
"A experiência é a nova moeda": empresário apaixonado por NFL relata o que viu no jogo em São Paulo
Diego Brites Ramos é diretor universal da Teltec Solutions e presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE)
A minha conexão com o futebol americano se iniciou em 1994 com 16 anos de idade quando eu fui fazer um intercâmbio nos Estados Unidos e estudei numa high school do interno do Estado de Kentucky, e atuei uma temporada inteira uma vez que Kicker do time de futebol americano da escola, batendo inclusive alguns recordes do campeonato estadual daquele ano.
Depois, graças a atuação da minha empresa que possui parcerias com grandes players de tecnologia uma vez que Cisco e Microsoft que fornecem tecnologia para as grandes arenas americanas e para a própria liga NFL, tive oportunidade por diversas vezes de saber os bastidores in loco de uma vez que essas grandes arenas utilizam da tecnologia para louvar a experiência do fã e aumentar as receitas com vendas de mercadorias, comidas e bebidas antes, durante e em seguida a realização das partidas.
Porquê entretenimento, já tive a oportunidade também de seguir dezenas de jogos ao vivo em diversas cidades americanas, tanto da liga profissonal (NFL) quanto Universitária (NCAA) que é outra grande paixão do americano. Em fevereiro de 2022 tive ainda a oportunidade de saber os bastidores e ver a uma final do Super Bowl realizada em Los Angeles.
Nesses anos todos, aprendi que a experiência e a novidade moeda, é um ativo valiosíssimo. Os americanos são especialistas no tópico, e a vinda da NFL para São Paulo fez com que eu e um grupo de amigos viesse de Florianópolis a São Paulo para seguir o jogo. Minhas principais impressões do espetáculo:
Pontos positivos:
- É de se ressaltar e aplaudir a iniciativa de trazer um grande evento uma vez que esse para o Brasil. Me impressionou a quantidade de estrangeiros presentes ao estádio, mormente dos Estados Unidos. Encontrei inclusive muitos que vieram do estado de Wisconsin, no extremo setentrião dos Estados Unidos, torcedores, evidente, do Green Bay.
- Sensação de segurança muito boa. Apesar do estádio permanecer longe, o chegada por metrô ajuda muito no deslocamento.
- Fizeram algumas interações bacanas com o público utilizando o telão, a exemplo do que os americanos fazem.
- O staff no universal foi muito muito. Muitas pessoas trabalhando no evento ajudando a passar orientações gerais.
Jogo da NFL nos Estados Unidos: ainda teremos um longo caminho pela frente para chegarmos ao mesmo padrão de experiência dos americanos (Diego Brites Ramos/Registo Pessoal/Divulgação)
Pontos a melhorar:
- O estádio careceu muito de infra estrutura tanto física uma vez que tecnológica.
- A inaugurar que o estádio é pequeno para padrões NFL. Muro de 47.000 presentes é muito pouco se comparado com os próprios estádios do Eagles e do Packers.
- Sem infraestrutura de Wi-Fi. Reclamação universal. Muitas pessoas não conseguiam se discursar e publicar nas redes sociais a experiência em que estavam vivendo. As redes das operadoras não estavam conseguindo dar conta.
- Infraestrutura de cattering uma vergonha. Tempo enorme na fileira e já no início faltou cerveja. Depois a cerveja estava quente, somente mais para o final é que conseguiram ofertar cerveja gelada. Opções de comida muito restritas.
- Banheiros sujos, mau cheiro e alguns sem torneiras
- Pouquíssimas (senão raras) TVs espalhadas pelos espaços do estádio o que compromete a experiência quando você precisa se transladar para o banheiro ou para o bar e não deseja perder um lance do jogo.
- Muitas poltronas quebradas. Pessoas eram obrigadas a ficarem em pé pois tiveram que movimentar as poltronas quebradas.
- A qualidade do som estava muito ruim. Não se entendia recta o que os árbitros falavam e acabou comprometendo o show da Anitta também. Mais um ponto negativo a reverência da experiência.
- O gramado também não estava bom. Muito escorregadio. Comprometeu diversas jogadas.
Enfim, valeu pela emoção e experiência de recebermos o primeiro jogo da NFL no Brasil. Ainda fomos agraciados por um belo jogo de futebol, disputado até o último segundo e com muitos touchdowns.
Entretanto para chegarmos a ter uma experiência mais próxima do que temos nos jogos realizados nos Estados Unidos, ainda teremos um longo caminho pela frente.
E a experiência é a novidade moeda!!!