Projeto sobre emendas será votado até terça na Câmara e nas próximas semanas no Senado, diz autor

O deputado Rubens Pereira Júnior (PT-BA) disse ter a expectativa de uma solução para o impasse sobre as emendas parlamentares até o termo de novembro. O petista é responsável de um projeto de lei que pretende atender aos pedidos do Supremo Tribunal Federalista (STF) por mudanças nas emendas. O texto está na tarifa de votação de hoje da Câmara, mas Rubens avalia que é difícil votar nesta segunda-feira por conta da baixa presença de deputados.

O relator é o deputado Elmar Promanação (União-BA), que ainda não apresentou o parecer. De negócio com Pereira Júnior, o projeto terá o préstimo votado pela Câmara no sumo até esta terça-feira e deve ser sancionado pelo Senado e sancionado pela Presidência até o termo do mês.

—Tem pouquíssima gente cá para votar e amanhã exige a presença. Portanto acredito que o quórum amanhã está maior para o debate da material.

O parlamentar declarou que são dois principais pontos pedidos pelo Supremo:

– Um é a regulamentação das emendas, esse nosso projeto satisfaz isso quando sancionado. (Outro ponto é) a publicidade das emendas do ano de 2020, 2021 e 2022. Eu acho que já publicou aí uns 70%. Provavelmente a gente vai reorganizar para publicar. A diretriz do presidente da Câmara é que nós identifiquemos 100%. É o nosso nosso objetivo, não temos zero a esconder.

Ele também afirmou que haverá tempo de o Congresso atender as mudanças até o termo do mês:

— Resolvido esses dois pontos, ao meu ver, o Supremo deve proceder para liberar. Se me perguntarem um calendário, acredito que até o final do mês de novembro esse impasse esteja definitivamente solucionado. Dá tempo de se validar nas duas Casas, ser sancionado pelo presidente da República, ser publicizada as emendas retroativas, ainda que não sejam todas, mas que se comece com 50%, 60%, 70%, 80%, 90% até inferir 100%.

O texto do deputado petista estabelece prioridade de repasse para obras estruturantes em ao menos 13 áreas, uma vez que instrução, saneamento, saúde e habitação. O deputado avalia, porém, que mais áreas devam ser acrescentadas uma vez que aptas para obras estruturantes, além de um detalhamento maior.

— Colocamos instrução técnica de nível médio, porque os estados são responsáveis por isso. Não tem ensino superior, passou suplantado. Portanto, provavelmente, o relatório incluirá ensino superior. Ciência, tecnologia e resguardo são alguns pontos que também são muito importantes, que já levantaram nos debates — afirmou.

Emendas de bancada

O texto também coloca um limite para as emendas de bancada: até oito emendas para estados menores, com até 5 milhões de habitantes, até 6 emendas para estados entre 5 e 10 milhões de habitantes, e até 4 emendas para estados com mais de 10 milhões de habitante. O entendimento é de que estados maiores conseguem planejar obras maiores e, portanto, utilizar emendas com valores maiores.

Ficará proibido também o repasse de emendas de bancada de um estado para outro, com excessão de casos em que as instituições beneficiadas tiverem CNPJs registrados em um estado dissemelhante de onde está atuando.

O projeto ainda estabelece limite de incremento das emendas parlamentares com base na Lei Orçamentária Anual (LOA). De negócio com o texto, para o tirocínio de 2025, o limite será fixado no montante já previsto na Constituição (atrelado à receita manante líquida), mais R$ 11,5 bilhões para emendas de percentagem. Já para 2026, a correção deverá seguir a regra do tórax fiscal, que é a inflação mais uma variação que pode chegar a 2,5%.

Emendas de percentagem

Um dos principais pontos de questionamento do STF, as emendas de percentagem seguem sem a obrigatoriedade de tornar público qual parlamentar foi o responsável daquela indicação. Mas a destinação do quantia deverá ser detalhada com o objetivo, projeto e ente federativo beneficiado, em seguida negócio e votação nas comissões.

O deputado ainda rebateu as críticas da Transparência Brasil e o detalhamento do pagamento de emendas de percentagem e de bancada estarão descritos em atas de reuniões e votadas pelos parlamentares. Sobre o nível de detalhes, Rubens Pereira disse que o padrão de divulgação das ata é objecto para regimento interno da Câmara e não para projetos de lei.

O deputado ainda rebateu as críticas da Transparência Brasil e o detalhamento do pagamento de emendas de percentagem e de bancada estarão descritos em atas de reuniões e votadas pelos parlamentares. Sobre o nível de detalhes, Rubens Pereira disse que o padrão de divulgação das ata é objecto para regimento interno da Câmara e não para projetos de lei.

Em relação ao valor distribuído para cada percentagem permanente, Rubens Pereira disse que poderá ser estabelecido em LOA, mas ainda não há uma solução sobre isso. Hoje, o presidente da Lar, Arthur Lira (PP-AL) define as distribuições para cada uma, junto aos líderes.

A destinação para ações e serviços públicos de saúde, para todas as emendas, será de no mínimo 50%, observadas as programações prioritárias e os critérios técnicos indicados pelo gestor federalista do Sistema Único de Saúde (SUS).

Emendas individuais

Outra categoria inclui as emendas individuais, em que os parlamentares podem fazer o uso da “emenda Pix”, a transferência próprio que cai direto no caixa dos municípios. Pelo projeto, o responsável da emenda deverá informar o objeto e o valor da transferência quando da indicação do ente beneficiado, com destinação preferencial para obras inacabadas.

De negócio com o responsável, deputados ainda querem colocar no texto uma obrigatoriedade para que os entes federativos beneficiados detalhem se estão direcionando os recursos para onde os parlamentares indicaram inicialmente. O responsável afirmou que isso pode ser aumentado na material, se tiver negócio.

Pereira Júnior também afirmou que a escolha do deputado do União para a relatoria indica que a Lar superou divergências sobre a eleição para sucessão de Lira. Elmar havia rompido com o presidente da Câmara em seguida Lira preterir a sua candidatura ao comando da Lar para estribar Hugo Motta (Republicanos-PB).

— Fiquei sabendo que ele é relator há pouco tempo. Fiquei muito feliz com ele indicado na relatoria, ele é muito respeitado no plenário, sinaliza muito para frente, mostra que a gente não está recluso na tarifa da eleição da Mesa Diretora. O responsável já é meio vermelhinho, que sou eu do PT, logo ter alguém mais ao núcleo ajuda na aprovação do projeto.

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