Psicóloga é presa por chamar técnico de futebol de ‘macaco’

Uma psicóloga foi presa no sábado (2/11) em Goiânia por suspeita do delito de racismo. Conforme informado pela Polícia Social, ela estava em uma partida de futebol infantil em que seu rebento jogava quando chamou o técnico do time inimigo de ‘macaco’.

Um vídeo gravado por testemunhas mostra a mulher tentando justificar sua fala antes de transpor do sítio, afirmando que três jogadores estavam na frente do técnico enquanto ele se movimentava.

“E eles, os técnicos, ficam gesticulando, né? E eu falei assim: ‘ah porque, ah lá, óh, eles ficam parecendo macaco’. Aí ele está achando que eu falei contra a pessoa dele, contra a pele dele”, disse no vídeo.

A vítima acionou a Médio de Flagrantes da Polícia Social, que foi até a lar da suspeita no Setor Marista. Segundo o procurador Humberto Teófilo, o marido da psicóloga afirmou que ela estaria sofrendo perseguição por ser bem-sucedida e formosa quando foi detida.

A mulher foi presa em flagrante por racismo e, se condenada, pode satisfazer de 2 a 5 anos de prisão pelo delito, que é inafiançável. O legisperito Carlos Márcio Rissi Macedo afirmou à prensa que não concorda com a prisão. Ele alega que as palavras da cliente foram mal interpretadas. Segundo ele, a mulher disse aquilo em um momento de irritação e não teve a intenção de ofender a vítima.

A suspeita passou por audiência de custódia nesse domingo (3/11) e foi liberada. Na decisão o juiz proibiu a investigada de frequentar qualquer evento esportivo, de manter contato com a vítima e de se manifestar sobre o caso na internet.

O Juízo Regional de Psicologia manifestou repúdio contra qualquer tipo de preconceito e ressaltou o responsabilidade dos profissionais da superfície em promover a pundonor e justiça.

“Destacamos a função de orientar e inspeccionar a prática moral, conforme o Código de Moral e os Direitos Humanos. A Psicologia deve promover pundonor e justiça, reconhecendo injustiças e combatendo estigmas. É responsabilidade do sistema discutir práticas antirracistas e fomentar reflexões sobre relações étnico-raciais, posicionando-se contra qualquer ação que viole esses valores. A presidenta do CRP-09, Ana Flávia Vieira de Mattos, mulher preta que luta ativamente contra o racismo, ressalta que é principal manter nosso compromisso com uma atuação antirracista e a permanente promoção de debates sobre questões raciais.”, informa o recomendação em nota.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios