Processo criminal contra González Urrutia visa “tirá-lo do jogo político” da Venezuela, diz advogado

A resguardo do líder opositor e ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia disse na quinta-feira, 5, que o processo penal apresentado pelo Ministério Público da Venezuela contra ele visa “tirá-lo do jogo político” no país.

O objetivo, segundo o jurisconsulto de Urrutia, José Vicente Haro, é fazer com que ele “não possa fazer valer os resultados refletidos nas atas” de votação divulgadas pela maior coalizão de oposição ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que se baseia nesses documentos para impugnar o resultado solene de vitória do atual mandatário nas eleições presidenciais de julho e creditá-la ao opositor.

Urrutia, um dos líderes da Plataforma Unitária Democrática (PUD), passou a ser investigado pelo Ministério Público depois a divulgação em um site, por essa coalizão, de “83,5% das atas”, que teriam sido obtidas por testemunhas e funcionários de seções eleitorais.

Maduro foi proclamado vencedor do pleito pelo Parecer Vernáculo Eleitoral (CNE), que não apresentou as atas, uma vez que determinam as normas do país.

Haro alegou que essas atas obtidas pela PUD são “autênticas e confiáveis” e que teria sido “um erro” de González Urrutia se tivesse comparecido a qualquer uma das três convocações feitas pelo MP para depor, já que considera que seu cliente “não tem garantias constitucionais suficientes para ir” à instituição.

O jurisconsulto disse que o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, “praticamente já o condenou”, porque “não só o classificou uma vez que responsável de crimes, uma vez que o condenou por atos pelos quais ele não tem responsabilidade alguma”.

“O que eles querem é colocá-lo em uma situação de privação de liberdade, e esse é todo o sinal que está sendo oferecido, para logo menosprezar seus direitos e impedi-lo de trenar seus direitos políticos”, acrescentou.

González Urrutia, que ele considera uma “pessoa perseguida politicamente”, continuará “sob custódia”, apesar do mandado de prisão emitido contra ele depois o não comparência a essas três convocações do MP.

“Todas as situações neste momento de risco estão presentes, porque, infelizmente, na Venezuela não temos o estado de recta, não temos o estado de justiça, há uma situação de violação sistemática dos direitos humanos”, alegou.

Saab garantiu na quinta-feira que o mandado de prisão e a investigação contra o ex-candidato presidencial, criminado de “usurpação de funções”, “falsificação de documentos públicos”, “instigação à insubmissão às leis”, “conspiração”, “sabotagem para danificar sistemas” e “associação (para cometer crimes)”, continuam em vigor.

A principal dirigente da PUD, María Corina Machado, principal apoiadora de González Urrutia, assumiu a responsabilidade pela divulgação na internet dessas atas, que, segundo ela, comprovam a “estrondosa itinerário” de Maduro.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios