Copom eleva Selic em 0,5 pp, para 11,25% ao ano, e sinaliza novas altas de juros

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira 6, aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado. Mais uma vez, os diretores do Banco Médio (BC) sinalizaram que os juros devem voltar a subir, mas não se comprometeram com um percentual específico e nem com o tamanho do ciclo de subida. Os membros do colegiado também alertaram para os riscos fiscais no Brasil.

“O Comitê tem escoltado com atenção uma vez que os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, principalmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e realização de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, informou o Copom, no enviado depois a reunião.

Transição para a gestão Galípolo

A decisão desta quarta é a segunda subida consecutiva de juros e primeira desde que o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, foi confirmado pelo Senado uma vez que presidente da poder monetária a partir de janeiro de 2025.

Ele assumiu as rédeas da informação do BC em agosto e tem sido uma voz ativa na resguardo do controle do Índice de Preços ao Consumidor Vasto (IPCA) e do atingimento das metas de inflação.

A próxima reunião do Copom, marcada para 11 e 12 de dezembro, será a última presidida por Roberto Campos Neto. Com o término do procuração de Campos Neto, cabe a Galípolo buscar a ancoragem das expectativas de inflação, diante das incertezas fiscais que rondam o país.

Galípolo conta com a simpatia de Lula e sempre se preocupou em manter boas relações políticas no PT e em outros partidos.

Nas reuniões privadas que têm feito com analistas, banqueiros e empresários, Galípolo tem sinalizado  que não pretende adotar uma postura de alinhamento político e econômico ao governo. E que fará o que for necessário para controlar a inflação, mesmo que isso signifique subir os juros.

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