Sri Lanka vota em primeiras presidenciais desde o colapso econômico

O Sri Lanka votou neste sábado (21) em uma eleição presidencial com conotação de referendo sobre as políticas de austeridade impostas pelo resgate negociado com o Fundo Monetário Internacional em seguida o colapso econômico da ilhota asiática. 

As seções eleitorais encerraram conforme previsto às 16h00 locais (7h30 em Brasília), no final de eleições que ocorreram com calma e com grande participação, segundo jornalistas da AFP.

“Quase 70% dos eleitores registrados haviam votado uma hora antes do fechamento”, disse a percentagem eleitoral.

O presidente em final de procuração, Ranil Wickremesinghe, 75 anos, procura um novo período no poder, dois anos em seguida ter sido nomeado para substituir Gotabaya Rajapaksa, que fugiu do país em meio a protestos contra a crise financeira.

“Já fiz muito, tirei o país da falência”, disse Wickremesinghe ao votar na capital, Colombo. “Agora farei do Sri Lanka um país com uma economia, um sistema social e um sistema político desenvolvidos”, prometeu.

Segundo analistas, sua vitória será difícil devido ao cansaço e indignação de grande segmento da população, obrigada pelo governo a estreitar o cinto.

Depois de meses sofrendo com a escassez de víveres, combustíveis e medicamentos, milhares de manifestantes invadiram o Palácio Presidencial em Colombo em julho de 2022, em imagens que correram o mundo.

Wickremesinghe conseguiu repor a tranquilidade às ruas, mas também impôs aumentos de impostos e medidas de austeridade para remunerar o resgate de 2,9 bilhões de dólares (15,8 bilhões de reais na cotação atual) negociado com o FMI.

Desafios

Especialistas alertam que a economia do Sri Lanka ainda é vulnerável e que o país ainda não começou a remunerar sua dívida externa de 46 bilhões de dólares (251 bilhões de reais).

Os principais adversários do presidente em final de procuração são Anura Kumara Dissanayaka, líder de um partido marxista, e o líder da oposição Sajith Premadasa, rebento de um presidente assassinado em 1993 durante a longa guerra social no país.

Relativamente próspera no pretérito, a ilhota de 22 milhões de habitantes entrou em colapso com a pandemia de covid-19, que a privou de importantes receitas turísticas, e declarou suspensão de pagamentos em 2022.

A crise foi agravada pelas fortes reduções de impostos decretadas pelo ex-presidente Gotabaya, que esvaziaram os cofres do país.

Os dados oficiais mostram que a taxa de pobreza no Sri Lanka duplicou para 25% entre 2021 e 2022.

O FMI garante que as reformas começam a dar frutos: a inflação está aquém dos 5% depois de atingir os 70% no momento mais crítico e o incremento está sendo retomado gradualmente.

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