Eleições nos EUA: votação em condado decisivo é feita em igrejas e drive-thru

Grand Rapids, Michigan – Uma caixa grande, no meio da lajeada, guarda o porvir da política nos EUA. É uma urna, onde eleitores podem depositar seus votos, sem trespassar do sege.

A EXAME ficou ali, do lado de uma delas, na frente da livraria Yankee Cliper, em Grand Rapids, no oeste de Michigan, na votação das primárias, no termo da tarde de terça-feira, dia 6. Michigan é um dos estados mais decisivos da eleição, e Grand Rapids, com 198 milénio habitantes, integra o condado de Kent, um dos mais disputadas do estado.

Na primária desta terça, estavam em disputa cargos porquê prefeito, deputado federalista, deputado estadual e senador, além de um plebiscito com três questões.

Nessa lanço, cada votante escolhe os candidatos do partido com o qual se identifica, porquê se fosse um primeiro vez. A decisão final, com a disputa entre os partidos, será em 5 de novembro.

Além de bibliotecas, havia pontos de votação e de entrega de cédulas em lugares diversos, porquê escolas, clubes comunitários e igrejas, de várias denominações — católica, batista,  anglicana… Cabines de votação, supervisionadas por funcionários do governo, foram montadas em áreas abertas nos templos.

Já a votação “drive thru” é segmento do protótipo de votação pelo correio, que ficou mais fácil em Michigan depois de 2022. Antes, quem estava longe de sua zona eleitoral poderia pedir uma cédula pelo correio e depois enviá-la de volta pelo correio ou depositá-la em uma urna em locais públicos, mas era preciso ter uma justificativa.

Depois da mudança, não é preciso mais informar uma razão: basta pedir a cédula e recebê-la em moradia. Outrossim, quem pedir uma vez passou a poder optar por receber para sempre as cédulas desta forma. As cédulas, no entanto, precisam chegar para a descrição até às 20h do dia da eleição. Assim, quem não mandou pelo correio a tempo ou não entregou antes estava correndo para entregar o documento a tempo.

A votação desta forma é criticada pelo ex-presidente Donald Trump e por outros republicanos, que dizem que há maior risco de fraude, mas sem apresentar provas. Autoridades de Michigan dizem que conferem os nomes e assinaturas dos eleitores em cada cédula, para prometer a segurança do processo.

Em meia hora na livraria, a EXAME viu oito pessoas depositarem seus votos na caixa do lado de fora. Duas vieram a pé, uma, de bicicleta e as demais, de sege. Bastava parar do lado, estender a mão e depositar.

Já outras dez entraram para votar do modo tradicional: foram até a cabine e preencheram a cédula na hora. Embora sem fileira, o processo era demorado pois havia muitas coisas para opinar.

Por que Grand Rapids importa nas eleições dos EUA?

Grand Rapids integra Kent, um dos maiores condados de Michigan, com mais de 600 milénio habitantes. Tanto a cidade quanto o estado têm se comportado porquê pêndulos. Em Kent, por exemplo, Donald Trump venceu em 2016, por três pontos percentuais de diferença, e Joe Biden foi o mais votado em 2020, com seis pontos percentuais de vantagem.

Não à toa a cidade — e os condados próximos a ela — entraram no radar das campanhas eleitorais de Trump e de Kamala Harris.

Grand Rapids foi a primeira paragem de Trump depois a convenção republicana, no dia 20 de julho. Até aquele momento, o republicano vivia uma temporada de impulso na campanha, depois evadir por um triz de um atentado e solidificar sua dominância sobre seu partido.

“Eu estou cá em frente de vocês só pela perdão de Deus. Eu não deveria estar cá. Alguma coisa muito peculiar aconteceu”, disse, logo no início do oração.

Dois dias antes, Kamala Harris havia estado em Kalamazoo, uma cidade do Michigan de 73 milénio habitantes a 80 quilômetros de Grand Rapids. Na era, ela ainda não era a candidata democrata à Presidência — embora o processo de fritura de Biden estivesse avançado.

Nas eleições presidenciais dos EUA, o candidato que tiver mais votos populares em cada estado leva todos os votos daquele estado no Escola Eleitoral. Assim, quem for muito em Grand Rapids aumenta suas chances de levar Michigan inteiro. E, com isso, a Mansão Branca.

Plebiscito sobre estádio

Uma das questões do plebiscito em Grand Rapids na terça era se a cidade deveria aumentar uma taxa sobre hotéis para custear a construção de um estádio de futebol e de outras estruturas turísticas. As outras duas se referiam a aumentar recursos para um programa de bibliotecas e outro de escora à primeira puerícia.

Entre os eleitores que falaram com a EXAME quase todos defendiam as medidas.

“Vim votar hoje porque queria votar em prol das propostas, que são importantes”, disse Christine, que veio junto com o marido. “E, em novembro, a questão mais importante é não termos mais Donald Trump porquê presidente.”

“Estou muito preocupada sobre preservar nossos direitos. Eu nasci em 1950. Lembro um pouco porquê as coisas eram nos anos 1960 e 1970, quando as coisas realmente mudaram, e não podemos ter retrocessos”, disse Lenora, outra eleitora que deixou seu voto no termo da tarde de terça.

“Eu queria votar, mas preciso fazer numerário. Vou deixar para dar meu voto quando importa, em novembro”, disse Julius, motorista de aplicativo da cidade que buscou a reportagem na livraria.

“Kamala deu uma energizada na campanha, seria um feito histórico se ela lucrar, por ser mulher e negra. Mas a inflação está subida e Trump, por ser empresário, pode saber mourejar melhor com isso”, comenta ele, um varão preto, que veio do Congo para os EUA há 23 anos e tem dois empregos.

Além de motorista de aplicativos, também entrega comida para completar a renda. “No governo Trump, a gasolina custava 1,70, 2 dólares o galão. Agora custa 4, e as tarifas para os usuários subiram pouco”, lamenta. “Não sei quem vai lucrar, muita coisa pode suceder até lá.”

Nesse ponto, o varão está correto. Faltam pouco menos de 100 dias para a eleição, e muita coisa ainda acontecerá. Em Grand Rapids e por todos os lados do país.

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