Muhammad Yunus, vencedor do Nobel da Paz, envia mensagem a manifestantes de Bangladesh

O próximo mentor sênior do governo interino de Bangladesh, Muhammad Yunus, pediu nesta quarta-feira aos jovens que lideraram os protestos no país asiático e que provocaram a repúdio da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina que “mantenham a calma” e não tomem “o caminho de violência”.

“Nossa juventude está preparada para liderar a geração de um novo mundo. Não desperdicemos a oportunidade envolvendo-nos em violência sem sentido (…) Se seguirmos o caminho da violência, tudo será destruído”, disse o vencedor do Prêmio Nobel da Tranquilidade, de 84 anos, em sua primeira enunciação solene desde que aceitou liderar o governo interino do país.

O economista, reconhecido com o Nobel da Tranquilidade em 2006, felicitou os “bravos estudantes” que participaram das mobilizações iniciadas no início de julho.

“Não vamos deixar (a vitória) evadir por razão dos nossos erros”, disse Yunus.

O próximo mentor sênior, que chegará a Bangladesh vindo de Paris na quinta-feira, pediu ainda aos estudantes e membros dos partidos políticos de Bangladesh para “manterem a calma”.

“Levante é o nosso lindo país, com muitas possibilidades emocionantes. Devemos protegê-lo e torná-lo um país maravilhoso para nós e para as nossas gerações futuras”, concluiu.

Quem é Muhammad Yunus

Yunus, sabido uma vez que o “banqueiro dos pobres”, recebeu o Nobel da Tranquilidade por fundar e conceber o Grameen Bank para combater a pobreza em Bangladesh, desenvolvendo o concepção de microcrédito, no qual os empréstimos são concedidos a pessoas com recursos escassos que normalmente serão rejeitados pelo sistema financeiro.

Em 2007, Yunus tentou fundar seu próprio partido para superar a polarização entre as duas maiores legendas do país asiático, a Liga Awami de Hasina e o Partido Vernáculo de Bangladesh (BNP).

Em 2010, o vencedor do Nobel e o Grupo Grameen começaram a enfrentar críticas ao seu sistema de microcrédito, e o governo de Hasina lançou logo uma investigação contra ambos.

Yunus foi sentenciado a seis meses de prisão por um tribunal de Bangladesh no último mês de janeiro por violações da legislação trabalhista.

Seu governo interino terá uma vez que prioridade restabelecer a situação da lei e da ordem nas ruas, depois dos protestos que começaram há um mês para reivindicar o cancelamento de um sistema de cotas para empregos públicos e terminaram exigindo a destituição de Hasina em seguida a brutal repressão das manifestações, nas quais mais de 400 pessoas morreram.

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