Pacote de corte de gastos ainda está em negociação, afirma Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à RedeTV! nesta quarta-feira, 6, que o aguardado pacote de incisão de gastos do governo ainda não está finalizado.
Em julho, o governo anunciou o frigoríficação de R$ 15 bilhões em despesas para 2023 e R$ 25,9 bilhões para 2024, mas o mercado e agentes econômicos insistem que são necessários mais cortes para fechar as contas públicas. Lula tem defendido que os cortes não comprometam os programas sociais.
Em meio à discussão, o ministro da Rancho, Fernando Haddad, convocou uma reunião para esta quinta-feira, 7, às 9h30, com o objetivo de finalizar o pacote de medidas fiscais. Na tarde desta quarta-feira, Lula se reuniu com líderes de diversas pastas, em um cenário de disputa interna sobre a separação dos cortes.
Desde o início das discussões, e do governo, Lula tem reforçado que investimentos sociais não devem ser tratados uma vez que gastos. Esse posicionamento tem gerado instabilidade no mercado financeiro, com oscilações no câmbio e na bolsa de valores. Ao mesmo tempo, a equipe econômica se esforça para edificar um pacote de medidas que reduza o déficit fiscal e atinja as metas estabelecidas pelo busto fiscal.
O presidente também criticou a “gana especulativa” do mercado e questionou se empresários que recebem subsídios estariam dispostos a perfurar mão desses incentivos para ajudar no ajuste fiscal. “Acho que o mercado age com uma certa hipocrisia, sabe, com uma tributo muito grande da prelo brasileira, para tentar gerar confusão na cabeça da sociedade”, afirmou Lula.
Conflito com o Congresso
Além das divergências internas, Lula também expressou insatisfação com o Congresso Pátrio. Desde o início das discussões sobre o ajuste fiscal, o governo tem indicado que o Legislativo também deve participar dos cortes, mormente no que diz saudação ao orçamento de emendas parlamentares.
“O Congresso vai concordar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer?” questionou o presidente, sinalizando a expectativa de que os parlamentares também assumam segmento do ônus do ajuste.
Disputa interna por orçamento
A disputa pelo orçamento divide a cúpula do governo, uma vez que cada ministério tenta proteger sua fatia de recursos e evitar cortes mais profundos. Até agora, a estratégia foi partilhar os cortes de forma ampla, minimizando o impacto em cada extensão. No entanto, muitos ministros argumentam que não há mais espaço para novas reduções, pois os cortes anteriores já chegaram ao limite.
A decisão final sobre os cortes ainda dependerá do Congresso. O governo deve propor uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para abranger as medidas de incisão. As negociações, lideradas por Haddad, estão em período inicial e devem se intensificar nas próximas semanas.