Países amazônicos intensificam medidas para combater crimes contra a natureza

ESG Insights

Países amazônicos intensificam medidas para combater crimes contra a natureza

POR ROBERT MUGGAH

Posteriormente os Estados Unidos anunciarem uma novidade iniciativa para combater o financiamento ilícito de crimes ambientais na Amazônia, há sinais de que a agenda está finalmente ganhando destaque.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, lançou no final do mês pretérito a Iniciativa Regional da Amazônia contra o Financiamento Ilícito da Natureza com o objetivo de impulsionar o treinamento, a cooperação e o compartilhamento de informações para ajudar as autoridades a realizar investigações de lavagem de moeda contra organizações criminosas transnacionais.

Os EUA estão prontos para intensificar a luta contra a terceira mais lucrativa categoria de violação organizado no mundo.

Os crimes contra a natureza incluem um conjunto de atividades que promovem o desmatamento proibido, a degradação e a perda de biodiversidade. Entre as mais comuns estão a grilagem de terras, a extração proibido de madeira, a mineração proibido, e a lavradio e pecuária com irregularidades ambientais – todas elas amplamente presentes nos 6 milhões de quilômetros quadrados da Bacia Amazônica.

Conforme observado na mais recente estratégia dos EUA sobre o combate ao financiamento do terrorismo e outros, os crimes contra a natureza são perpetrados por uma ampla variedade de atores, que envolve diferentes grupos criminosos. Os grupos vão desde cartéis de drogas, grileiros, madeireiros, e agentes públicos corruptos até empresas legalizadas do setor agropecuário e proprietários de terras de todos os tamanhos.

Crimes contra a natureza também fazem secção de um ecossistema mais espaçoso de ações ilegais que afeta os oito países que compartilham a floresta amazônica: Brasil, Peru, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname.

Além da extração ilícita de madeira, da mineração proibido de ouro, da caça proibido e do tráfico de animais silvestres, há outras práticas criminosas, porquê assassinatos, ameaças e intimidações, roubo, fraude e evasão fiscal, lavagem de moeda, e depravação.

A interconexão do violação contra a natureza com essas outras atividades ilegais torna o primeiro particularmente difícil de ser fiscalizado e investigado, principalmente quando cometido por grupos criminosos que operam além das fronteiras internacionais.

Um dos motivos pelos quais os EUA estão intensificando os esforços para interromper os fluxos financeiros ilícitos relacionados ao violação contra a natureza na Amazônia é justamente o crescente envolvimento do violação organizado transnacional.

Narcodesmatamento

Cartéis, gangues, e milícias do Brasil, Colômbia, Venezuela e outros países estão cada vez mais envolvidos na lavagem de lucros do negócio de drogas em negócios “legítimos” na Amazônia.

Muitos deles operam transnacionalmente, inclusive ao longo das tríplices fronteiras no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela. Algumas dessas “máfias florestais” estão alimentando o chamado “narcodesmatamento” por meio do financiamento da grilagem de terras, do desmatamento, da mineração, e caça ilegais.

A mais recente iniciativa anunciada pelos EUA baseia-se na crescente regra de vários países da Bacia Amazônica e seus parceiros de “seguir o moeda” em vez de simplesmente investir em operações policias e militares. Grupos porquê o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes, Transparência Internacional, Basel Institute e o Instituto Igarapé já estão treinando agências de emprego da lei e unidades de crimes financeiros do Brasil, Colômbia e Peru para melhorar a coleta de provas, investigações, e as respostas operacionais aos crimes que envolvem o meio envolvente.

Embora vários tipos de crimes ambientais possam ser coibidos por meio de penalidades pecuniárias e outros tipos de sanções, a eficiência de tais medidas depende de sua efetiva emprego, o que nem sempre acontece.

Vazio institucional

Uma razão pela qual os crimes contra a natureza são tão comuns (e lucrativos) é porque as autoridades públicas ainda os consideram crimes pouco importantes. Por exemplo, em muitos países, os crimes ambientais ainda não são classificados porquê crimes antecedentes à lavagem de moeda.

Esse é um repto na Bacia Amazônica, onde além do “vazio institucional”, as orgãos de segurança e justiça são fracos, e muitos atores envolvidos na crimes ambientais ficam impunes. A depravação e a informalidade profundamente arraigadas geram desincentivos políticos e econômicos para se agir no nível sítio.

A ampliação dos esforços de combate à lavagem de moeda relacionada ao violação contra a natureza também depende de uma melhor cooperação transnacional. Infelizmente, a cooperação transfronteiriça ainda é escassa em toda a América Latina, principalmente entre os países da Bacia Amazônica, onde as diferenças políticas são rotineiras.

As tensões ideológicas e a suspeição costumam prejudicar os esforços regionais de combate ao violação ambiental, mesmo quando há interesses claramente convergentes. Isso ajuda a explicar por que os grandes anúncios políticos e as estratégias arrojadas para combater os crimes contra a natureza tendem a gerar resultados insatisfatórios.

