Sapucaia do Sul, criou a sua confeitaria em 2019 que acabou sendo impactada financeiramente pelas enchentes. “O curso me tirou da zona de conforto. Queria fazer mudanças, mas tinha pavor de furar a empresa, mas fui com insensível na bojo mesmo assim. Agora não sou mais amadora, estou na vitrine”, diz a empresária que não conseguiu faturar nos meses de maio e junho. “Em maio, o que me salvou foi que eu fiz voluntariado e um empresário de São Paulo fez uma compra que me ajudou. Espero ter mais pedidos nos próximos meses para colocar em prática o que aprendi no curso”.
De maio até o momento, Lima afirma que o Grupo Besouro levou ensino para murado de milénio empreendedores no Rio Grande do Sul.
Alexandra de Sá, moradora da cidade Sapucaia do Sul, RS, que teve a confeitaria impactada pelas enchentes. (Grupo Besouro/Divulgação)
Uma vez que tudo começou
Nascido e criado no bairro periférico de Vila Novidade, em Porto Satisfeito, Lima começou a empreender aos 12 anos, vendendo crepes para evitar pedir verba aos pais.
“Transformei esse negócio em pequenas unidades na frente de escolas e depois dentro de escolas particulares,” conta. Essa experiência inicial levou à geração da primeira empresa, a Choque Produtora, uma produtora de formaturas que se tornou uma das principais do Brasil.
A mudança de rumo veio quando Lima se mudou para o Rio de Janeiro e começou a se envolver com projetos sociais. Em parceria com a MGN Consultoria e o Banco Itaú, ele desenvolveu o programa “Estudar Vale a Pena,” focado em jovens de escolas públicas. “Foi aí que comecei a conduzir jovens a empreender, o que me levou a fabricar uma metodologia para ensinar jovens em situação de vulnerabilidade social a furar pequenos negócios,” diz Vinícius.
Em 2014, depois concluir seu mestrado em Governo e Marketing, Lima fundou o Grupo Besouro de Fomento Social. A metodologia desenvolvida por ele, chamada “Paint by Necessity,” tem uma vez que objetivo ensinar pessoas em situação de vulnerabilidade a empreender de forma sustentável. “Hoje, mais de 150 milénio brasileiros já passaram por essa metodologia,” afirma Vinícius.
Uma vez que funciona a formação?
A formação empreendedora é gratuita e ocorre por meio de parcerias com governos, instituições, uma vez que a Fórum Mulher Empreendedora Gaúcha (FMEG), e grandes empresas, uma vez que a Gerdau e a Bat Brasil. Os alunos saem com um projecto de ação pronto para furar o negócio, e recebem monitoria nos três primeiros meses sobre uma vez que publicar a marca, uma vez que funciona um fluxo de caixa e uma vez que contratar um funcionário, por exemplo.
Só em São Paulo, em 2023, o Grupo Besouro capacitou 8.345 jovens, de 139 bairros em 341 turmas, no “Meu Trampo”, projeto para a Prefeitura de São Paulo.
A resiliência em empreender
Vinícius destaca que o maior repto não é o público que atende, mas sim convencer o poder público e a iniciativa privada de que essas pessoas têm potencial. “A segmento mais difícil é convencer que essas pessoas podem ser grandes empresários,” diz ele.
A resiliência é uma propriedade forçoso dos empreendedores por urgência, tanto que o nome escolhido, ‘Besouro’, trata a resiliência dessa população. “Besouro é um inseto que sobrevive em condições adversas. Nossa hashtag é #voabesouro, porque queremos que essas pessoas não somente sobrevivam, mas também voem com os seus negócios”.
Negócios em Luta
A série de reportagens Negócios em Luta é uma iniciativa da EXAME para dar visibilidade ao empreendedorismo do Rio Grande do Sul num dos momentos mais desafiadores na história do estado. Muro de 700 milénio micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolaram o estado no mês de maio.
São negócios de todos os setores que, de um dia para o outro, viram a chuva das chuvas inundar projetos de uma vida inteira. As cheias atingiram 80% da atividade econômica do estado, de contrato com estimativa da Fiergs, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
Os textos do Negócios em Luta mostram uma vez que os negócios gaúchos foram impactados pela enchente histórica e, mais do que isso, de que forma eles serão uma força vital na reconstrução do Rio Grande do Sul daqui para frente. Tem uma história? Mande para negociosemluta@examinação.com.