Ibovespa abre em alta e dólar cai com investidores repercutindo aumento da Selic
O Ibovespa abriu a sessão desta quinta-feira, 7, em subida de 0,36% aos 130.815 pontos, enquanto o dólar recua 0,38% aos R$ 5,652. Ao contrário da véspera, em que a vitória de Donald Trump foi o foco dos mercados globais, hoje, no Brasil, as atenções se voltam para dois fatores locais: repercussão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e expectativa para o pregão do pacote de golpe de gastos.
- Ibovespa hoje: 0,36% aos 130.815 pontos
- Dólar mercantil: -0,38% aos R$ 5,652
Ontem, o Banco Médio (BC) elevou a Selic em 0,25 pontos percentuais (p.p.), levando a taxa básica de juros para o patamar dos 11,25%. Essa perspectiva de juros mais altos contribui com a atração de investimentos externos e é um fator baixista para a taxa de câmbio, ao mesmo tempo que impulsiona a bolsa.
Mais uma vez, os diretores do Banco Médio (BC) sinalizaram que os juros devem voltar a subir nas próximas reuniões, mas não se comprometeram com um percentual específico e nem com o tamanho do ciclo de subida. Em transmitido, os membros do colegiado alertaram para os riscos fiscais no Brasil.
“O Comitê tem escoltado com atenção porquê os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, principalmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, informou o Copom em seguida a reunião.
Segundo Leonel Mattos, exegeta de Lucidez de Mercado da StoneX, esse transmitido mais firme leva a crer ou consolida uma visão de que o Copom vai adotar um ciclo rígido de altas de juros daqui para frente para a Selic.
“Porquê o documento não trouxe o forward guidance, não sabemos em que patamar esse ciclo de altas pode terminar, mas deu a entender que o Copom vai ser bastante firme para tentar reancorar as expectativas inflacionárias para o meio da meta do Banco Médio (BC).”
Com isso, a curva de juros de médio e longo prazo do Brasil fortemente nesta manhã, enquanto a de 2025 sobe levemente.
E, por falar em política fiscal, investidores locais aguardam com sofreguidão o pregão das medidas de golpe de gastos. Ao longo da semana, o ministro da Herdade, Fernando Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e diversos ministros se reuniram para planejar o pacote.
Ontem, o ministro da Herdade declarou que “há dois detalhes sobre o pacote para fechá-lo com o presidente” nesta quinta-feira. A reunião para fechar as medidas fiscais está prevista para às 9h30.
Fomc
Hoje, o destaque também é a reunião do Comitê de Mercado Franco (Fomc, na {sigla} em inglês). A expectativa é que o Federalista Reserve (Fed, banco medial americano) golpe em 0,25 pontos percentuais (p.p.) os juros, levando-os para a fita entre 4,50% e 4,75%.
O tamanho do golpe já está precificado há tempos e a vitória de Trump não mudará o rumo desta e da próxima reunião do Fomc até o final do ano, explicam especialistas. Isso porque, apesar de Trump querer uma política expansionista e protecionista, que deve gerar indicação, o Fed só deverá mudar sua postura a partir de 2025, quando o republicano de veste assumir.
Aí sim os dirigentes do Fed poderão reduzir o ritmo de golpe de juros. “Num governo Trump, pode ter menos golpe. Nós precificávamos entre três e quatro cortes de 0,25 p.p. para 2025 com Kamala e, com Trump, um ou dois cortes”, explicou Gabriel Giannecchini, portfolio manager da Gauss Capital.
Para agora, a economia dos EUA, que está vendo a inflação convergir para a meta, permite um golpe. Entretanto, ao contrário da reunião passada, em que o Fed reduziu os juros em 0,50 p.p., hoje o golpe deverá ser em menor proporção – até porque o movimento de setembro foi visto porquê equivocado, em uma tentativa de reunir o golpe de juros que deveria ter sido feito em julho.
E essa redução no ritmo de golpe, segundo Lucas Dezordi, economista-chefe da Rubik Capital, é baseada em dados. Apesar do último Índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE, na {sigla} em inglês) de setembro mostrar que a inflação se aproxima da meta, dois outros fatores preocupam o Fed e justificam o golpe de 0,25 p.p.: mercado de trabalho aquecido e inflação de serviços ainda pressionada.
Porquê é calculado o índice Bovespa?
O Ibovespa é calculado em tempo real, fundamentado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na formação do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 milénio pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 milénio.
Que horas abre e fecha a bolsa de valores?
Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa horizonte acontecem das 9h às 18h25.
Já a partir do dia 4 de novembro (segunda-feira), o fechamento da bolsa ocorrerá uma hora mais tarde. As negociações serão das 10h às 18h, seguindo o horário de verão dos Estados Unidos, com o after market operando das 18h25 às 18h45. O horário da pré-abertura e do início seguem iguais.