‘Parar de lacrar nas redes’

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Ministro Fernando Haddad teve discussões com opositores

Nesta quarta-feira (22), o ministro da Herdade, Fernando Haddad (PT-SP), protagonizou debates com deputados da oposição durante uma audiência pública da Percentagem de Finanças e Tributação da Câmara. Ele chegou a sovar boca com Kim Kataguiri (União Brasil-SP) sobre a provável volta do imposto de importação sobre encomendas do exterior de até US$ 50.

O membro do MBL (Movimento Brasil Livre) relatou que houve uma recontro entre deputados do PT e o governo federalista nos últimos dias sobre a risca de aumentar a arrecadação por meio de subida de tributos. Kim portanto questionou qual era a posição do Ministério da Herdade sobre a taxação.

Haddad explicou que o governo federalista precisa de mais tempo para ter uma posição sobre o tema e elogiou os governadores por aumentarem o ICMS estadual. O ministro ainda acusou Kataguiri de tentar “ideologizar” o debate.

“Pega o microfone e fala mal do Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo]. Fala! O varejo brasiliano é honrado, feito de empresário honrados, a indústria é honrada. As pessoas que mandaram esse documento para nós são honradas, merecem ser ouvidos. Feche a porta para ouvir a parar de lacrar na rede”, declarou.

Kim Kataguiri se defendeu ao expor que dialoga com o setor industrial e que seu questionamento não era para “lacrar”. “De três questionamentos que eu fiz, ele não respondeu, sobre privilégios, escol do funcionalismo público, paternalismo. E que o ministro está fugindo de responder é qual o posicionamento do Ministério da Herdade da imposição de imposto de importação em 60% para as compras online”, completou.

Depois do bate-boca-, Haddad foi questionado novamente sobre o tema, mas por Bia Kicis (PL-DF). “Único imposto que continuará sendo cobrado é o dos governadores que veio ano pretérito. Defendi os governadores [que instituíram uma alíquota de 17% para importações abaixo de US$ 50]”, respondeu o ministro.

As compras do exterior inferior de US$ 50 são taxadas somente pelo ICMS estadual com alíquota de 17% Porém, o imposto de importação federalista é de 60% e atinge somente remessas do exterior supra de US$ 50, o que é motivo de críticas de empresários brasileiros.

O rebento é teu, faz o DNA, diz Haddad

Outra troca de farpas ocorreu com o deputado Filipe Barros (PL-PR), que questionou o déficit fiscal do governo Lula (PT). Barros acusou o Palácio do Planalto de gastar excessivamente e aumentar impostos.

Haddad defendeu as ações do ministério, argumentando que as medidas visam ajustar as contas públicas. Em sua resposta, o ministro criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).

“Só teve dois presidentes que deram calote desde a redemocratização, o Collor e o Bolsonaro […] Aí vem o presidente e paga o calote, e ‘ah, olha o déficit que o presidente Lula fez’. Esse déficit não é nosso, o rebento é teu, tem que assumir, tem paternidade cá. Faz o inspecção de DNA que você vai saber quem que deu calote”, afirmou.

A referência de Haddad foi ao prorrogação do pagamento de precatórios em 2021, quando Bolsonaro empurrou a quitação para até 2026.

Todavia, em seguida uma mandamento do STF em novembro do ano pretérito, o governo Lula desembolsou R$ 95 bilhões para honrar os pagamentos antemão.

Em outro momento da audiência, Haddad entrou em confronto com o deputado Abilio Brunini (PL-MT), que o chamou de “negacionista da economia”.

O ministro rebateu, criticando Brunini por ser “monocultural” e aludindo a um glosa feito pelo deputado sobre o show da cantora Madonna.

“O senhor me labareda de negacionista? Defendi a vacina o tempo todo, a Terreno é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terreno é redonda, vocês negam que a vacina previne, negam essas coisas. Negam que deram um calote em rogatório, negam que deram calote em governador e eu que sou negacionista?”, indagou.

“Se não gosta da Madonna, não vá ao show da Madonna. O senhor gosta de monocultura, nem todo mundo é obrigado a ter o mesmo sabor do senhor”, completou.

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