
Japoneses se apressam para comprar arroz ante risco de escassez
Um supermercado em Tóquio com prateleiras de arroz vazias e um letreiro informa aos clientes que podem comprar exclusivamente um saco
Philip FONG
A ameaço de um “megaterremoto”, uma série de tufões e um feriado vernáculo de uma semana levaram alguns japoneses a multiplicar as compras de arroz, o manjar substancial no país, tal qual governo alertou contra as compras maciças nesta terça-feira (27).
“Podemos comprar exclusivamente a metade da quantidade habitual de arroz neste verão e os sacos de arroz se esgotam rapidamente”, disse à AFP um vendedor de uma filial da popular rede de supermercados Fresco em Tóquio.
Algumas lojas ficaram com as prateleiras de arroz vazias ou com estoques racionados depois um aviso do governo neste mês, que já foi retirado, sobre um provável “megaterremoto”. O progressão de vários tufões e o prolongamento do feriado anual de Obon estimularam ainda mais as compras compulsivas.
Outros fatores incluem a subtracção das colheitas causada pelas altas temperaturas e a escassez de chuva ou o aumento da demanda relacionada pelo recorde de turistas estrangeiros.
Um papeleta de uma loja de víveres em Tóquio dizia: “Para que muitos clientes possam comprar, pedimos que comprem um (saco de arroz) por dia por família”.
O funcionário do Fresco afirmou que os estoques diários esgotaram ao meio-dia. “Os clientes fazem fileira antes que abra a loja, mas as pilhas de sacos, cada um com 10 quilos, sempre esgotam durante a manhã”, explicou.
O ministro da Lavradio, Tetsushi Sakamoto, pediu calma nesta terça-feira. “Por obséquio, mantenha a cabeça fria e compre exclusivamente a quantidade de arroz que você precisa”, disse ele.
O arroz está profundamente enraizado na cultura japonesa. Sua colheita moldou a paisagem do país e foi até mesmo usado uma vez que moeda no século VII. É, de longe, o manjar substancial mais consumido no país, com 7 milhões de toneladas por ano.
No entanto, a demanda vem diminuindo há qualquer tempo devido à redução da população e à mudança de hábitos alimentares de muitos japoneses, que optam por alternativas.
Em junho, as reservas do país foram as mais baixas desde 1999, quando dados comparáveis começaram a ser coletados, mas as autoridades acreditam que o estoque é suficiente.