Corte de gastos: reunião no Planalto é encerrada sem decisão e será retomada às 14h desta sexta

A Secretaria de Notícia da Presidência da República anunciou nesta quinta-feira, 7, que as reuniões sobre o pacote de medidas para namoro de gastos públicos serão retomadas às 14h desta sexta-feira, 8, no Palácio do Planalto. Com isso, o Ministério da Quinta informou que o ministro Fernando Haddad permanecerá em Brasília para participar do debate.

A previsão inicial era de que Haddad embarcasse para São Paulo ainda na noite de quinta-feira, onde despacharia na sexta-feira.

Porquê mostrou a EXAME, segundo fontes do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já definiu que não haverá alterações nos reajustes do salário mínimo e nos gastos com instrução na Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Para o presidente, os dois temas são principalmente sensíveis e representam bandeiras históricas de sua gestão. Assim, blindá-los de mudanças seria uma forma de minimizar os impactos negativos sobre sua popularidade.

Propostas da equipe econômica

Entre as propostas apresentadas ao presidente pelo ministro da Quinta e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, está a desindexação do reajuste do piso salarial do valor das aposentadorias, dos demais benefícios previdenciários, trabalhistas e assistenciais.

Haddad defende essa discussão e sugeriu a leitura de um item do economista Bráulio Borges, do Instituto Brasílico de Economia (Ibre) da Instauração Getulio Vargas (FGV). Borges explora o histórico das contas públicas e aponta desafios no ajuste fiscal, incluindo a desindexação do salário mínimo dos benefícios previdenciários porquê uma verosímil solução.

Ou por outra, a equipe econômica sugere rever as regras que estabelecem os mínimos constitucionais de saúde e instrução, atualmente atrelados à receita. Entretanto, Lula já afirmou que é contrário a cortes nessas áreas, que, em sua visão, representam investimentos, e não gastos.

Temor de impactos na popularidade

Conforme relatado pela EXAME, Haddad e Tebet enfatizaram a relevância de ratificar um pacote de cortes de despesas ainda em 2024, com potencial impacto econômico positivo em 2026, ano eleitoral. Porém, Lula expressa preocupação com o efeito dessas mudanças sobre sua popularidade nas regiões Setentrião e Nordeste, onde muitos eleitores são beneficiários de programas sociais e de apoio ao trabalhador.

A equipe econômica também enfrenta pressão do mercado, que demonstra ceticismo em relação ao governo. A subida no preço do dólar, a inflação desancorada e a taxa de juros elevada evidenciam a premência de uma resposta econômica robusta. Segundo membros do governo, um pacote validado pelo Congresso em 2025 poderia contribuir para a queda do dólar e da inflação, além de furar caminho para uma verosímil redução de juros, criando um cenário econômico mais favorável em 2026.

No entanto, a fileira política do governo está atenta ao momento do envio das propostas ao Congresso. Mesmo com o propagação econômico de 3% e geração de empregos, a popularidade de Lula tem derribado, conforme apontam pesquisas internas.

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