Observando por uma perspectiva mais positiva, parece possuir um reconhecimento crescente sobre as ameaças compartilhadas que os crimes contra a natureza representam em toda a região, principalmente no Brasil, Colômbia, Equador, e Peru.

Na esteira do Pacto de Letícia de 2019, líderes de todos os países amazônicos assinaram a Enunciação de Belém em 2023 que reconheceu os crimes ambientais porquê uma prenúncio às prioridades climáticas e ambientais, muito porquê à governança e ao desenvolvimento sustentável da região. Há uma mudança no tom e um tino de urgência. O pregão dos EUA sobre a priorização do combate à lavagem de moeda relacionada aos crimes ambientais e as organizações criminosas transnacionais não é coincidência.

Expansão da cooperação policial e de promotoria

Em nível regional, os governos parecem determinados a fortalecer a incipiente Organização de Cooperação do Tratado Amazônico (OTCA), embora esse seja um processo lento. No inicio de 2024, o Brasil também lançou um núcleo internacional de polícia (o CCPI-Amazônia) para fomentar a cooperação, inclusive relacionada aos crimes financeiros. Juntamente com o compromisso dos EUA, surgiram coalizões com a finalidade de expandir a cooperação policial e de persecução penal para combater os crimes ambientais e de lavagem de moeda com o base da União Europeia (UE), da Interpol e da Europol.

Apesar da crescente regra de combater os crimes ambientais, as sanções lideradas pelos EUA e o base técnico às forças policiais da região são somente secção da solução. Cartéis de drogas, grandes empresas, grandes proprietários de terras e agentes governamentais corruptos envolvidos nestes crimes são os alvos mais prováveis dessas inciativas, porém grupos criminosos menores, pequenas empresas, pequenos proprietários de terras e pessoas sem terreno envolvidas em desmatamento e degradação ilegais não serão dissuadidos por essas ações. Por isso, são necessárias respostas abrangentes, incluindo estratégias para fortalecer o estado de recta e oferecer alternativas econômicas significativas para diminuir as atividades extrativistas ilegais.

Escassez de especialistas em lavagem de moeda

Um repto persistente enfrentado por todos os países envolvidos neste esforço coletivo é o déficit de conhecimento técnico: há uma escassez de especialistas em combate à lavagem de moeda e fluxos financeiros ilícitos e as repostas são fragmentadas. Embora existam experiências na interrupção da lavagem de moeda relacionada a produtos do narcotráfico, a maioria dos órgãos policiais e instituições de justiça criminal tem experiência limitada no combate à lavagem de moeda relacionada especificamente a recursos ambientais.

Outro repto para o enfrentamento do problema na região é a variação entre as normas e leis sobre lavagem de moeda. A definição dos delitos varia entre os países. Nesse sentido, uma das principais prioridades é a harmonização da legislação e das políticas de lavagem de moeda entre as jurisdições.

Sem um alinhamento mínimo das leis, dos procedimentos e dos padrões entre os países, as autoridades simplesmente não conseguem investigar e processar os casos além das fronteiras. Isso se aplica não somente aos países da Bacia Amazônica, mas também aos EUA e à UE.

Há outros obstáculos para interromper as redes de financiamento ilícito que impulsionam os crimes ambientais na Amazônia. Por exemplo, muitos dos atores envolvidos no financiamento destes crimes não estão localizados na Amazônia. No Brasil, por exemplo, a Polícia Federalista identificou indivíduos em 24 dos 26 estados envolvidos no ecossistema do violação.

Ou por outra, algumas das redes criminosas que participam de crimes contra a natureza têm dimensões transnacionais, incluindo o uso de táticas inter-jurisdicionais complexas para fugir das autoridades e ocultar seus lucros.

Por termo, os impedimentos mais significativos para interromper os fluxos financeiros ilegais ligados aos crimes contra a natureza são políticos e econômicos. Especificamente, políticos e funcionários públicos eleitos podem se beneficiar direta e indiretamente de ações porquê a grilagem de terreno, a extração proibido de madeira, a mineração e caça proibido, e por isso não têm interesse em cooperar com a polícia e com as autoridades da justiça criminal.

Da mesma forma, um grande número de empresas e residentes locais depende de práticas ilegais e informais ligadas aos crimes contra a natureza relacionados à silvicultura, mineração e geração de mancheia e lavradio. O que representa um outro grande repto para as autoridades.

Mais informações no site do Instituto Igarapé
e do Departamento do Tesouro dos EUA
.


Robert Muggah
– Lecturer, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, colaborou com nascente cláusula.

Leste texto foi republicado de The Conversation
sob uma licença Creative Commons. Leia o cláusula original
.

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Foto: Wirestock/Freepik

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