Copo térmico, lancheiras, franquias e memes: quais são os próximos passos da Stanley no Brasil
“Nossa história não começou há três anos uma vez que muitos pensam”, diz Andréa Martins, presidente da Stanley na América Latina. Na companhia há cinco anos, a executiva foi responsável por transformar a centenária marca de garrafa térmica num fenômeno no Brasil.
A Stanley fez basicamente o mesmo resultado há mais de um século: garrafas térmicas resistentes capazes de poupar a temperatura da bebida por horas. O resultado funciona muito muito, dada a longevidade do negócio, mas a presença no mercado brasílio era restrita aos consumidores de chimarrão. Para se tornar uma marca conhecida nacionalmente, surgiu a teoria de apostar em outra bebida queridinha dos brasileiros: a cerveja.
A teoria de produzir um copo térmico menor para gelar bebidas foi desenvolvida para atender o público brasílio.
“O Brasil é pais de clima quente e o terceiro maior mercado de cerveja. Fomos até a sede da companhia em Seattle e fizemos a proposta de um novo resultado”, disse a executiva durante sua palestra no BConnected, evento da consultoria Bittencourt voltado para negócios em redes.
A teoria não demorou muito para se materializar. Com capital fechado, a companhia fundada pelo americano William Stanley Jr., em 1913, funciona uma vez que uma “startup centenária”.
“Precisamos de ousadia para ver de outra forma o mesmo protótipo de negócio. Lutamos internamente para produzir um resultado capaz de transformar uma marca de garrafas térmicas em uma marca sexy no Brasil”, diz Martins.
A marca, até logo pouco conhecida no país, se popularizou. O consumo de cerveja em copos térmicos foi intuito de críticas e curiosidade — o que acelerou o alcance da marca.
”Muito teor orgânico foi produzido sobre o copo Stanley nos últimos anos. Não precisamos combater as críticas e memes. Não há zero melhor do que ver o resultado se popularizar e saber da qualidade que ele tem”, diz a executiva.
Da Faria Lima ao litoral brasílio, o copo Stanley foi aos poucos ganhando espaço no dia a dia do brasílio. A marca foi responsável por produzir uma categoria até logo inexistente de copos térmicos para cerveja.O sucesso do resultado transformou o Brasil no segundo maior mercado da marca.
O porvir da Stanley no Brasil
”O que tira o meu sono é pensar no próximo passo”, diz a executiva durante a palestra no BConnected. Pretérito o boom inicial de vendas e a popularização do resultado, que vem também com o aumento da concorrência, a executiva diz que a Stanley tem se devotado a estar presente em mais momentos de consumo. “Lançamos uma traço próprio para bar, moca, hidratação e chimarrão”, diz.
A aposta em copos mais coloridos e colecionáveis, em parceria com artistas pop, também surgiram com a teoria de aproximar as gerações mais jovens. Um copo roxo gigante no protótipo Quencher, em parceria com a cantora Olívia Rodrigo, e uma coleção próprio para comemorar os 65 anos da Barbie estão entre os modelos mais populares no TikTok.
Um novo resultado deve chegar ao Brasil em breve. Chamado de soft cooler, a lancheira ou bolsa térmica da Stanley já faz sucesso em outros mercados.
A companhia também quer entrar na categoria de lifestyle. Presente no show da Madonna na praia de Copacabana, a empresa vai marcar presença no São Paulo Fashion Week.
Há dois anos, a Stanley contratou a consultoria Bittencourt para entrar no varejo com franquias. “Não temos experiência no varejo. Entendemos a prestígio desse ducto no mercado brasílio e contamos com a Bittencourt para estruturar todo o projeto”, diz Andréa.
A Stanley já tem 55 quiosques no Brasil. A teoria é se aproximar de potenciais clientes. “Nossos produtos tem um ticket mais saliente. As pessoas querem pegar, ver o resultado em mãos. O momento de compra também é importante para descrever a história e proposta da marca. Vocês sabiam que os produtos tem garantia vitalícia?”, diz a executiva.
O seleto grupo de franqueados conta tapume de 20 pessoas. Cada franquia tem o investimento inicial de R$ 320.000. As vendas mensais são projetadas em R$ 100.000 e prazo de retorno em 24 meses. Há espaço para mais franquias? A executiva afirma que a companhia trabalha com a projeção de 90 unidades. “Queremos estar nos principais shoppings do país”, diz.