
Em nova empreitada, Felipe Neto quer estimular 'match' entre jovens e os livros
Com mais de 46 milhões de inscritos em seu ducto no YouTube, Felipe Neto integra a lista dos maiores criadores de conteúdos da plataforma em todo o mundo. Além dos vídeos de humor e tendências da cultura pop, o youtuber e influenciador carioca lida com os encargos de empreendedor uma vez que sócio da mediatech Play9.
Multifacetado, Felipe Neto agora investe em uma de suas maiores paixões: a literatura. Por sua relevância neste universo, ele é um dos principais convidados da 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, com destaque para seu novo livro “Uma vez que Enfrentar o Ódio”.
A obra consiste em um relato pessoal, no qual o influenciador compartilha suas experiências sobre uma vez que o ódio se espalhou pelo país e impactou sua própria vida. Além de apresentar maneiras de combater esse comportamento na internet. Em uma estratégia de divulgação prévia, Felipe vendeu mais de 10 milénio exemplares do livro, se tornando a maior pré-venda da história da editora Companhia das Letras.
Em entrevista à EXAME, Felipe conta que o rápido sucesso do livro foi uma grande surpresa e acredita que ele pode ter impactado pessoas que não acompanham seu trabalho e sua trajetória nas mídias sociais. “Ele tem despertado a curiosidade justamente por se tratar de um tema muito vivido, mas ainda pouco esclarecido: o ódio do dedo. Acho que posso falar sobre esse objecto justamente por já ter sido um profundo motivador desse ódio e ter pretérito para a quesito de vítima”.
No mesmo mês, o youtuber também transformou seu insaciável interesse pelos livros em uma novidade empreitada, ao inaugurar o “Clube do Livro Felipe Neto”. Em uma plataforma do dedo, Felipe tem reúne seus seguidores e capta novos públicos para encontros em lives interativas sobre diferentes obras literárias.
Mais do que um mero bate-papo, esse ecossistema pretende estimular debates sobre os livros selecionados, conversas com escritores e trocas de ideias entre os assinantes do serviço. Com o uso de uma linguagem bem-humorada e a verossimilhança com as histórias para aquecer o interesse dos assinantes e convencê-los a não desgrudar dos livros.
Hora de dar chance aos livros
Felipe explica que esse projeto foi tirado do papel em razão de sua “devoção” aos livros, iniciada na puerícia com a coleção “Harry Potter”, de J.K. Rowling, uma dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil.
“Quando eu tinha 11 anos, meu pai me presenteou com o primeiro livro da série, ‘A Pedra Filosofal‘. Desde portanto, nunca mais parei de ler. Com o passar dos anos, fui variando os estilos literários e descobrindo que era dentro dos livros que o mundo se encontrava, tanto o real quanto o imaginário. Desde a mocidade, não me recordo de um dia sequer em que eu tenha ido dormir sem ler pelo menos algumas páginas.”
Depois se lançar na internet, Felipe passou a compartilhar com seus seguidores o exalo por autores de diferentes gêneros. E a partir disso, fez a promessa de produzir uma comunidade online dedicada à literatura. “Há anos eu dizia para meus seguidores que meu sonho era poder produzir um projeto para incentivar a leitura no Brasil. Quando finalmente pude colocar isso em prática, em 2024, o pessoal embarcou de cabeça”.
Atualmente, o Clube do Livro FN tem mais de 5500 assinantes e se aproxima da marca de 200 milénio expectadores. O empresário se sente entusiasmado com o prolongamento do público de sua novidade plataforma de teor literário. Mas, salienta que a atratividade pelo clube não consiste na ampliação de sua base de seguidores.
“Se a procura fosse por engajamento, sem incerteza minha escolha não seria pelos livros. Infelizmente, unicamente 16% dos brasileiros compraram qualquer livro em 2022. Minha luta diária hoje é justamente para ampliar o engajamento de literatura no país.”
Apesar da vasta quantidade de seguidores nas redes sociais (mais de 17 milhões no Instagram), Felipe Neto salienta que transformar o Clube do Livro em um negocio viável não foi uma tarefa simples. “É um enorme repto, porque livros não são itens considerados baratos e normalmente não estão no planejamento financeiro dos brasileiros, mesmo sendo uma das coisas mais importantes da humanidade (a leitura)”.
Para convencer o público a dar uma chance aos livros, Felipe precisou erigir sua credibilidade no mundo da literatura para se tornar uma referência aos jovens. Para isso, as redes sociais foram suas principais aliadas.
“Acredito que toda influência que alguém pode motivar que incentive a leitura em alguma pessoa é extremamente importante. Por isso, faço questão de publicar o que estou lendo e o que concluí, inclusive deixando salvo em destaques no meu Instagram. Sempre recebo relatos de pessoas que dizem ter comprado determinada obra porque viram nesses stories”, diz.
E reforça: “Fazendo isso com o passar dos anos, consegui erigir credibilidade para fazer críticas sobre livros nas minhas redes. Minha missão é aguçar a originalidade e mostrar uma vez que a leitura pode transformar vidas. No termo de tudo, o objetivo tem que ser esse: ampliar o consumo de livros”.
Em entrevista, o empresário não pôde revelar os resultados iniciais do Clube do Livro em receita. No entanto, ele detalha que uma das maiores recompensas dessa iniciativa é o impacto nos leitores.
“Muita gente que entra no Clube FN faz isso pensando em mudar suas vidas para alguma coisa totalmente dissemelhante e é exatamente esse o relato que mais temos recebido de quem está participando.”
Redes Sociais x Livros
Os hábitos de leitura dos brasileiros passaram por mudanças nos últimos anos, provocadas em certa medida pelas redes sociais, segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo IPEC durante a Bienal do Livro de São Paulo, em 2022.
Com base em milénio entrevistas, o estudo destacou os influenciadores digitais uma vez que os principais indicadores de títulos, atingindo mormente pessoas entre 10 e 29 anos. Entre as plataformas mais usadas no Brasil, TikTok, YouTube, Instagram e Facebook influenciaram 28% das pessoas para a indicação do que ler.
Diante deste cenário, Felipe Neto defende que o uso consciente das mídias sociais e a disseminação de conteúdos de qualidade podem propiciar hábitos benéficos aos público, uma vez que a leitura. Isso deu espaço não unicamente para o prolongamento de seu Clube, uma vez que também para outros produtores que impulsionar o consumo de livros na internet.
“Estamos vendo na prática o resultado da dedicação de influenciadores na recomendação de leituras. O Clube FN conseguiu imenso alcance justamente por não ser unicamente a minha imagem produzindo teor. Não é só sobre ler, é sobre transformação e geração. O ato de ler é um ato de exercitar a originalidade. Uma vida sem leitura é mais cinza, menos feliz e mais fácil de ser manipulada”, finaliza.
Quais os dias da Bienal do Livro de São Paulo?
A 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo ocorre de 6 a 15 de setembro de 2024, no Região Anhembi.
Nos dias de semana (06, 09 a 13 de setembro), o evento funcionará das 09h às 22h, com ingressão permitida até às 21h. Nos finais de semana (07, 08 e 14 de setembro), a Bienal abrirá das 10h às 22h, também com ingressão liberada até às 21h.
No último dia da feira, 15 de setembro, o horário será reduzido, com o evento funcionando das 10h às 21h, sendo verosímil acessar o sítio até às 19h.