Para Ray Dalio, após pacote ambicioso, mudanças na economia da China 'virão com alguma dor'

Ray Dalio publicou no LinkedIn alguns pensamentos sobre o recente pacote do governo chinês para incentivar a segunda maior economia do mundo. Dalio é sabido por fundar a Bridgewater Associates, que se tornaria o maior hedge fund do mundo.

Banco Meão da China surpreendeu o mercado ao anunciar na semana passada uma série de medidas para atingir a meta de incremento de 5% para levante ano.

“As autoridades chinesas fizeram declarações em esteio aos livres mercados porquê um grande passo para finalizar com a desalavancagem deflacionária e estimular a produtividade . Isso aconteceu ao mesmo tempo em que os ativos chineses estavam (e ainda estão) muito baratos. Portanto foi uma combinação que incendiou os mercados. Foi uma grande semana. Na verdade, acho que foi uma semana tão grande que poderia entrar para os livros de história da economia de mercado porquê comparável à semana em que Mario Draghi disse que ele e o BCE ‘fariam o que fosse preciso’. Isso, evidente, se os formuladores de políticas da China, de vestuário, fizerem o que for preciso, o que exigiria muito mais do que o que foi anunciado”, apontou o investidor no post.

China na encruzilhada

Dalio, porém, mostra preocupação com alguns pontos, chegando a expressar que a China pode estar numa encruzilhada. “A China pode mourejar muito com sua crise de dívida ao projetar ‘uma bela desalavancagem’, que reduza os encargos da dívida ou os distribua para que a China não tenha uma crise de dívida e seja energizada para ser produtiva, ou também pode mourejar com a crise da dívida de uma forma que a faça se impelir em diante, levando a um mal-estar econômico e psicológico porquê o que o Japão experimentou”, explicou.

Para o fundador da Bridgewater, o sucesso do pacote vai depender se os formuladores do projecto chinês irão renovar as dívidas e reduzir as taxas de juros aquém da inflação. Ele também acha que será um repto estimular o crédito de forma equilibrada sem que respingue na inflação, mas que também é preciso mourejar com a deflação que atinge o país.

O esteio político é muito importante nesse momento. “As políticas pró-mercado são estimulantes e, neste caso, principalmente boas porque há um poder enorme nas declarações de indicação de políticas do presidente Xi. Nesse caso, comentários de esteio vieram dos níveis mais altos (do presidente Xi Jinping e do Politburo, por exemplo. O próprio Xi tranquilizou autoridades de que elas não seriam punidas por erros bem-intencionados cometidos no processo de implementação de novas políticas. Essas declarações importam muito”, explicou no texto.

Mudanças ‘com dor’

Ray Dalio acredita que as mudanças virão “com alguma dor”, mas que isso é inevitável. “As reestruturações de dívidas serão principalmente difíceis porque são complexas e porque são politicamente carregadas, pois terão enormes efeitos na riqueza das pessoas. Dívidas nos níveis de governo sítio, por meio de vendas de terras e empréstimos de empresas e pessoas em suas províncias, são situações principalmente difíceis de mourejar. Imagine a situação de uma empresa que emprestou ao governo sítio e/ou depende dos gastos do governo sítio diante da situação atual. Quem deve fazer o quê e em que quantias para mourejar com essa situação? Quem determinará essas coisas e porquê? Essas coisas não estão claras.”, diz.

Em outro trecho do documento, o investidor mostra preocupação com o atual quadro tributário do país e a queda na natalidade. “Não há impostos de renda eficazes, impostos imobiliários, impostos sobre legado ou a maioria dos outros impostos (exceto IVAs, principalmente no nível de produção). Esse conjunto de condições torna o problema da dívida do governo sítio mais provocador. Embora tenha havido uma pequena mudança recente na política, o problema demográfico — principalmente a idade de aposentadoria precoce (em média aos 53 anos) e a expectativa de vida até que subida ( 83 anos) — muitas pessoas passam muito tempo com pouca renda e um fruto para cuidar delas. Ao mesmo tempo, a população em idade produtiva está diminuindo rapidamente”, coloca.

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