‘Presidente do BC será do interesse do Brasil, não do mercado’

Ricardo Stuckert/PR

Lula disse que o mercado terá que “se adequar” à sua escolha para o BC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vem criticando a atuação do presidente do Banco Medial (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (26) que ainda não pensa no nome que irá substituí-lo. Ele afirmou, porém, que não indicará o próximo comandante da mando monetária pensando em um nome que agrade ao mercado financeiro. As declarações foram dadas em entrevista ao portal Uol.

Questionado sobre os nomes de Guido Mântega e Aloísio Mercadante, Lula reafirmou que escolherá o próximo nome de congraçamento com “os interesses do Brasil”, e que o “mercado precisa se adequar a isso”. 

Ou por outra, voltou a questionar a  manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 10,5%

“É preciso que os empresários do setor produtivo, ao invés de reclamar do governo, deveriam fazer passeata contra a taxa de juros, porque são eles que estão sofrendo com isso. Nós precisamos caminhar para uma taxa conciliável à premência do país crescer, ao mesmo tempo em que mantém a inflação controlada”, disse Lula.

Lula vem criticando Campos Neto devido à manutenção dos juros altos no país. O presidente do BC tem procuração até o final do ano. Depois disso, o governo faz uma indicação que deve passar pelo Congresso Pátrio.

Críticas ao mercado

Durante a entrevista, Lula também criticou o “nervosismo” do mercado financeiro, mas prometeu fazer um “pente-fino” nos gastos do governo
.

Segundo ele, haverá um debate com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e com o ministro da Quinta, Fernando Haddad, para averiguar se há premência de cortes orçamentários ou se é caso de aumento na arrecadação. 

“Gasto está sendo muito feito? Acho que está. Nós estamos fazendo uma estudo de onde tem gasto exagerado, que não deveria ter, onde tem pessoas que não deveriam receber e estão recebendo”, disse o presidente.

“O problema não é que tem que trinchar, o problema é saber se precisa efetivamente trinchar, ou se a gente precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, explicou Lula, que completou: “Problema no Brasil é que a gente diminuiu muito a arrecadação.”

Desoneração da folha

Lula também criticou a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia: “Se eu desonerar uma empresa, tem que possuir uma contrapartida ao trabalhador, senão eu estou beneficiando exclusivamente o empresário. E cá no Brasil se há um projeto de desoneração por 5 anos, depois aprovam um projeto de mais 5 anos, e assim por diante”. 

Questionado sobre a subida na inflação de provisões, o presidente prometeu debater no contextura da reforma tributária uma taxação mais eficiente dos produtos da cesta básica, onerando mais os provisões de sobranceiro padrão. 

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